Abstract:
RESUMO
Introdução: O envelhecimento populacional configura-se como uma realidade crescente no Brasil, com predomínio de mulheres, sendo este fenômeno denominado de feminização da velhice. Soma-se a este o aparecimento de várias doenças crônicas, dentre elas a depressão e sua sintomatologia. Objetivo: Analisar a prevalência de sintomas depressivos e fatores associados em mulheres idosas assistidas na Atenção Básica, na perspectiva do curso de vida. Método: Estudo do tipo método misto explanatório sequencial, desenvolvido com 206 idosas. A coleta de dados ocorreu de dezembro/2015 a março/2016, por meio da aplicação do Mini Exame do Estado Mental; formulário de dados sociodemográficos e de condições de saúde; Escala de Depressão Geriátrica e um roteiro de entrevista com questões abertas sobre o desencadeamento dos sintomas depressivos em mulheres idosas. Na fase quantitativa, os dados foram dispostos para análise mediante a utilização do software Statistical Package for the Social Science, versão 20.0. Foram realizadas análises univariadas, por meio de estatísticas descritivas simples. Na estatística inferencial, foram aplicados testes de hipóteses bivariado (Qui-quadrado e Correlação de Spearman) e multivariado (Regressão logística múltipla - Odds ratio ajustado). O nível de significância foi fixado em p≤0,05. Na fase qualitativa, utilizou-se a técnica de análise temática. Resultados: A prevalência de sintomas depressivos em idosas foi de 16,0%, sendo 14,1% leve ou moderado e 1,9% grave. Na análise bivariada, observou-se associação estatisticamente significativa entre a presença de sintomas depressivos e as variáveis: organização familiar na moradia, comparação da condição econômica com outras pessoas que tenham a mesma idade e tempo de aposentada. No modelo multivariado, permaneceu associada a variável comparação da condição econômica com outras pessoas que tenham a mesma idade, além da cor da pele. Formularam-se três categorias temáticas que apontaram como desencadeadores de sintomas depressivos em idosas: sentimentos de abandono, solidão e desprezo; perdas de filhos e problemas com descendentes; e a presença de doenças. Tendo por base os resultados do presente estudo, houve, além do apoio da fase qualitativa à quantitativa, a indispensável complementariedade entre as mesmas. Conclusão: Reitera-se a importância da criação e implementação de programas de inclusão da mulher idosa em movimentos socioculturais e de lazer; implantação do rastreamento de sintomas depressivos na rotina da assistência na Atenção Básica; e qualificação dos profissionais de saúde, em especial do enfermeiro, para o desenvolvimento de um cuidado fundamentado no conhecimento integral do processo de envelhecimento humano. ABSTRACT:
Introduction: Population aging constitutes a growing reality in Brazil, predominantly among women, and such phenomenon is called feminization of old age. Additionally, there is the appearance of several chronic diseases, including depression and its symptoms. Objective: To assess the prevalence of symptoms of depression and associated factors in elderly women assisted in Primary Care, in the life course perspective. Method: This is a study of the mixed method sequential explanatory type conducted with 206 elderly women. Data collection took place from December 2015 to March 2016 through the application of the Mini-Mental State Examination; Form with sociodemographic data and health conditions; Geriatric Depression Scale; and an interview script with open questions about the onset of depressive symptoms in older women. In the quantitative phase, data were prepared for analysis through the software Statistical Package for the Social Sciences, version 20.0. Univariate analyzes occurred using simple descriptive statistics. In inferential statistics, bivariate (Chi-square test and Spearman correlation) and multivariate hypothesis tests (Multiple logistic regression – Adjusted odds ratio) were applied. The significance level was set at p≤0.05. In the qualitative phase, the thematic analysis was used. Results: The prevalence of symptoms of depression in elderly women was 16.0%, of which 14.1% mild or moderate and 1.9% severe. In bivariate analysis, statistically significant association was observed between the presence of depressive symptoms and the variables: family organization at home, comparing the economic condition with others of the same age, and retirement time. In the multivariate model, the significant association with the variable comparing the economic condition with others of the same age remained, as well as with skin color. Three thematic categories were identified, which indicated as triggers of depressive symptoms in elderly women: feelings of abandonment, loneliness and contempt; loss of children and problems with descendants; and the presence of diseases. Based on the study results, in addition to the support of the qualitative phase to the quantitative, there was the imperative complementarity between them. Conclusion: We reiterate the importance of creating and implementing inclusion programs for elderly women in socio-cultural and leisure activities; implementing screening for depression symptoms in routine assistance in Primary Care; and training health professionals, especially nurses, to develop a care based on the full knowledge of the human aging process.