Repositório Institucional da UFPI

“QUE PODE O CORPO NEGRO E PERIFÉRICO?”: (r)existências de jovens mulheres na Universidade Federal do Piauí (UFPI)

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dc.contributor.author PEREIRA, Verônica Maria e Silva
dc.date.accessioned 2024-10-15T13:12:55Z
dc.date.available 2024-10-15T13:12:55Z
dc.date.issued 2024-10-15
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/123456789/3728
dc.description Orientadora: Profa. Dra. Maria Rosângela de Souza Examinadora externa: Profa. Dra. Carolina Ruoso - UFMG Examinador externo: Prof. Dr. Francisco de Oliveira Barros Júnior Suplente: Profa. Dra. Rossana Maria Marinho Albuquerque pt_BR
dc.description.abstract RESUMO Esta pesquisa nasce das minhas implicações pessoais e acadêmicas, tendo como bases teóricas o pensamento de intelectuais negras/os, o feminismo negro e as teorias decoloniais. O tema-gerador são as (r)existências de jovens mulheres negras e periféricas, estudantes da graduação na Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina, Piauí. O objetivo geral foi produzir e analisar confetos (conceitos perpassados por afetos) sobre as vivências e (r)existências de jovens mulheres negras e periféricas na UFPI. A metodologia utilizada foi a abordagem sociopoética – uma teoria e prática filosófica de pesquisa grupal que percebe os saberes populares e acadêmicos iguais em direitos e que utiliza de dispositivos artísticos para pesquisar com o corpo todo. Através de oficinas em ambiente virtual, o grupo-pesquisador produziu dados (produções plásticas e relatos orais), que foram posteriormente analisados. O estudo transversal dos dados revelou duas linhas de pensamento predominantes: 1) os problemas da identidade das mulheres negras e periféricas; 2) os sentidos de pertencimento na UFPI. O estudo também apontou que um corpo negro ocupando a universidade ainda incomoda muita gente e é visto com estranhamento e preconceitos, julgado com base em estereótipos que dificultam ou impedem a autonomia do ser. Para fazer parte do espaço e dos grupos – mesmo que sem realmente pertencer a eles – é necessária adequação, adaptação e assimilação. Então, a identidade da mulher negra e periférica se configura como uma questão a partir da qual ela tem a possibilidade de pertencer ou se sentir pertencente ao ambiente. Esta mulher – que não é uma, mas várias – se expressa, se relaciona e ocupa a universidade através de múltiplos devires e performances do seu corpo-capa-gelatinoso conforme os lugares ocupados, as pessoas encontradas e os sentimentos de pertencimento. Ser uma mulher negra e periférica na UFPI é ser: um corpo-forasteiro-da-encruzilhada que ora é observado, ora é invisibilizado; um corpo-ocupante-da-encruzilhada que invade um espaço que não lhe pertence, mas o ocupa mesmo assim. A passagem pela encruzilhada é uma ponte-início-meio-fim, etapas e processos onde o corpo atravessa vários obstáculos-caminhos-desconhecidos impostos ao corpo negro, além de diversos outros obstáculos como: poço-buraco-estranheza, buraco-vazio-solidão, buraco-de-sempre, labirintos-desafios, rio-espaço-privilegiado. Diante de tantos desafios e obstáculos, que pode o corpo negro e periférico das jovens mulheres na UFPI? Ele pode (r)existir através das suas múltiplas potências – cria seus próprios mecanismos, constrói afetos com semelhantes, dança, pula, voa, é resiliente, é flexível, se resguarda, sobe as paredes dos labirintos, sai dos buracos, se transforma, se metamorfoseia, se recria, se reinventa, é um corpo que se recusa a ficar parado ou desistir. ABSTRACT This research was conceived from my personal and academic implications, founded theoretically by the reasoning of black intellectuals, black feminism, and decolonial theories. The generator theme is the (r)existence of young black and peripheral women, undergraduate students at the Federal University of Piauí (UFPI), in Teresina, Piauí. The general objective was to produce and analyze “confetos” (concepts permeated by affection) about the experiences and (r)existence of young black and peripheral women at UFPI. The methodology used was the sociopoetic approach – a philosophical theory and practice of group research that discerns popular and academic knowledge equal in rights and makes use of artistic devices to research with the whole body. Through workshops in a virtual environment, the researcher group produced data (plastic productions and oral reports), which were later analyzed. The cross-sectional study of the data disclosed two predominant lines of thinking: 1) the identity problems of black and peripheral women; 2) the sense of belonging at UFPI. The study also pointed out that a black body occupying the university still bothers a lot of people and is seen with estrangement and prejudice, established on stereotypes that obstruct or inhibit the autonomy of the human being. To be part of the space and the groups – even without belonging to them – it is crucial to adjust, adapt and assimilate. Therefore, the black and peripheral women's identity is configured as an issue from which she has the possibility of being part of the environment. This woman – not one, but several – expresses herself, relates to, and occupies the university through multiple becomings and performances by her gelatinous-cape-body according to the occupied places, the people she met, and the sense of belonging. To be a black and peripheral woman at UFPI is to be: an outsider-crossroads-body that is sometimes observed, sometimes made invisible; a crossroads-occupant-body that overruns a space that does not belong to it, but occupies it anyway. Passing through the crossroads there is a start-middle-ended-bridge, as well as stages and processes where the body crosses several unknown-obstacle-paths imposed on the black body, in addition to several other obstacles such as well-hole-strangeness, hole-empty-solitude, the-usual-hole, challenge-mazes, river-privileged-space. Faced with so many challenges and obstacles, what can the black and peripheral body of young women at UFPI do? It can (r)exist through its multiple powers – it creates its mechanisms, builds affections with peers, dances, jumps, flies, be resilient, be flexible, protects itself, climbs the walls of labyrinths, leaves up holes, transforms itself, recreates itself if passing through metamorphosis, reinvents itself. It is a body that refuses to stand still or give up. pt_BR
dc.description.sponsorship Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES pt_BR
dc.language.iso other pt_BR
dc.subject Sociologia pt_BR
dc.subject (R)existências pt_BR
dc.subject Jovens mulheres negras pt_BR
dc.subject Interseccionalidade pt_BR
dc.subject Ensino superior público pt_BR
dc.subject Universidades ocidentalizadas pt_BR
dc.subject UFPI pt_BR
dc.subject Sociopoética pt_BR
dc.subject (R)existence pt_BR
dc.subject Young black women pt_BR
dc.subject Intersectionality pt_BR
dc.subject Public higher education pt_BR
dc.subject Westernized universities pt_BR
dc.subject UFPI pt_BR
dc.subject Sociopoetics pt_BR
dc.title “QUE PODE O CORPO NEGRO E PERIFÉRICO?”: (r)existências de jovens mulheres na Universidade Federal do Piauí (UFPI) pt_BR
dc.type Preprint pt_BR


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