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RESUMO: Pessoas com deficiência (PcDs), em especial aqueles com deficiências
intelectuais e motoras, necessitam de atendimento odontológico adequado e
regular por serem mais suscetíveis a problemas bucais, como altas prevalências de
cárie e doenças periodontais. No entanto, a inexperiência profissional e
indisponibilidade desses serviços podem ser barreiras na busca por este
atendimento. O objetivo deste estudo foi comparar a experiência de cárie de PcDs
antes e após o desligamento de um centro de atenção à saúde, verificar as
necessidades de tratamentos e a forma de acesso destes pacientes ao tratamento
odontológico. O estudo de coorte retrospectivo foi realizada no Centro Integrado de
Educação Especial (CIES), em Teresina, capital do Piauí, com jovens desligados
do CIES entre 2014 a 2021. Os participantes foram submetidos a exame clínico
para obtenção do índice de dentes Cariados, Perdidos e Obturados (CPOD) a fim
de comparar com o último índice CPOD registrado nos prontuários antes do
desligamento. Os cuidadores responderam a um questionário com perguntas
relacionadas a aspectos sociodemográficos e à rotina do participante, abordando a
frequência e o acesso a serviços odontológicos. Participaram do estudo 86 jovens
com idade média 19,73. Houve um aumento no valor médio do CPOD dos
participantes, que antes do desligamento era 1,66 e após, 4,3, além do aumento do
número de dentes cariados e restaurados. Dificuldades para obter atendimento
após o desligamento do CIES foram relatadas por 65,1% dos cuidadores, sendo a
maior delas relacionadas a falta de profissionais qualificados (29%). Depois do
desligamento, 76,7% dos participantes realizaram tratamento odontológico e 33,7%
receberam atendimento uma vez por ano. As instituições públicas, incluindo o
CIES, e os consultórios particulares foram os serviços mais buscados. Conclui-se
que houve o aumento da experiência de cárie dos participantes após o
desligamento do centro e que essa população enfrenta obstáculos na busca por
serviços odontológicos. É necessário que mais serviços de saúde sejam
disponibilizados e a inserção de mais profissionais capacitados para receber essa
população.
ABSTRACT:
People with disabilities, especially those with intellectual and motor disabilities,
are individuals susceptible to oral problems, such as high prevalence of dental caries
and periodontal diseases, thus requiring adequate and regular dental care. However,
these patients encounter barriers in seeking care, such as professional inexperience
and unavailability of these services. The aim of this study was to compare the caries
experience of people with disabilites before and after leaving a health care center, to
verify their treatment needs and how they access dental treatment. The retrospective
cohort study was carried out at the Integrated Center for Special Education (CIES), in
Teresina, capital of Piauí, with young people disconnected from CIES between 2014
and 2021. Participants underwent a clinical examination to obtain the index of
decayed, missing and filled teeth (DMFT) in order to compare it with the last DMFT
index recorded in the medical records prior to discharge. The caregivers answered a
questionnaire with questions related to sociodemographic aspects and the
participant's routine, addressing the frequency of and access to dental services. A
total of 86 young people took part in the study, with an average age of 19.73. There
was an increase in the average DMFT value of the participants, which was 1.66
before the disconnection and 4.3 afterwards, as well as an increase in the number of
decayed and restored teeth. Difficulties in obtaining care after leaving the CIES were
reported by 65.1% of the caregivers, the greatest of which was related to the lack of
qualified professionals (29%). After leaving, 76.7% of the participants had dental
treatment and 33.7% received care once a year. Public institutions, including CIES,
and private practices were the most sought-after services. It can be concluded that
there was an increase in participants' caries experience after leaving the center and
that this population faces obstacles when seeking dental services. More health
services need to be made available and more professionals need to be trained to
receive this population. |
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