Repositório Institucional da UFPI

ENTRE FUNGOS E SABERES: diversidade e valorização do conhecimento etnomicológico dos povos originários Guajajara do Maranhão

DSpace/Manakin Repository

Show simple item record

dc.contributor.author SILVA, Janete Barros da
dc.date.accessioned 2025-07-17T15:16:36Z
dc.date.available 2025-07-17T15:16:36Z
dc.date.issued 2025-07-17
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/123456789/3958
dc.description Orientadora: Profª. Dra. Roseli Farias Melo de Barros Examinador interno: Profº Dr. João Batista Lopes Examinador externo: Prof.º Dr. Reinaldo Farias Paiva de Lucena - UFPB Examinador externo: Prof. Dr. Caio Veloso - IFMA Examinadora externa: Profª. Dra. Santina Barbosa de Sousa - SEDUC - PI pt_BR
dc.description.abstract RESUMO: A pesquisa etnomicológica permite uma melhor compreensão do uso de macrofungos por grupos étnicos e fornece uma imagem mais clara da cosmovisão que as pessoas têm sobre a ecologia, uso, classificação e conservação dos macrofungos. Objetivou-se com o estudo investigar e sistematizar o conhecimento tradicional dos povos originários Guajajara sobre os macrofungos, destacando sua diversidade e percepção, apresentando revisão sistemática do tema, importância ecológica e usos tradicionais, e cartilha educativa que promova a conservação destes organismos nas aldeias indígenas. A pesquisa se delineou nos seguintes questionamentos: Como os fungos são percebidos no ambiente e como é transmitido o conhecimento etnomicológico entre as gerações? Há usos das espécies e como resgatar esse conhecimento para conservá-las? Duas Hipóteses foram elencadas: Os Guajajara conhecem e fazem uso dos macrofungos encontrados no ambiente e que eles transferem o conhecimento ao longo das gerações. As Aldeias Pé de Galinha e Três Irmãos de Barra do Corda/MA, foram escolhidas para a realização do estudo. Como aportes metodológicos, utilizou-se na análise qualitativa, as técnicas do rapport, turnês-guiada, caderno de campo, checklist-entrevista e entrevista semiestruturada. O Valor de Uso, índice de diversidade de Shannon-Weiner, índice de Sørensen e Método Prisma (2020), foram utilizados na análise quantitativa. O material coletado foi incorporado ao Herbário Graziela Barroso (TEPB) da UFPI. O Universo amostral contou com 96 indígenas, entre jovens, adultos e idosos. Os resultados revelaram que os Guajajara reconhecem e já fizeram uso de pelo menos seis espécies das documentadas. Concordaram que Auricularia tremellosa (Fr.) Pat. foi usada na alimentação dos antepassados. Na ludicidade, Calvatia rugosa (Berk. & M.A. Curtis) D.A. Reid, Geastrum hariotii Lloyd. e G. javanicum Lev. e ocasionalmente para fins medicinais, citaram o Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill e Lentinus crinitus (L.) Fr. A transmissão vertical foi a responsável pela dinâmica do conhecimento sobre os macrofungos. Embora o interesse pela Etnomicologia tenha avançado nos últimos anos, poucos estudos (6,6%) foram conduzidos com povos indígenas do Brasil, recuperando 15 trabalhos sobre a temática entre 2014 a 2024. As comunidades urbanas (27%) e rurais (67%) tiveram maior representatividade que as indígenas (6%). A região Nordeste foi a que obteve maior destaque nas publicações (46%). Documentou-se 42 espécies dos filos Basidiomycota e Ascomycota. A família Polyporaceae foi a melhor representada, com nove espécies catalogadas. A maioria das espécies é sapróbia (65%). O índice de Sørensen revelou alta similaridade entre as aldeias (0,41) e maior diversidade de Shannon encontrada na Aldeia Três Irmãos. Para os Guajajara, a estação chuvosa (88%) é o período que os macrofungos mais aparecem, e crescem em sua maioria nos troncos das arvores (51%). Dado o exposto, podemos assegurar que essas aldeias não possuem total aversão aos macrofungos, sendo consideradas parcialmente micofílicas. Mais estudos são necessários para a divulgação da Etnomicologia entre os povos originários, com vistas a minimizar as lacunas sobre a biodiversidade e conservação fúngica, sobretudo para o estado do Maranhão. ABSTRACT: