dc.description.abstract |
RESUMO: Estudos epidemiológicos têm descrito a existência de associação entre a ingestão de
polifenóis e redução de fatores de risco cardiovasculares. Porém, dados sobre a estimativa da
ingestão de polifenóis e sua relação com desfechos de saúde, especialmente no nordeste
brasileiro são escassos. Assim, este estudo teve como objetivo estimar a ingestão de
polifenóis, os principais contribuintes alimentares e identificar a distribuição de ingestão de
polifenóis, segundo as variáveis de estudo em adultos e idosos, bem como avaliar a relação
entre a estimativa de ingestão de polifenóis e o perfil de lipídico em adultos e idosos
residentes na cidade de Teresina, Piauí. Este estudo é do tipo transversal, domiciliar, de base
populacional composto por adultos e idosos, realizada em Teresina, Piauí, Brasil. O consumo
alimentar foi obtido por recordatório alimentar de vinte e quatro horas. A estimativa de
ingestão de polifenóis foi calculada multiplicando os dados de consumo de alimentos do
recordatório pelo teor de polifenóis em alimentos descritos no banco de dados Phenol-
Explorer. Foram coletados dados sociodemográficos, hábito de vida e saúde. A análise
estatística foi realizada utilizando o pacote estatístico Stata® versão 14. Os dados foram
apresentados em médias, desvio-padrão, medianas e intervalo interquartil. No artigo 1, foi
realizada uma revisão sistemática da literatura de ensaios clínicos randomizados, que
investigaram os efeitos do consumo de maçã in natura e/ou desidratada sobre o perfil lipídico
de indivíduos adultos com dislipidemia. A partir da metodologia utilizada e seguindo as
estratégias de busca pré-estabelecidas, foram encontrados 4.468 artigos. Após aplicação dos
critérios de inclusão e exclusão foram selecionados cinco artigos para avaliação qualitativa. A
análise dos estudos indica que o consumo de maçã fresca e/ou desidratada com casca
diminuiu o colesterol total e o colesterol de lipoproteína de baixa densidade. No artigo 2, a
estimativa de ingestão de polifenóis foi realizada em uma amostra de 501 indivíduos,
composta por 73,5% de adultos e 26,5% idosos. A média de ingestão de polifenóis totais foi
de 1006,53 mg/dia. Os ácidos fenólicos (619,6 mg/dia) foi a classe de maior ingestão, seguida
dos flavonóis (397,9 mg/dia). Os principais alimentos contribuintes para a ingestão de
polifenóis totais foram café, feijão e maçã. Os adultos apresentaram maior ingestão de
diidrochalconas, ácidos hidroxifenilacéticos e ácidos hidroxibenzóicos. A ingestão de
polifenóis totais foi significativamente maior nos indivíduos com níveis séricos de colesterol
total e triglicerídeos elevados. O presente estudo fornece pela primeira vez dados de ingestão
de polifenóis totais, classes e subclasses presentes na dieta da população avaliada. A ingestão
de flavonas e flavanonas foi maior em indivíduos com perfil lipídico não aterogênico. Porém,
a ingestão de polifenóis não foi associada a um melhor perfil lipídico, exceto para o HDL-c.
ABSTRACT: Epidemiological studies described the existence of an association between polyphenol intake
and reduced cardiovascular risk factors. However, data on the estimation of polyphenol intake
and its relationship with the health scenario, especially in northeastern Brazil, are scarce.
Thus, this aimed to estimate the intake of phenols, the main dietary contributors, and to
identify a policy of polyphenol intake, according to study variables in adults and the elderly,
as well as to assess the relationship between a polyphenol intake study and the profile of lipid
in adults and elderly in the city of Teresina, Piauí. This is a cross-sectional, home-based,
population-based study of adults and elderly people, carried out in Teresina, Piauí, Brazil.
Food consumption was obtained using a twenty-four-hour food recall. An estimate of
polyphenol intake was projected into the Food-Explorer database. Sociodemographic data,
life habits and health were given. A statistical analysis was performed using the Stata®
statistical package version 14. Data were presented as means, standard deviation, medians and
interquartile range. In article 1, a systematic review of the literature of randomized clinical
trials was performed, which investigate the effects of fresh or dehydrated apple consumption
on the lipid levels of adults with dyslipidemia. Based on the methodology used and following
the pre-established search strategies, 4,468 articles were found. After applying the inclusion
and exclusion criteria, five articles were selected for qualification. Cholesterol analysis of
studies indicates consumption of fresh apple and/or cholesterol analysis of total cholesterol
and low density. In no article, an estimate of polyphenol intake was performed on a 501.5%
sample consisting of 73.5% adults and 26.5% elderly. The average intake of total polyphenols
was 1006.53 mg/day. Phenolic acids (619.6 mg/day) were the highest intake class, followed
by flavonols (397.9 mg/day). The main foods contributing to total polyphenol intake were
coffee, beans and apples. Adults have a higher intake of dihydrochal, hydroxyphenylacetics
and hydroxybenzoics. Elevated polyol intake was significantly at levels with elevated total
cholesterol and triglyceride levels. The present study provides for the first time data on
polyphenols, classes and subclasses presented in the diet. The intake of flavones and
flavanones was higher in a non-therogenic lipid profile. However, the intake of polyphenols
was not associated with a better lipid profile, except for HDL-c. |
pt_BR |