Abstract:
RESUMO
O tempo em que as crianças passam em frente às telas tem aumentado nos últimos anos; com
isso, as interações sociais face a face sofreram modificações. Entretanto, poucos estudos têm
investigado os indícios de associação entre o Tempo de Tela (TT) e o Reconhecimento das
Expressões Faciais Emocionais (Refe). Dessa forma, a presente dissertação propõe dois
estudos. O primeiro estudo corresponde a uma revisão sistemática, que buscou responder à
seguinte questão: o que a literatura tem identificado como associação entre o TT e as
emoções em crianças? Para tanto, foi realizado um levantamento de artigos nas bases
PubMed, Scielo e Web of Science,a partir da combinação dos seguintes descritores: screen
time, children, child, emotion, emotions, emotional. A qualidade dos artigos foi avaliada a
partir da estrutura recomendada pela Preferred Reporting Items for Systematic Review and
Meta-analyses: The PRISMA Statement, e uma análise de conteúdo dos resultados foi
realizada pelo software IraMuTeQ, a fim de obter uma Nuvem de Palavras e uma Análise de
Similitude. Foram selecionados 11 artigos que compuseram três categorias: O segundo estudo
teve por objetivo investigar a associação entre o tempo de exposição diária às telas com o
Refe. Participaram 60 crianças, entre oito e onze anos de ambos os sexos, que formaram o
grupo controle (até duas 2 h de telas diárias) n = 30; Midade
= 9,43 anos; DP= 1,17 e o grupo
de estudo (tempo superior à 2 h de telas) n= 30; Midade
= 9,45; DP= 1,13. Utilizou-se os
seguintes questionários: sociodemográfico, rastreio do desenvolvimento e o Teste de
Acuidade. O Refe foi avaliado por meio do Banco de Expressões Emocionais Brasileiro e o
uso das mídias de telas foi monitorado pelo Diário do uso de mídias. Os resultados indicaram
que as variáveis: alegria 40% (p= 0,01) e 55 % (p= 0,04), medo 70% (p= 0,03) e tristeza
40% (p= 0,02), apresentaram associação entre as variáveis “tempo de tela” e “as emoções em
faces e suas intensidades”, indicando que o Grupo de Estudo (GE) acertou significantemente
menos estas intensidades em relação ao Grupo Controle (GC). As crianças que fazem mais
uso do tempo de telas tiveram desempenho inferior em relação às crianças que não são
expostas a um longo tempo de tela.
ABSTRACT
Mobile technology devices have become common at all ages; however, the consequences for
children must be evaluated. This dissertation explored the effects of prolonged use of screen
media on children's recognition of emotional facial expressions. Thus, the present study
proposes two studies. The first corresponds to a systematic review, which sought to answer
the following question: what has the literature identified as an association between TT and
emotions in children? To this end, a survey of articles was carried out in the PubMed, Scielo,
and Web of Science databases based on the combination of the following descriptors: screen
time, children, child, emotion, emotions, and emotional. The quality of the articles was
evaluated based on the structure recommended by Preferred Reporting Items for Systematic
Review and Meta-analyses: The PRISMA Statement, and a content analysis of the results was
performed using the IraMuTeQ software to obtain a Word Cloud and a Similitude Analysis.
Eleven articles were selected who offered discussions based on the result obtained through
the word cloud, similarity analysis and the analyzed categories: age, gender and problems in
global development. The second study aimed to investigate the association between the time
of daily exposure to screens and Refe. Participated 60 children between eight and eleven
years old of both genders, who formed the control group (up to two 2 h of daily screens) n =
30; Age = 9.43 years; STDEV = 1.17 and the study group (time greater than 2 h of screens) n
= 30; Mean = 9.45; STDEV = 1.13. The following questionnaires were used:
sociodemographic, development screening, and the Acuity Test and Freiburg Vision Test.
The Refe was evaluated using the Brazilian Emotional Expression Bank, and the use of
screen media was monitored by the Media Usage Diary. The results indicated that the
variables: happiness 40% (p = 0.01) and 55% (p = 0.04), fear 70% (p = 0.03), and sadness
40% (p = 0, 02) showed an association between the variables “screen time” and “emotions in
faces and their intensities”, indicating that the Study Group (SG) hit these intensities
significantly less than the Control Group (GC). Children who use more screen time
performed worse than children who are not exposed to a lot of screen time.