Ethnomycological research allows for a better understanding of the use of macrofungi by ethnic groups and provides a clearer picture of the worldview that people have about the ecology, use, classification, and conservation of macrofungi. The objective of this study was to investigate and systematize the traditional knowledge of the Guajajara native peoples about macrofungi, presenting a systematic review of the theme, highlighting their diversity, ecological importance and traditional uses, in order to develop an educational booklet that promotes the conservation of these organisms in indigenous villages. The research was outlined in the following questions: how are fungi perceived in the environment and how is ethnomological knowledge transmitted between generations? Are there uses of species and how can we rescue this knowledge to conserve species? Two hypotheses were listed to understand the questions presented: the Guajajara know and make use of the macrofungi found in the environment. The Pé de Galinha and Três Irmãos villages of the Guajajara ethnic group in Barra do Corda/MA, were chosen to carry out the study. As methodological contributions, the qualitative analysis used the techniques of rapport, guided tours for the collection of mycological material, field notebook, checklist-interview, with semi-structured interview. The use value, Shannon-Weiner diversity index, Sørensen index and Prisma method were used for quantitative analysis. The collected material was incorporated into the Graziela Barroso Herbarium (TEPB) of UFPI. The sample universe had 96 indigenous people, including young people, adults and the elderly. The results revealed that the Guajajara recognize and have already made use of at least six species of those documented. They agreed that Auricularia tremellosa (Fr.) Pat. Was used in the feeding of the ancestors. On playfulness: Calvatia rugosa (Berk. & M.A. Curtis) D.A. Reid, Geastrum hariotii Lloyd. And G. javanicum Lev. And occasionally for medicinal purposes they cited Pycnoporus sanguineus (L.) Murrill and Lentinus crinitus (L.) Fr. The use value was not so expressive. Vertical transmission was responsible for the dynamics of knowledge about macrofungi. Although interest in Ethnomycology has advanced in recent years, few studies (6.6%) have been conducted with indigenous peoples in Brazil, recovering 15 studies on the subject between 2014 and 2024. Urban (27%) and rural (67%) communities had greater representation than indigenous communities (6%). The Northeast region was the one that stood out the most in the publications (46%). 42 species of the phyla Basidiomycota and Ascomycota were documented. The polyporaceae family was the best represented, with nine species cataloged. Most species are saprobic (65%). The Sørensen index revealed high similarity between the villages (0.41) and greater Shannon diversity found in the Três Irmãos village. For the Guajajara, the rainy season (88%) is the period in which macrofungi appear the most, and they grow mostly on tree trunks (51%). Given the above, we can assure you that these villages do not have a total aversion to macrofungi, being considered partially mycophilic. More studies are needed for the dissemination of Ethnomycology among native peoples, with a view to minimizing the gaps in biodiversity and fungal conservation, especially for the state of Maranhão. pt_BR
dc.description.sponsorship Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí - FAPEPI pt_BR
dc.language.iso other pt_BR
dc.subject Etnomicologia pt_BR
dc.subject Povos Originários pt_BR
dc.subject Percepção pt_BR
dc.subject Etnoconservação pt_BR
dc.subject Ethnomycology pt_BR
dc.subject Indigenous Peoples pt_BR
dc.subject Perception pt_BR
dc.subject Ethnoconservation pt_BR
dc.title ENTRE FUNGOS E SABERES: diversidade e valorização do conhecimento etnomicológico dos povos originários Guajajara do Maranhão pt_BR
dc.type Preprint pt_BR


Files in this item

This item appears in the following Collection(s)

Show simple item record

Search DSpace


Advanced Search

Browse

My Account