Abstract:
O estudo teve como objetivo analisar a vulnerabilidade ao HIV/Aids entre as mulheres
transexuais e travestis. Trata-se de um estudo quanti-qualitativo, realizado no estado do Piauí.Os dados foram coletados no período de 2022 a 2024 por meio de entrevista individual entre mulheres transexuais e travestis com idade igual ou superior a 18 anos, residentes no Piauí, com acesso a aplicativo de troca de mensagens e/ou e-mail. O recrutamento das participantes ocorreu por meio da técnica bola de neve (snowball). Utilizou-se questionário virtual para caracterização das mulheres transexuais e travestis, e ainda, um roteiro de entrevista semiestruturado com a seguinte questão norteadora: “Como ocorre sua busca ao serviço de saúde para proteção e cuidados ao HIV?”. Os dados foram avaliados por meio de estatística descritiva,para caracterização das participantes, e abordagem metodológica da Análise de Conteúdo para
as entrevistas. Adotou-se o referencial teórico e conceitual de Ayres fundamentação do estudoe discussão das vulnerabilidades. O estudo obteve aprovação do Comitê de ética e pesquisa daUniversidade Federal do Piauí com o número 5.543.842, e seguiu as normas que regulamentama pesquisa com seres humanos contidas na Resolução nº 466/12 e nº 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, e do Ofício Circular Nº 2/2021/CONEP/SECNS/MS devido aos procedimentos de coleta em ambiente virtual. Um total de 72 mulheres transexuais e travestis participaram do estudo e 12 concederam entrevista. Identificou-se marcadores importantes às vulnerabilidades individual, social e programática. Os principais pontos à vulnerabilidade individual estiveram relacionados aos cuidados e situações de exposição ao HIV, quando informaram: falha em práticas preventivas como o uso inconsistente do preservativo; dificuldade de negociação do uso preservativo com a parceria sexual e o número de parcerias sexuais. Na dimensão social observou-se a dificuldade de acesso aos serviços de saúde,principalmente em situações de violência simbólica, como o não uso do nome social ou erros
de pronome. O estigma ao HIV também foi identificado na dimensão desta vulnerabilidade. Na dimensão programática verificou-se: falha na implementação das políticas relacionadas às mulheres transexuais e travestis, assim como a dificuldade de acesso aos serviços de saúde; além da falta de insumos para as medidas de prevenção do HIV e baixa capacitação dos profissionais de saúde para atender a esta população. Sugere-se que a centralização dos serviços de saúde à prevenção ao HIV pode ser mais uma barreira de acesso. A identificação e análise das diferentes dimensões da vulnerabilidade, possibilitam melhor compreensão da problemática
e sinalização dos aspectos prioritários voltados à população em questão. Para reduzir a
vulnerabilidade ao HIV entre mulheres trans, é essencial adotar uma abordagem
multidisciplinar que inclua ações de saúde pública, educação, políticas públicas, apoio
psicossocial, pesquisa e intervenções comunitárias.
Palavras-chave: HIV; Vulnerabilidade em Saúde; Pessoas Transgênero.
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RESUMEN
El estudio tuvo como objetivo analizar la vulnerabilidad al VIH/SIDA entre mujeres
transexuales y travestis. Se trata de un estudio cuantitativo-cualitativo realizado en el estado de Piauí. Los datos se recolectaron entre 2022 y 2024 mediante entrevistas individuales con mujeres transexuales y travestis mayores de 18 años, residentes en Piauí, con acceso a aplicaciones de mensajería y/o correo electrónico. La selección de las participantes se realizó utilizando la técnica de bola de nieve (snowball). Se utilizó un cuestionario virtual para la caracterización de las mujeres transexuales y travestis, además de una guía de entrevistasemiestructurada con la siguiente pregunta orientadora: "¿Cómo es su búsqueda de servicios de salud para la protección y el cuidado del VIH?". Los datos se evaluaron mediante estadística descriptiva para caracterizar a las participantes, y se aplicó el enfoque metodológico del Análisis de Contenido para las entrevistas. Se adoptó el marco teórico y conceptual de Ayres para fundamentar el estudio y discutir las vulnerabilidades. El estudio fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación de la Universidade Federal do Piauí con el número 5.543.842,
cumpliendo con las normas que regulan la investigación con seres humanos, según la
Resolución Nº 466/12 y Nº 510/2016 del Consejo Nacional de Salud, y la Circular Nº
2/2021/CONEP/SECNS/MS debido a la recolección de datos en entornos virtuales.
Participaron en el estudio un total de 72 mujeres transexuales y travestis, de las cuales 12
concedieron entrevistas. Se identificaron marcadores importantes de vulnerabilidad individual,social y programática. En la dimensión individual, los principales puntos de vulnerabilidad estuvieron relacionados con los cuidados y las situaciones de exposición al VIH, mencionando fallas en las prácticas preventivas, como el uso inconsistente del preservativo, la dificultad para negociar su uso con la pareja sexual y el número de parejas sexuales. En la dimensión social, se observó dificultad en el acceso a los servicios de salud, especialmente en situaciones de violencia simbólica, como la no utilización del nombre social o errores en los pronombres.También se identificó el estigma hacia el VIH en esta dimensión de vulnerabilidad. En la dimensión programática, se encontraron fallas en la implementación de políticas relacionadas con mujeres transexuales y travestis, así como dificultades en el acceso a los servicios de salud,
falta de insumos para medidas preventivas del VIH y escasa capacitación de los profesionales de salud para atender a esta población. Se sugiere que la centralización de los servicios de salud para la prevención del VIH podría representar otra barrera de acceso. La identificación y análisis de las diferentes dimensiones de vulnerabilidad permiten una mejor comprensión del problema y señalan los aspectos prioritarios para esta población. Para reducir la vulnerabilidad al VIH entre mujeres trans, es esencial adoptar un enfoque multidisciplinario que incluya acciones de salud pública, educación, políticas públicas, apoyo psicosocial, investigación e intervenciones comunitarias.
Palabras Clave: VIH; Vulnerabilidad en Salud; Personas Transgénero.