Abstract:
RESUMO
Introdução: A violência contra a mulher constitui uma violação dos direitos humanos, desrespeito a dignidade da mulher, além de ser um grave problema de saúde pública. Objetivo: Analisar a violência contra a mulher, perpetrada pelo parceiro íntimo. Metodologia: Pesquisa descritiva e de corte transversal, desenvolvida com 369 mulheres de 20 a 59 anos, atendidas em Consultas de Enfermagem nas Unidades Básicas de Saúde de Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano e Bom Jesus. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário contendo caracterização sociodemográfica e pela Revised Conflict Tactics Scales. Para análise dos dados, utilizou-se o Software Statistical Package for the Social Science, versão 20.0 e foram realizadas estatísticas descritivas, teste de normalidade, Kolmogorov-Smirnov, comprovando-se um padrão de distribuição assimétrico, logo, para comparar médias, utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Para verificar associação, utilizou-se o teste do qui-quadrado. As variáveis com valor de p ≤ 0,20 foram submetidas ao modelo multivariado de regressão logística (Odds Ratio ajustado). Para todas as demais análises foi mantido o nível de significância de p ≤ 0,05 e o intervalo de confiança foi fixado em 95%. Foram obedecidos todos os princípios da Resolução 466/12 do Conselho Nacional em Saúde. Resultados: A maioria da amostra encontrava-se na faixa etária de 20 a 39 anos, pardas, casadas/ união estável, católicas e escolarizadas. Quanto às condições de saúde, verificou-se que 30,1% procuram os serviços de saúde pelo menos uma vez/mês para realização de consultas de rotina (35,3%) e exame de prevenção (32,8%). A prevalência da violência perpetrada pelo parceiro íntimo contra a mulher encontrada foi de 65,3%, e dentre a natureza das ações violentas, houve prevalência da psicológica (93,4%). Associado à violência por parceiro íntimo encontrou-se ter frequentado ou não a escola (p=0,02), e religião (p<0,01). Encontrou–se, ainda, que mulheres casadas/união estável possuem 1,9 vezes mais chances de sofrerem violência por parceiro íntimo e aquelas que não frequentaram a escola possuem 20,1 vezes mais chances de sofrerem violência. As de religião católica possuem 1,7 vezes mais chances que as evangélicas de serem vítimas desse tipo de violência. Conclusão: Os resultados apontaram uma prevalência expressiva de mulheres que sofrem violência perpetrada pelo parceiro íntimo associada a baixa escolaridade, serem adeptas de uma religião, possuírem um companheiro e sofrem mais aborto. ABSTRACT
Introduction: The women’s violence constitutes a violation of human rights and disregards of the dignity of women, so it is a serious public health problem. Objective: To analyze violence against women perpetrated by an intimate partner. Methodology: This is a descriptive and cross-sectional study developed with 369 women with 20-59 years old who attended nursing consultations in the Basic Health Units of Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano and Bom Jesus. The data collection was conducted through a questionnaire containing sociodemographic and Revised Conflict Tactics Scales. After that, it was used the software Statistical Package for the Social Sciences, version 20.0 for data analysis, in addition, it was conducted descriptive statistics by the normality test, Kolmogorov-Smirnov, resulting in an asymmetric distribution standard. Then, to compare averages it was used the Mann-Whitney test. The chi-square test was used to verify association. The variables with p ≤ 0.20 were subjected to multivariate logistic regression model (adjusted Odds Ratio). For all other analyzes it was maintained significance level of p ≤ 0.05 and the confidence interval was set at 95%. They followed all the principles of Resolution 466/12 of the National Council on Health. Results: most of the sample was in the age group 20-39 years old, brown, married / common-law marriage, Catholic and educated. About health conditions, it was found that 30.1% seek health services at least once / month for performing routine queries (35.3%) and take prevention (32.8%). The prevalence of violence perpetrated by intimate partners against women found was 65.3%, and between the reason of violent acts has prevalence of Psychological (93.4%). Intimate partner violence found to have attended school or not (p = 0.02), and religion (p <0.01). It was found also that married women / stable have 1.9 times more likely to suffer intimate partner violence and those who did not attend school have 20.1 times more likely to suffer violence. The Roman Catholics have 1.7 times more likely that evangelical from being victims of such violence. Conclusion: The results showed a significant prevalence of women who suffer violence by an intimate partner associated with low education and to be adepts of a religion, have a partner and suffer more abortion.