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RESUMO
Este trabalho utilizou uma abordagem meta-analítica para avaliar o impacto da inclusão
de glicerina e melaço em dietas para ovinos, com foco no desempenho animal,
características de carcaça, parâmetros físico-químicos e perfil de ácidos graxos da carne.
O Estudo 1 investigou os efeitos da glicerina bruta na dieta de ovinos, utilizando 38
artigos selecionados para a meta-análise. Os resultados mostraram que a inclusão de
glicerina aumentou a digestibilidade da matéria seca, proteína bruta e fibra em detergente
neutro, mas reduziu a ingestão de nitrogênio e a excreção urinária de nitrogênio. Houve
também alterações na coloração e composição centesimal da carne. A análise de
subgrupos revelou que o fator genético influenciou o aumento no consumo de matéria
seca (CMS) e a redução de ácidos graxos saturados (AGS). O tipo de delineamento
experimental afetou significativamente o consumo de matéria seca (CMS) e a
digestibilidade da proteína bruta (PB). Além disso, o período de alimentação e a
quantidade de concentrado contendo glicerina influenciaram os resultados, com um
aumento na digestibilidade da proteína bruta e da glicemia em períodos de alimentação
mais longos. Concluiu-se que a glicerina pode ser um substituto eficaz para ingredientes
energéticos, melhorando a digestibilidade sem comprometer a qualidade da carne,
especialmente quando ajustada para fatores como genética e delineamento experimental.
O Estudo 2 avaliou o efeito do melaço na dieta de ovinos, com base em 26 artigos
incluídos na meta-análise. A inclusão de melaço aumentou a digestibilidade da matéria
seca, fibra em detergente ácido e neutro, propionato e butirato, mas reduziu o consumo
total de matéria seca, nitrogênio uréico no sangue, pH ruminal, acetato, isovalerato e
isobutirato. A análise mostrou que a resposta ao melaço pode variar conforme a idade dos
animais, com uma diminuição do consumo de matéria seca total (CMS-Total) e da
digestibilidade da proteína bruta em ovinos entre 6 a 8 meses de idade. Além disso, a
inclusão de melaço por períodos curtos (menos de 30 dias) aumentou a digestibilidade da
fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). O melaço também
aumentou o peso corporal final, ganho médio diário e rendimento de carcaça,
especialmente em níveis de 100 a 200 g/kg na dieta. Esses resultados sugerem que o
melaço é uma opção viável para melhorar o desempenho animal e as características de
carcaça, mas a dosagem e o tempo de inclusão devem ser ajustados para maximizar os
benefícios e minimizar os impactos negativos na ingestão e fermentação ruminal. Ambos
os subprodutos, glicerina e melaço, demonstraram ser alternativas viáveis aos
ingredientes convencionais de dieta para ovinos, com benefícios distintos. No entanto, as
dosagens devem ser ajustadas cuidadosamente para equilibrar os benefícios de
digestibilidade e desempenho com possíveis impactos negativos na ingestão e na
fermentação ruminal. Estudos adicionais são recomendados para otimizar as dosagens e
explorar mais a fundo as interações com outros componentes dietéticos e fatores de
manejo. ABSTRACT
This study employed a meta-analytical approach to evaluate the impact of including
glycerin and molasses in sheep diets, focusing on animal performance, carcass
characteristics, physicochemical parameters, and fatty acid profile of the meat. Study 1
investigated the effects of crude glycerin in sheep diets using 38 selected articles for the
meta-analysis. The results showed that the inclusion of glycerin increased the digestibility
of dry matter, crude protein, and neutral detergent fiber but reduced nitrogen intake and
urinary nitrogen excretion. There were also changes in meat color and centesimal
composition. Subgroup analysis revealed that the genetic factor influenced the increase
in dry matter intake (DMI) and the reduction in saturated fatty acids (SFA). The type of
experimental design significantly affected dry matter intake (DMI) and crude protein
digestibility (CPD). Additionally, the feeding period and the amount of concentrate
containing glycerin influenced the results, with an increase in crude protein digestibility
and glycemia observed with longer feeding periods. It was concluded that glycerin can
be an effective substitute for energy ingredients, improving digestibility without
compromising meat quality, especially when adjusted for factors such as genetics and
experimental design. Study 2 evaluated the effect of molasses in sheep diets based on 26
articles included in the meta-analysis. The inclusion of molasses increased the
digestibility of dry matter, acid detergent fiber, neutral detergent fiber, propionate, and
butyrate but reduced total dry matter intake, blood urea nitrogen, rumen pH, acetate,
isovalerate, and isobutyrate. The analysis showed that the response to molasses can vary
according to the age of the animals, with a decrease in total dry matter intake (TMI) and
crude protein digestibility in sheep aged between 6 to 8 months. Furthermore, the
inclusion of molasses for short periods (less than 30 days) increased the digestibility of
neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber (ADF). Molasses also increased
final body weight, average daily gain, and carcass yield, especially at levels of 100 to 200
g/kg in the diet. These results suggest that molasses is a viable option for improving
animal performance and carcass characteristics, but the dosage and inclusion time should
be adjusted to maximize benefits and minimize negative impacts on intake and rumen
fermentation. Both by-products, glycerin and molasses, proved to be viable alternatives
to conventional dietary ingredients for sheep, each with distinct benefits. However,
dosages should be carefully adjusted to balance the benefits of digestibility and
performance with potential negative impacts on intake and rumen fermentation. Further
studies are recommended to optimize dosages and explore interactions with other dietary
components and management factors more deeply. |
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