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RESUMO Introdução: A Hipomineralização molar-incisivo (HMI) é um defeito qualitativo de desenvolvimento do esmalte dentário que acomete primeiros molares permanentes e pode afetar os incisivos. A etiologia da condição é multifatorial, com influência de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. A associação entre HMI e aleitamento materno tem sido investigada, porém os resultados são divergentes. Objetivo: Determinar a associação entre aleitamento materno e presença de HMI por meio de revisão sistemática da literatura. Material e método: O projeto de pesquisa seguiu as diretrizes do PRISMA e foi registrado no PROSPERO (CRD42022320706). Foi realizada busca nas bases de dados MEDLINE-Pubmed, Scopus, Embase e Web of Science, além de busca manual na lista de referências dos estudos incluídos e nas publicações recentes de revistas relevantes para o tema. Pesquisa de literatura cinzenta foi realizada no Google Acadêmico® e OpenGrey. Foram considerados elegíveis os estudos observacionais que investigaram a associação entre HMI e aleitamento materno e excluídos aqueles sem grupo de comparação, que não distinguiram HMI de outros defeitos de desenvolvimento do esmalte ou que tinham dados incompletos. O risco de viés dos estudos foi avaliado utilizando a escala JBI Critical Appraisal para estudos transversais e a escala de Avaliação de Qualidade Newcastle-Ottawa para casos-controle e coorte. Metanálise foi realizada quando pelo menos dois estudos utilizaram o mesmo registro para aleitamento materno utilizando o software RevMan®. Análise do viés de publicação foi realizada para cada metanálise utilizando o software RStudio. A certeza da evidência foi avaliada utilizando os critérios de classificação do GRADE. Resultados: Foram identificados 2593 estudos potencialmente elegíveis, dos quais 39 foram incluídos. Cinco estudos foram resgatados por meio da busca manual e de literatura cinzenta, totalizando 44 estudos incluídos. Foram realizadas três metanálises: ‘aleitamento materno – presença ou ausência’, ‘aleitamento materno menor ou maior que 6 meses’ e ‘aleitamento materno menor ou maior que 12 meses’. Crianças que não receberam aleitamento materno apresentaram 56% mais chance de desenvolver HMI (RC= 1,56; IC 95%= 1,16 – 2,10). Não foi encontrada associação entre tempo de aleitamento materno maior ou menor que seis meses (RC= 1,32; IC 95%= 0,91 – 1,91) ou menor ou maior que 12 meses (RC= 1,20; IC 95%= 0,74 – 1,93) e HMI. Não houve viés de publicação em nenhuma das análises realizadas: ‘aleitamento materno – presença ou ausência’ (t =0,2; df= 8; p= 0,8388), ‘aleitamento materno menor ou maior que 6 meses’ (t= 0,12; df= 10; p= 0.9048) e ‘aleitamento materno menor ou maior que 12 meses’ (t= 0,03; df= 9; p= 0,9782). A certeza da evidência foi considerada muito baixa para todas as metanálises. Conclusão: Aleitamento materno foi associado a menor ocorrência de HMI, porém o tempo de aleitamento não foi relacionado ao defeito.
ABSTRACT Introduction: Molar-incisor hypomineralization (MIH) is a qualitative defect in the development of dental enamel that affects first permanent molars and can affect the incisors. The etiology of the condition is multifactorial, with the influence of genetic, epigenetic and environmental factors. The association between MIH and breastfeeding has been investigated, but the results are divergent. Aim: To determine the association between breastfeeding and the presence of MIH through a systematic review of the literature. Material and method: The research project followed the PRISMA guidelines and was registered in PROSPERO (CRD42022320706). A search was carried out in the MEDLINE-Pubmed, Scopus, Embase and Web of Science databases, in addition to a manual search in the list of references of the included studies and in recent publications of journals relevant to the topic. Gray literature search was performed in Google Scholar® and OpenGrey. Observational studies that investigated the association between MIH and breastfeeding were eligible, and those without a comparison group, which did not distinguish MIH from other enamel development defects, or which had incomplete data, were excluded. Risk of study bias was assessed using the JBI Critical Appraisal scale for cross-sectional studies and the Newcastle-Ottawa Quality Assessment scale for case-control and cohort studies. Meta-analysis was performed when at least two studies used the same registry for breastfeeding using the RevMan® software. Analysis of publication bias was performed for each meta-analysis using the RStudio software. The certainty of the evidence was assessed using the GRADE grading criteria. Results: 2593 potentially eligible studies were identified, of which 39 were included. Five studies were retrieved through manual search and gray literature, so 44 studies were included. Three meta-analyses were performed: 'breastfeeding yes or no', 'breastfeeding less than or longer than 6 months' and 'breastfeeding less than or longer than 12 months'. Children who were not breastfed were 56% more likely to develop MIH (OR= 1.56; CI 95%= 1.16 – 2.10). No association was found between breastfeeding duration longer or shorter than six months (OR= 1.32; CI 95%= 0.91 – 1.91) or shorter or longer than 12 months (PR= 1.20; CI 95% = 0.74 – 1.93) and HMI. There was no publication bias in any of the analyses: 'breastfeeding yes or no' (t =0.21; df= 8; p= 0.8388), 'breastfeeding for less or more than 6 months' (t= 0.12; df= 10; p= 0.9048), and 'breastfeeding for less than or more than 12 months' (t= 0.03; df= 9; p= 0.9782). The certainty of the evidence was considered very low for all meta-analyses. Conclusion: Breastfeeding was associated with a lower occurrence of MIH, but the duration of breastfeeding was not related to the defect. |
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