Abstract:
RESUMO: Introdução: no contexto da COVID-19, enfermeiros foram reconhecidamente
expostos a situações de impacto em sua saúde mental. São fundamentais estudos
que identifiquem agravos psicológicos nesses profissionais após instauração do
cenário pandêmico. Objetivo: avaliar os indicadores de sofrimento mental, depressão,
ansiedade e estresse em enfermeiros pós-pandemia da COVID-19. Métodos: estudo
transversal, descritivo-analítico, desenvolvido conforme diretrizes do Strengthening
the Reporting of Observational Studies in Epidemiology, em um hospital de Teresina,
Piauí, Brasil, com 138 enfermeiros. O critério de inclusão foi atuar na instituição de
saúde no período da pandemia da COVID-19. Foram excluídos os enfermeiros não
localizados, que estavam de férias ou afastamento durante a coleta de dados. A coleta
de dados ocorreu de setembro de 2023 a março de 2024, por meio de questionário
para dados sociodemográficos, econômicos, ocupacionais, práticas em relação à
COVID-19, hábitos de vida e condições de saúde do Self-Reporting Questionnaire e
Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse. Para processamento das informações,
adotou-se o software Statistical Package for the Social Science, versão 20.0.
Resultados: Observou-se o sofrimento mental em 39% da amostra. Em 3,6% dos
enfermeiros, verificaram-se sintomas de depressão leve e em 1,4%, depressão
severa. Em 5,1% dos casos, a ansiedade classificou-se como leve, 4,3% moderada e
0,7% severa. O estresse, em 2,2% dos casos, foi classificado na categoria leve e 1,4%
moderada. Enfermeiros que apresentaram dificuldades para dormir durante atuação
na linha de frente possuem 3,1 vezes mais chances de sofrimento mental, e aqueles
com diagnóstico de agravo mental possuem 5,2 vezes mais chances de apresentar
sofrimento mental, em comparação aos que não afirmaram essas variáveis.
Trabalhadores que relacionaram a manifestação de sinais e sintomas durante atuação
da linha de frente à escassez de equipamentos de proteção individual possuem 0,05
vezes mais chances de sintomas depressivos. Aqueles que não praticavam atividade
física apresentaram 20,1 vezes mais chances de manifestar sintomas depressivos, e
os que estavam em acompanhamento psicológico/psiquiátrico têm 0,03 vezes mais
chances de sintomatologia depressiva, quando comparados aos profissionais que não
mencionaram essas variáveis. Enfermeiros que afirmaram sonolência ao longo do dia
na linha de frente possuem 7,9 vezes mais chances de apresentar sintomas ansiosos;
os que relacionaram a ausência de apoio da instituição à manifestação de sinais e
sintomas durante atuação na linha de frente têm 4,1 vezes mais chances de sintomas
ansiosos, e os que afirmaram possuir diagnóstico de algum agravo mental possuem
11,9 vezes mais chances de reportar sintomas ansiosos, quando comparados aos que
não afirmaram essas questões. Enfermeiros que referiram ausência de apoio da
instituição relacionada à manifestação de sinais e sintomas possuem 13,5 vezes mais
chances de apresentar sintomas de estresse, e os que relacionaram sinais e sintomas
à falta de confiança na pesquisa e ciência têm 23,4 vezes mais chances de sintomas
de estresse, em comparação aos que não mencionaram essas variáveis. Conclusão:
os indicadores de saúde mental dos enfermeiros refletem aspectos individuais e
questões relacionadas à atuação na linha de frente contra a COVID-19, que apontam
para a necessidade de cuidado a esses profissionais no período pós-pandemia.
ABSTRACT: Introduction: in the context of COVID-19, nurses were known to be exposed to
situations that affected their mental health. Studies that identify psychological problems
in these professionals after the onset of the pandemic scenario are essential.
Objective: to evaluate indicators of mental suffering, depression, anxiety and stress
in nurses in the post-COVID-19 pandemic period. Methods: cross-sectional study,
descriptive-analytical, developed according to Strengthening the Reporting of
Observational Studies in Epidemiology guidelines, in a hospital in Teresina, Piauí,
Brazil, with 138 nurses. The inclusion criterion was working in the health institution
during the COVID-19 pandemic. Nurses who were not located, on vacation or on leave
during data collection were excluded. Data collection took place from September 2023
to March 2024, through a questionnaire for sociodemographic, economic, occupational
data, practices in relation to COVID-19, lifestyle habits and health conditions of the
Self-Reporting Questionnaire and the Depression, Anxiety and Stress Scale. To
process the information, the Statistical Package for the Social Science software,
version 20.0, was adopted. Results: Mental suffering was observed in 39% of the
sample. In 3.6% of nurses, there were symptoms of mild depression and in 1.4%,
severe depression. In 5.1% of cases, anxiety was classified as mild, 4.3% moderate
and 0.7% severe. Stress, in 2.2% of cases, was classified as mild and 1.4% as
moderate. Nurses who had difficulty sleeping while working on the front line were 3.1
times more likely to experience mental distress, and those diagnosed with mental
illness were 5.2 times more likely to experience mental distress, compared to those
who did not state these variables. Workers who related the manifestation of signs and
symptoms during front-line work to the shortage of personal protective equipment were
0.05 times more likely to have depressive symptoms; those who did not practice
physical activity had 20. 1 times more likely to present depressive symptoms, and
those who were undergoing psychological/psychiatric care were 0.03 times more likely
to have depressive symptoms, when compared to professionals who did not mention
these variables. Nurses who reported drowsiness throughout the day on the front line
were 7.9 times more likely to present anxious symptoms; those who related the lack of
support from the institution to the manifestation of signs and symptoms while working
on the line face to face are 4.1 times more likely to have anxious symptoms, and those
who stated having a diagnosis of some mental illness were 11.9 times more likely to
report anxious symptoms, when compared to those who did not state these issues.
