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ENTRE CONVERSAS E MEMÓRIAS: mulheres da Amazônia Tucuju narram suas histórias

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dc.contributor.author SILVA, João Paulo da
dc.date.accessioned 2024-10-08T13:45:03Z
dc.date.available 2024-10-08T13:45:03Z
dc.date.issued 2024-10-08
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/123456789/3680
dc.description Orientadora: Profa. Dra. Rossana Maria Marinho Albuquerque Examinador interno: Prof. Dr. Samuel Pires de Melo Examinadora externa: Profa. Dra. Zélia Amador de Deus - UFPA pt_BR
dc.description.abstract RESUMO A modernidade-colonialidade produziu estereótipos de inferioridade e subalternidade quanto aos não contemplados pelo ser masculino, branco, rico e europeu. Este trabalho foi desenvolvido na Amazônia amapaense e produzido a partir das vozes das amazônicas Marilda (in memoriam), Rejane e Sônia, protagonistas das narrativas de suas vidas. A pergunta de pesquisa fundou-se no questionamento de como a territorialidade amazônica atravessa interseccionalidades de gênero, raça e classe e particulariza a construção das histórias de vida de mulheres racializadas pertencentes à Amazônia Amapaense para buscar as (in)conclusões deste estudo. Seu objetivo consistiu em analisar, através da interseccionalidade, como as opressões da ordem de gênero, raça, classe e territorialidade se intercruzaram nas trajetórias de vida das protagonistas a partir de suas formações sócio-históricas individuais. O texto dissertativo literário construiu-se a partir das vozes das narradoras, que me contaram suas vidas em meio a um encontro presencial com Marilda (in memoriam) e dois encontros virtuais com Rejane e Sônia. Por entender que a valorização da subjetividade seria imprescindível para criar uma atmosfera natural quanto aos relatos das narradoras, vislumbrei no método narrativo o instrumento possível para a fidelidade narrativa a seus olhares sobre suas histórias e o fato de viverem em um país com feridas coloniais produtoras de racismo, sexismo, preconceitos regionais etc. Na condução das entrevistas narrativas biográficas, um roteiro com temáticas que abordaram pontos desde o nascimento até suas visões de futuro foram os fios condutores para escuta e coleta de suas histórias. A interseccionalidade serviu como ferramenta analítica para projeção das subalternidades e resistências enfrentadas pelas sujeitas de pesquisas no decorrer de suas vidas. A subjetividade inerente ao estudo, pela ótica do vislumbre de que a inferioridade produzida pelo projeto colonial moderno tem na voz do subalterno a força e legitimação de sua (r)existência, alinhou-se a epistemologia decolonial, antirracista e feminista, a fim de, mesmo na consciência de não ser o subalterno capaz de mudar o status quo do eurocentrismo nas relações sociais e cientificas de ser, saber e poder, ser necessário a denotação de maior sentido a produções acadêmicas a partir de escrevivências pensadas por Conceição Evaristo (2013). Teóricas como Grada Kilomba (2019), Sueli Carneiro (2011), Angela Davis (2016), Piedade Videira (2009), Zélia Amador de Deus (2020) e Catherine Walsh (2014) e autores como Quijano (2009), Dussel (2005), Vieira (2016) e Souza (2002) fizeram coro com protestos de artistas amazônicas como Gaby Amarantos (2020), Keila (2020) e Tami Martins (2020). Junto às vozes das protagonistas foi possível apresentar vivências reais em uma Amazônia fora do espectro colonial dominante, pensando esse território além de conceitos equivocados (“pulmão do mundo”, “índio” e “mato”). Foi possível, então, vislumbrar uma Amazônia urbana, encantada, pluricultural, afrofuturista, músico-instrumental... Quanto às suas (in) conclusões, perceberam-se rastros coloniais responsáveis por introjetarem na mentalidade brasileira negação e inferiorização de tudo que remeta às vivências divergentes do padrão eurocêntrico colonial de existir. Re(x)istir resume o que Marilda, Regina e Sônia trouxeram enquanto cernes para consolidação deste texto, responsável por eternizar suas memórias e transformá-las em fontes pedagógicas anticoloniais imprescindíveis na continuidade de lutas estratégicas contra opressões derivadas do projeto colonial europeu. ABSTRACT Coloniality modernity produced stereotypes of inferiority and subalternity for those who was not contemplated by being "me" (colonial), male, white, rich and European. This work was developed in