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RESUMO: Introdução: As doenças do trato respiratório estão entre os principais problemas de saúde
pública em crianças, sendo considerada a causa mais comum de enfermidades na infância. No
Brasil, 22,3% das mortes em crianças com idade entre 1 a 4 anos são ocasionadas por
complicações respiratórias. Conhecer a microbiota das vias aéreas superiores desse público é
essencial à prevenção de complicações infecciosas locais (amigdalite) e/ou sistêmicas (choque
bacteriológico). Objetivo: Analisar a colonização bacteriana no trato respiratório superior de
crianças atendidas atenção primária à saúde. Método: estudo observacional de corte
transversal de prevalência, sendo adotado amostragem por conveniência, onde foram
realizadas a coleta de swab da nasofaringe de 40 crianças atendidas pelo médico ou pela
enfermeira da Unidade Básica de Saúde da região norte de Teresina-PI no período de
novembro a dezembro de 2019. Para isso, foi utilizado formulário semiestruturado com
informações quanto às características clínicas e sociodemográficas. Resultados: Quanto ao
perfil sociodemográfico, 57,5% tinham idade entre 1 a 5 anos; houve maior frequência de
crianças do sexo masculino com percentual de 55%, enquanto as do sexo feminino foram de
45% dos participantes; com relação à escolaridade, 70% dos sujeitos ainda não haviam
iniciado suas atividades escolares. Quanto aos aspectos clínicos, 7,5% dos participantes
relataram está fazendo uso de antibiótico no momento da coleta e que duas de três crianças
faziam uso por automedicação; 65% apresentavam tosse seca, 37,5% coriza nasal e 2,5%
irritação de garganta. A prevalência de colonização bacteriana da nasofaringe foi de 95%,
sendo constituída por diplobacilos, diplococos, bacilos, estreptobacilos e bacilos gramnegativo,
além de bactérias do gênero estafilococos. Já a prevalência de colonização por
Staphylococcus aureus foi de 17,5% e por Staphylococcus epidermidis foi de 10%, ao
comparar a presença de S. aureus e S. epidermidis em relação à idade das crianças do estudo,
observou-se que em menores de 1 ano, há mais portadores de S. epidermidis que em maiores
para essa idade; já na faixa de 1 a 5 anos houve uma significativa prevalência de S. aureus.
Evidenciou-se uma associação de proteção quanto à não presença de S. aureus na nasofaringe
das crianças que fizeram uso prévio de antibiótico nas últimas três semanas 1,23 (1,05 – 1,44).
Por fim, Todos S. aureus (100%) analisados na pesquisa foram resistentes a ampicilina e a
penicilina G e 28,5% apresentaram resistência à clindamicina, eritromicina e ao trimetoprim /
sufametoxazol. Conclusão: A alta taxa de resistência bacteriana comunitária aos antibióticos
de primeira escolha (ampicilina e penicilina G) para o tratamento de infecções estafilocócica
das vias aéreas superiores representa sinais de alerta. Embora, uma associação entre a
automedicação e a não presença de bactérias resistentes não tenha sido evidenciado neste
estudo, é preocupante detectar altas taxas de S. aureus resistentes no ambiente não hospitalar.
ABSTRACT: Introduction: Respiratory tract diseases are among the main public health problems in
children, being considered the most common cause of illness in childhood. In Brazil, 22.3%
of deaths in children aged 1 to 4 years are caused by respiratory complications. Knowing the
microbiota of the upper airways of this public is essential to prevent local (tonsillitis) and/or
systemic (bacteriological shock) infectious complications. Goal: To analyze bacterial
colonization in the upper respiratory tract of children receiving primary health care. Method:
observational cross-sectional study of prevalence, adopting convenience sampling, where
swabs were collected from the nasopharynx of 40 children assisted by the doctor or nurse at
the Basic Health Unit in the northern region of Teresina-PI from November to December of
2019. For this, a semi-structured form was used with information regarding clinical and
sociodemographic characteristics. Results: As for the sociodemographic profile, 57.5% were
between 1 and 5 years old; there was a higher frequency of male children with a percentage of
55%, while females accounted for 45% of the participants; regarding schooling, 70% of the
subjects had not yet started their school activities. As for the clinical aspects, 7.5% of the
participants reported that they were using antibiotics at the time of collection and that two out
of three children were using them by self-medication; 65% had a dry cough, 37.5% had a
runny nose and 2.5% had a sore throat. The prevalence of bacterial colonization of the
nasopharynx was 95%, consisting of diplobacilli, diplococci, bacilli, streptobacilli and gramnegative
bacilli, in addition to staphylococcus bacteria. The prevalence of colonization by
Staphylococcus aureus was 17.5% and by Staphylococcus epidermidis was 10%, when
comparing the presence of S. aureus and S. epidermidis in relation to the age of the children in
the study, it was observed that in minors from 1 year old, there are more carriers of S.
