Abstract:
RESUMO: A interpretação dos dados contidos nos rótulos dos alimentos é um passo importante por
influenciar o poder de compra e refletir na saúde individual e coletiva. Poucos são os estudos
que investigam sobre a tomada de decisão na aquisição de alimentos infantis pelos pais e ou
responsáveis. Desta forma, visou-se analisar os rótulos de alimentos infantis e o impacto das
alegações frontais no poder de decisão de compra. O projeto foi aprovado pelo comitê de Ética
da UFPI sobre parecer nº 6.101.451. A pesquisa é um recorte do projeto intitulado “Criação de
um Banco Brasileiro de Rótulos de Alimentos”, coordenado por docentes da UNIFESP e,
localmente, pela orientadora deste subprojeto. Os dados foram coletados em supermercados de
grande porte de Teresina no segundo semestre de 2023. As informações dos rótulos foram
coletadas por meio da Plataforma Otus Solutions, já as informações referentes a obtenção de
dados descritivos dos consumidores foram realizadas por meio de aplicação de questionário
validado. Foram aplicados 329 questionários com pais que faziam compras no supermercado.
Em relação aos rótulos, foram analisados 179 rótulos de alimentos destinados para crianças,
subdivididos em 9 grupos (salgadinhos, preparados sólidos para refresco, pó para preparo de
bebidas, laticínios, cereais matinais, cereais para preparo de mingau, biscoitos, bebidas e
achocolatado em pó). Dos rótulos analisados, observou-se que as alegações com maior
frequência foram de vitaminas e minerais. Referente às alegações para ingredientes críticos,
apenas dois rótulos estavam condizentes com a legislação. Com a aplicação do questionário,
verificou-se que as informações mais procuradas pelos pais nos rótulos são: teor de açúcar
(139), validade (105), quantidade de sódio (100), teor de gordura (72), ingredientes (45),
calorias (42) e conservantes (41). Os alimentos que os consumidores costumavam verificar nos
rótulos foram iogurte (165), biscoitos (158), leite (103), sucos de garrafa (45), achocolatados
(37), cereais para preparo de mingaus (35) e suco de caixinha (31). Dentre os participantes,
62,0% (204) eram responsáveis pela aquisição de gêneros alimentícios para crianças e faziam
a leitura do rótulo frontal no ato da compra e 62,9% (207) dos pais, considera o rótulo
importante e confia nas informações expostas. A maioria da população estudada afirmou que
já fez compras de produtos por conter alegações frontais 55,6% (183) e 83,3% (274) dos
participantes relataram que as alegações interferem nas suas escolhas no ato da compra. Ainda,
72,3% (238) dos pais respondeu que deixou de adquirir algum produto por conter alegações no
rótulo frontal. A literatura corrobora com os resultados obtidos no presente estudo, afirmando
que alegações frontais presentes em rótulos exercem poder de compra de alimentos. Concluiuse
que as alegações frontais presentes nos rótulos de alimentos destinados ao público infantil
interferem na decisão de compra dos pais, independentemente se for uma alegação que contenha
informações favoráveis ou desfavoráveis. Das alegações de ingredientes críticos, o maior
porcentual dos rótulos não estava condizente com a legislação para alimentos embalados, sendo
justificável pelo aumento do prazo para adequação dos rótulos.
ABSTRACT: Interpreting the data contained on food labels is an important step as it influences purchasing
power and reflects on individual and collective health. Few studies have investigated decisionmaking
in the purchase of children's food by parents and/or guardians. The aim was therefore
to analyze children's food labels and the impact of front-of-package claims on purchasing
decisions. The project was approved by UFPI's Ethics Committee under opinion no. 6.101.451.
The research is part of the project entitled "Creation of a Brazilian Food Label Database",
coordinated by professors from UNIFESP and, locally, by the supervisor of this sub-project.
The data was collected in large supermarkets in Teresina in the second half of 2023. The
information on the labels was collected using the Otus Solutions Platform, while the
information on obtaining descriptive data from consumers was collected using a validated
questionnaire. A total of 329 questionnaires were administered to parents shopping at the
supermarket. With regard to labels, 179 food labels for children were analyzed, subdivided into
9 groups (snacks, solid preparations for soft drinks, powder for preparing drinks, dairy products,
breakfast cereals, cereals for preparing porridge, cookies, drinks and chocolate powder). Of the
labels analyzed, the most frequent claims were for vitamins and minerals. With regard to claims
for critical ingredients, only two labels complied with the legislation. The questionnaire showed
that the information most sought after by parents on labels is: sugar content (139), shelf life
(105), sodium content (100), fat content (72), ingredients (45), calories (42) and preservatives
(41). The foods that consumers usually checked the labels for were yogurt (165), cookies (158),
milk (103), bottled juices (45), chocolate milk (37), cereals for making porridge (35) and boxed
juice (31). Among the participants, 62.0% (204) were responsible for buying food for children
and read the front label at the time of purchase and 62.9% (207) of the parents consider the
label to be important and trust the information on it. The majority of the population studied said
that they had already bought products because they contained front-of-pack claims 55.6% (183)
and 83.3% (274) of the participants reported that the claims interfered with their choices at the
time of purchase. In addition, 72.3% (238) of parents answered that they had stopped buying a
product because it contained claims on the front label. The literature corroborates the results
obtained in this study, stating that front-of-label claims exert purchasing power over food. It
was concluded that front-of-package claims on food labels aimed at children interfere with
parents' purchasing decisions, regardless of whether the claim contains favorable or unfavorable
information. Of the critical ingredient claims, the highest percentage of labels did not comply
with the legislation for packaged foods, which can be justified by the increase in the deadline
for adapting labels.