the Amapa Amazon and produced from the racialized voices of the Amazonians Marilda (in memoriam), Rejane and Sônia. The protagonists of the narratives of their lives, the research question was based on the questioning of how the Amazonian territoriality crosses the intersectionalities of gender, race and class, and particularizes the construction of the life stories of racialized women belonging to the Amapaense Amazon, in order to seek the (in) conclusions of the study in question. The objective was to analyze, through intersectionality, how oppressions of the order of gender, race, class, and territoriality intersected in the life trajectories of the protagonists, from their individual socio-historical formations. The literary dissertation was built, in the field, from the voices of the narrators, who told me their lives in the midst of a face-to-face meeting with Marilda (in memoriam) and two virtual meetings, respectively, with Rejane and Sônia. By understanding that the valorization of subjectivity would be indispensable to create a natural atmosphere regarding the narrators' accounts, I glimpsed in the narrative method the possible instrument for the narratives to be faithful to their views about their histories, within a spectrum of living in a country with colonial wounds that produce racism, sexism, regional prejudices, etc. In conducting the biographical narrative interviews, a script with themes that approached points ranging from birth to their visions of the future were the guiding threads for listening and collecting their stories. Intersectionality served as an analytical tool for projecting the subalternities and resistances faced by the research subjects throughout their lives. The subjectivity inherent to the study, from the perspective of the glimpse that the inferiority produced by the modern colonial project has in the voice of the subaltern the strength and legitimation of its (r)existence, was aligned with the decolonial, antiracist, and feminist epistemology, in order to, even in the awareness of not being the subaltern capable of changing the status quo of eurocentrism in social and scientific relations of being, knowing and power, It is necessary to denote greater meaning to academic productions from Latin American experiences, a concept born in the light of the thought of Conceição Evaristo (2013). In closing, the voices of theoreticians such as Grada Kilomba (2019), Sueli Carneiro (2011), Angela Davis (2016), Piedade Videira (2009), Zélia Amador de Deus (2020), and Catherine Walsh (2014), and authors such as Quijano (2009), Dussel (2005), Vieira (2016), and Souza (2002), were joined by cries of protest from Amazonian artists such as Gaby Amarantos (2020), Keila (2020), and Tami Martins (2020). Together with the voices of the protagonists, it was possible to present real experiences in a different Amazon, outside of a dominant colonial spectrum of thinking about this territory beyond empty concepts such as (lung of the world, backward place, place of Indians and bush). On the contrary, a glimpse of an urban, enchanted, multicultural, contemporary, afrofuturist, musician-instrumental Amazon, etc, etc, was possible. As for its (in) conclusions, it was possible to glimpse the unveiling of colonial traces responsible for introjecting into the Brazilian social mentality a negation and inferiorization of everything that refers to the divergent experiences of a modern Eurocentric colonial standard of existence. Re(s)ist, perhaps, summarizes what Marilda, Rejane and Sônia brought as primary sources for the consolidation of this textual whole, responsible for eternalizing their memories and transforming them into anti-colonial pedagogical sources that are indispensable in the maintenance and continuity of strategic struggles against socio-structural oppressions derived from the European colonial imperialist project. pt_BR
dc.language.iso other pt_BR
dc.subject Sociologia pt_BR
dc.subject Amazônia pt_BR
dc.subject Colonialidade pt_BR
dc.subject Modernidade pt_BR
dc.subject Interseccionalidade pt_BR
dc.subject Mulheres racializadas pt_BR
dc.subject Amazon pt_BR
dc.subject Coloniality pt_BR
dc.subject Modernity pt_BR
dc.subject Intersectionality pt_BR
dc.subject Racialized women pt_BR
dc.title ENTRE CONVERSAS E MEMÓRIAS: mulheres da Amazônia Tucuju narram suas histórias pt_BR
dc.type Preprint pt_BR


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