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RESUMO:
Introdução: A hanseníase é considerada um problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento da África, Ásia e América Latina, devido à sua capacidade de provocar incapacidades físicas e estigmas nas pessoas acometidas. No Brasil, em 2014, foram detectados 31.064 casos, com coeficiente de detecção geral de 15,32/100.000 habitantes, com avaliação neurológica no momento do diagnóstico de apenas 86,99% deles. Ressalta-se que no mesmo ano, os coeficientes de detecção geral de hanseníase indicaram o Estado do Piauí como endêmico para doença e os municípios de Floriano e Picos hiperendêmicos. Diante da crescente necessidade de se intensificar as ações de controle da hanseníase, devem-se buscar novas estratégias para aproximar profissionais e gestores de saúde da problemática que envolve a hanseníase, especialmente no tocante à vulnerabilidade individual e sua relação com as incapacidades físicas produzidas. Objetivo: Analisar a associação entre as incapacidades físicas dos casos de hanseníase e a vulnerabilidade individual em dois municípios hiperendêmicos. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado com o universo dos casos notificados entre 2001 a 2014, no Sistema de Informação de Agravos de Notificação e que foram localizados por ocasião da coleta dos dados em 2016 (n=603). Utilizaram-se os Softwares: EpiInfo® Versão 7.0 e STATA® Versão 13.0. Foram realizadas análises univariadas, por meio de estatísticas descritivas simples. Na estatística inferencial foram aplicados testes de hipóteses bivariados, com utilização do Qui-quadrado e Teste Exato de Fisher. As variáveis, que na análise bivariada apresentaram valor de p < 0,20, foram submetidas ao modelo multivariado de regressão logística binomial (odds ajustado). Resultados: Observou-se que os casos, em sua maioria, eram do sexo masculino, com baixa escolaridade e baixas condições econômicas. Ao diagnóstico apresentavam-se com a classificação operacional paucibacilar (53,57%), e forma clínica indeterminada (35,82%). Verificou-se associação estatisticamente significativa entre o grau de incapacidade física e as variáveis explicativas: saúde percebida, sexo, classificação operacional, escolaridade e forma clínica (p<0,05). Conclusão: A identificação da relação entre aspectos que compõem a vulnerabilidade individual com as incapacidades física revelou a necessidade de ações específicas e novas estratégias pelos serviços de saúde, valorizando a continuação do cuidado após a alta, com vistas a redução e controle da hanseníase, e ainda de ações intersetoriais, de modo a favorecer apoio psicológico, social e econômico às pessoas acometidas pela doença. ABSTRACT:
Introduction: Hansen’s disease is considered a public health problem, especially in developing countries in Africa, Asia and Latin America, due to its ability to cause physical disability and stigma in people affected. In Brazil, in 2014, there were 31,064 cases, with a general detection coefficient of 15.32/100,000 inhabitants, with neurological evaluation at the time of diagnosis of only 86.99% of them. It should be noted that in the same year, the general detection coefficients of leprosy indicated the State of Piauí as endemic for disease and the municipalities of Floriano and Picos hyperendemic. In view of the growing need to intensify control actions for the disease, new strategies should be sought to bring professionals and health managers closer to the problem of Hansen’s disease, especially regarding the individual vulnerability and its relation to the produced physical disabilities. Objective: To analyze the association between the physical disabilities of Hansen’s disease cases and individual vulnerability in two hyperendemic municipalities. Method: This is a cross-sectional study, carried out with the universe of cases reported between 2001 and 2014, in the Information System for Notifiable Diseases, located at the time of data collection in 2016 (n=603). The used software were EpiInfo® Version 7.0 and STATA® Version 13.0. Univariate analysis were performed using simple descriptive statistics. In inferential statistics, bivariate hypothesis tests were used, using Chi-square and Fisher's Exact Test. The variables, which in the bivariate analysis presented a value of p < 0.20, were submitted to the multivariate binomial logistic regression model (adjusted odds ratio). Results: there was prevalence of cases in men, with low educational attainment and low economic conditions. At diagnosis, they had a paucibacillary operating classification (53.57%), and an indeterminate clinical form (35.82%). There was a statistically significant association between the degree of physical incapacity and the explanatory variables: perceived health, gender, operational classification, educational attainment and clinical form (p<0.05). Conclusion: Identifying the relationship between aspects that make up individual vulnerability and physical disabilities revealed the need for specific actions and new strategies by the health services, valuing the continuation of care after discharge, with a view to reducing and controlling Hansen’s disease, in addition to intersectoral actions, in order to favor psychological, social and economic support to the people affected by the disease. |
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