Nurses who reported a lack of support from the institution related to the manifestation
of signs and symptoms were 13.5 times more likely to present symptoms of stress, and
those who related signs and symptoms to a lack of confidence in the research and
science are 23.4 times more likely to have stress symptoms, compared to those who
did not mention these variables. Conclusion: nurses' mental health indicators reflect
individual aspects and issues related to working on the front line against COVID-19,
which point to the need for care for these professionals in the post-pandemic period.
RESUMEN: Introducción: en el contexto de la COVID-19, se conoció que los enfermeros estaban
expuestos a situaciones que impactaban en su salud mental. Son imprescindibles
estudios que identifiquen problemas psicológicos en estos profesionales tras el inicio
del escenario pandémico. Objetivo: evaluar indicadores de sufrimiento mental,
depresión, ansiedad y estrés en enfermeras post-pandemia de COVID-19. Métodos:
estudio transversal, descriptivo-analítico, desarrollado según las directrices
Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology, en un hospital
de Teresina, Piauí, Brasil, con 138 enfermeros. El criterio de inclusión fue trabajar en
la institución de salud durante la pandemia de COVID-19. Fueron excluidos los
enfermeros que no fueron localizados, que se encontraban de vacaciones o de
licencia durante la recolección de datos. La recolección de datos se realizó de
septiembre de 2023 a marzo de 2024, a través de un cuestionario de datos
sociodemográficos, económicos, ocupacionales, prácticas en relación al COVID-19,
hábitos de vida y condiciones de salud; del Self-Reporting Questionnaire y la Escala
de Depresión, Ansiedad y Estrés. Para procesar la información se adoptó el Paquete
Estadístico para el software de Ciencias Sociales, versión 20.0. Resultados: Se
observó sufrimiento mental en el 39% de la muestra. En el 3,6% de las enfermeras
hubo síntomas de depresión leve y en el 1,4% depresión grave. En el 5,1% de los
casos la ansiedad se clasificó como leve, el 4,3% moderada y el 0,7% grave. El estrés,
en el 2,2% de los casos, se clasificó como leve y el 1,4% como moderado. Las
enfermeras que tuvieron dificultades para dormir mientras trabajaban en primera línea
tenían 3,1 veces más probabilidades de experimentar angustia mental, y las
diagnosticadas con una enfermedad mental tenían 5,2 veces más probabilidades de
experimentar angustia mental, en comparación con aquellos que no declararon estas
variables. Los trabajadores que relacionaron la manifestación de signos y síntomas
durante el trabajo de primera línea con la escasez de equipo de protección personal
tuvieron 0,05 veces más probabilidades de presentar síntomas depresivos, los que no
practicaban actividad física tuvieron 20,1 veces. tenían más probabilidades de
presentar síntomas depresivos, y aquellos que estaban bajo atención
psicológica/psiquiátrica tenían 0,03 veces más probabilidades de tener síntomas
depresivos, en comparación con los profesionales que no mencionaron estas
variables. Los enfermeros que reportaron somnolencia a lo largo del día en primera
línea tuvieron 7,9 veces más probabilidades de presentar síntomas ansiosos, los que
relacionaron la falta de apoyo de la institución con la manifestación de signos y
síntomas mientras trabajaban en la primera línea tienen 4,1 veces más probabilidades
de presentar síntomas ansiosos, y quienes declararon tener diagnóstico de alguna
enfermedad mental tuvieron 11,9 veces más probabilidades de reportar síntomas
ansiosos, cuando en comparación con aquellos que no formularon estas preguntas.
Los enfermeros que reportaron falta de apoyo de la institución relacionado con la
manifestación de signos y síntomas tuvieron 13,5 veces más probabilidades de
presentar síntomas de estrés, y los que relacionaron signos y síntomas con falta de
confianza en la la investigación y la ciencia tienen 23,4 veces más probabilidades de
presentar síntomas de estrés, en comparación con quienes no mencionaron estas
variables. Conclusión: los indicadores de salud mental de los enfermeros reflejan
aspectos individuales y cuestiones relacionadas con el trabajo en primera línea contra
la COVID-19, que apuntan a la necesidad de atención a estos profesionales en el
período post-pandemia.