NARRATIVAS CONTRA-HEGEMÔNICAS: a sociologia e o cinema das imagens de resistência em Bacurau

Abstract

RESUMO O mundo telânico (LIPOVETSKY , 2009) e o cinema estão entre as grandes questões do nosso tempo. Essa arte, que nasce com a modernidade, está no centro de relações de poder e da conformação de um pensamento hegemônico. Abordando preliminarmente as aproximações entre Sociologia e Cinema, a partir de inquietações relativas ao Cinema como indústria, arte, cultura e suas possibilidades de análise sociológica, procuro entender como a linguagem do cinema constrói as narrativas que sustentam o pensamento hegemônico e o reconstituem nas sociedades suas bases ao longo do tempo, reproduzindo e acionando diversas conformações no campo social. A partir destes aportes teóricos, partindo do pressuposto de que Cinema é uma arte, portanto campo do conhecimento (DELEUZE, 2018), o trabalho desenvolve uma análise fílmica de Bacurau (2019), para compreender o problema forma-conteúdo na formação de um pensamento contranarrativo ou contra-hegemônico. Para isso, recorro à linguagem do cinema e do cinema revolucionário de Sanjínes (2018), retrabalho a constituição do olhar e do imaginário a partir da forma/conteúdo de um filme, ao passo que por meio de um exercício de imaginação sociológica (MILLS, 1970) confrontamos Sociologia e Cinema. A estratégia adotada foi a análise fílmica e imersão no Cinema de Bacurau. Nota-se que convenções da linguagem do cinema se constituem como elemento essencial nos mecanismos de reprodução de um olhar hegemônico, reconhecendo padrões estéticos como tipos ideais a serem alcançados por outros cinemas se estes desejam ocupar espaços de validação do cinema hegemônico.

RESUMEN El mundo telanico (LIPOVETSKY , 2009) y el cine se encuentran entre los grandes temas de nuestro tiempo. Este arte, que nació con la modernidad, está en el centro de las relaciones de poder y en la conformación de un pensamiento hegemónico. Abordando de manera preliminar las aproximaciones entre Sociología y Cine, a partir de inquietudes relacionadas con el Cine como industria, arte, cultura y sus posibilidades de análisis sociológico, busco comprender cómo el lenguaje del cine construye las narrativas que sustentan el pensamiento hegemónico y lo reconstituye en sus bases de sociedades. a lo largo del tiempo, reproduciendo y desencadenando diversas conformaciones en el ámbito social. A partir de estos aportes teóricos, partiendo del supuesto de que el Cine es un arte, por tanto un campo de conocimiento (DELEUZE, 2018), el trabajo desarrolla un análisis fílmico de Bacurau (2019), para comprender el problema forma-contenido en la formación de un pensamiento contranarrativo o contrahegemónico. Para ello utilizo el lenguaje del cine y el cine revolucionario de Sanjínes (2018), reelaborando la constitución de la mirada y el imaginario desde la forma / contenido de una película, a la vez que mediante un ejercicio de imaginación sociológica (MILLS, 1970) me enfrento a la sociología y al cine. La estrategia adoptada fue el análisis cinematográfico y la inmersión en Cinema de Bacurau. Se observa que las convenciones del lenguaje cinematográfico constituyen un elemento esencial en los mecanismos de reproducción de una mirada hegemónica, reconociendo los estándares estéticos como tipos ideales a ser alcanzados por otros cines si desean ocupar espacios de validación del cine hegemónico.