epidermidis than in adults for that age; for the range of 1 to 5 years there was a significant
prevalence of S. aureus. There was evidence of a protective association regarding the absence
of S. aureus in the nasopharynx of children who had previously used antibiotics in the last
three weeks 1,23 (1.05 – 1.44). Finally, all S. aureus (100%) analyzed in the research were
resistant to ampicillin and penicillin G and 28.5% were resistant to clindamycin, erythromycin
and trimethoprim / sufamethoxazole.. Conclusion: The high rate of community bacterial
resistance to first choice antibiotics (ampicillin and penicillin G) for the treatment of
staphylococcal infections of the upper airways represents warning signs. Although an
association between self-medication and the absence of resistant bacteria was not evidenced
in this study, it is worrying to detect high rates of resistant S. aureus in the non-hospital
environment.
RESUMEN: Introducción: Las enfermedades de las vías respiratorias se encuentran entre los principales
problemas de salud pública en los niños, siendo consideradas la causa más común de
enfermedad en la infancia. En Brasil, el 22,3% de las muertes en niños de 1 a 4 años son
causadas por complicaciones respiratorias. Conocer el microbiota de las vías aéreas superiores
de este público es fundamental para prevenir complicaciones infecciosas locales (amigdalitis)
y/o sistémicas (shock bacteriológico). Objetivo: Analizar la colonización bacteriana en el
tracto respiratorio superior de niños que reciben atención primaria de salud. Método: estudio
transversal observacional de prevalencia, adoptando un muestreo por conveniencia, donde se
recolectaron hisopados de la nasofaringe de 40 niños asistidos por el médico o enfermero en
la Unidad Básica de Salud de la región norte de Teresina-PI de noviembre a diciembre de
2019. Para ello se utilizó un formulario semiestructurado con información sobre
características clínicas y sociodemográficas. Resultados: En cuanto al perfil
sociodemográfico, el 57,5% tenían entre 1 y 5 años; hubo mayor frecuencia de hijos varones
con un porcentaje del 55%, mientras que el sexo femenino representó el 45% de los
participantes; en cuanto a la escolaridad, el 70% de los sujetos aún no habían iniciado sus
actividades escolares. En cuanto a los aspectos clínicos, el 7,5% de los participantes refirieron
usar antibióticos en el momento de la recolección y que dos de cada tres niños los usaban por
automedicación; El 65% tenía tos seca, el 37,5% moqueo y el 2,5% dolor de garganta. La
prevalencia de colonización bacteriana de la nasofaringe fue del 95%, constituida por
diplobacilos, diplococos, bacilos, estreptobacilos y bacilos gramnegativos, además de
bacterias estafilococos. La prevalencia de colonización por Staphylococcus aureus fue de
17.5% y por Staphylococcus epidermidis de 10%, al comparar la presencia de S. aureus y S.
epidermidis en relación a la edad de los niños en estudio se observó que en menores de 1
años, hay más portadores de S. epidermidis que en adultos para esa edad; ya en el rango de 1 a
5 años hubo una prevalencia significativa de S. aureus. Se evidenció una asociación protectora
en cuanto a la ausencia de S. aureus en la nasofaringe de niños que habían usado antibióticos
previamente en las últimas tres semanas 1,23 (1,05 – 1,44). Finalmente, todos los S. aureus
(100%) analizados en la investigación fueron resistentes a ampicilina y penicilina G y 28,5%
fueron resistentes a clindamicina, eritromicina y trimetoprima/sufametoxazol. Conclusión: La
alta tasa de resistencia bacteriana comunitaria a los antibióticos de primera elección
(ampicilina y penicilina G) para el tratamiento de las infecciones estafilocócicas de las vías
respiratorias superiores representa una señal de alarma. Aunque en este estudio no se
evidenció una asociación entre la automedicación y la ausencia de bacterias resistentes, es
preocupante detectar altas tasas de S. aureus resistente en el medio no hospitalario. |
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