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RESUMO: A presente pesquisa se propõe ao estudo acerca da força normativa dos estatutos deontológicos
sobre o consentimento livre e esclarecido na garantia dos direitos do participante da pesquisa
clínica. Inicialmente, discorre-se sobre as bases históricas da teoria do consentimento
informado e a estrutura dogmática do instituto. Para tanto, é realizada uma análise de sua
natureza jurídica prioritariamente sob o ponto de vista da teoria do fato jurídico. Além disso,
discorre-se sobre os elementos de pressuposição e requisitos de validade do consentimento no
âmbito da saúde. Ainda no primeiro capítulo, são examinados os bens jurídicos tutelados pelo
consentimento na pesquisa em seres humanos, no âmbito civil e criminal, de modo a discutir
os direitos que assistem ao paciente na situação de uma intervenção médica arbitrária, ou seja,
realizada sem consentimento ou com a obtenção de um consentimento viciado. Em seguida,
no segundo capítulo, passa-se à análise da teoria do diálogo das fontes no sistema jurídico
brasileiro, apresentando a visão proposta por Cláudia Lima Marques1, bem como os
argumentos contrários à aplicação de tal teoria. Ainda, apresenta-se o atual estado da arte da
teoria na doutrina e jurisprudência pátrias. O terceiro capítulo versa sobre as possíveis
respostas à questão da função das normas deontológicas na proteção do participante da
pesquisa clínica, avaliando a influência da soft law, do direito consuetudinário e, ainda, a
aplicação do diálogo das fontes na garantia dos direitos do participante da pesquisa. O trabalho
possui natureza qualitativa e foi elaborado por meio de pesquisa bibliográfica, em livros,
dissertações e teses, artigos científicos, além de análise de projetos de lei que tramitaram e em
trâmite, legislação vigente, normas deontológicas e jurisprudência. Ademais, a pesquisa
abordou tanto a legislação brasileira quanto a portuguesa sobre o consentimento no âmbito da
relação médico-paciente, a fim de avaliar comparativamente o arcabouço normativo dos
países, em conjunto com o estudo doutrinário do instituto.
ABSTRACT: The present research proposes to study the normative power of deontological statutes on
informed consent to guarantee the rights of the clinical research participant. Initially, the
historical basis of the theory of informed consent and the dogmatic structure of the institute
are discussed. To this end, an analysis of its legal nature is performed primarily from the
standpoint of the theory of legal fact. In addition, the elements of presupposition and validity
requirements of consent in the health field are discussed. The first chapter also examines the
legal goods protected by consent in research on human beings, both in the civil and criminal
scope, in order to discuss the rights of the patient in the situation of an arbitrary medical
intervention, i.e., performed without consent or with a vitiated consent. Then, in the second
chapter, we proceed to the analysis of the theory of the dialogue of sources in the Brazilian
legal system, presenting the view proposed by Cláudia Lima Marques2, as well as the
arguments against the application of such theory. The current state of the art of the theory in
Brazilian doctrine and jurisprudence is also presented. The third chapter deals with possible
answers to the question of the function of ethical rules in the protection of clinical research
participants, evaluating the influence of soft law, common law, and the application of the
dialogue of sources in guaranteeing the rights of research participants. The work is qualitative
in nature and was prepared by means of bibliographic research, in books, dissertations and
theses, scientific articles, as well as the analysis of bills that have been passed and are in
progress, current legislation, deontological norms, and jurisprudence. Furthermore, the
research approached both Brazilian and Portuguese legislation on consent within the doctorpatient
relationship, in order to comparatively evaluate the regulatory framework of the
countries, together with the doctrinaire study of the institute. |
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