Abstract:
RESUMO: Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) interfere significativamente na efetividade do sistema
imune inato e adaptativo das pessoas que vivem com essa morbidade, principalmente quando
descompensado, tornando-as mais suscetíveis a determinadas doenças infecciosas, ou
potencializando a gravidade de suas manifestações clínicas. É importante a atualização do
cartão vacinal para infecções imunopreveníveis como uma estratégia fundamental de proteção
da saúde e de promoção da qualidade de vida. Objetivo: Analisar a situação vacinal entre
pessoas com DM na Atenção Primária à Saúde. Método: Estudo transversal analítico que foi
realizado em 25 Estratégias de Saúde da Família da cidade de Picos, PI. A população foi
composta por 2564 pessoas com (DM) e a amostra de 274 pessoas. Utilizou-se o cálculo de
amostra para população finita, estratificado por proporção para definição do número de
participantes. A variável dependente foi a situação vacinal e as independentes foram as
sociodemográficas e clínicas. Para a coleta de dados, aplicando-se o formulário de coleta
durante as Consultas do Enfermagem à pessoa com DM, para os participante elegíveis e também
por visitas domiciliares, fazendo-se a análise do cartão vacinal. Obteve-se autorização da
Secretaria Municipal de Saúde de Picos-PI e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Piauí, sob número de parecer: 5.036.594. Considerando o contexto
pandêmico, foram adotadas medidas de prevenção padrão em saúde durante todas as atividades
da pesquisa. Resultados: a maioria não possuía nenhuma dose de hepatite B (69,1%); para a
vacina contra a influenza, 75%, tinha adose única; a maioria não tinha esquema vacinal contra:
difteria e tétano (64,6%); febre amarela (74,3%); tríplice viral (82,3%), pneumocócica (87,9%)
e varicela (87,9%). A maioria apresentou esquema completo para a COVID-19 ((86,6%).
Quanto ao local de recebimento da vacina, as UBS foram os mais citados (62%). Acerca da
análise da associação entre o perfil sociodemográfico e clínico em relação ao esquema vacinal
completo dos usuários com DM atendidos nas ESF, notou-se que houve associação estatística
significativa entre a vacina da influenza e a idade (p<0,001; OR=0,395), religião católica
(p=0,010; OR=6,275), renda (p=0,00; OR=0,321) e etilismo (p=0,003; OR=0,394); dT e o
tempo convivendo com o DM (p=0,028); tríplice viral (p=0,002), tipo de DM (p<0,001), tipo
de tratamento medicamentoso (p=0,005) e exercício físico (p=0,039); febre amarela e tipo de
DM (p=0,010), COVID-19 e idade (p=0,007), tipo de DM (p=0,043) e o tempo convivendo
com o DM (p=003). Sobre a adesão vacinal das pessoas com DM para as vacinas hepatite b, dT
e COVID-19 (esquema vacinal completo), observou-se uma baixa completude vacinal para as
vacinas hepatite B e dT. A vacina contra a COVID-19 apresentou melhor adesão, pois 86,6%
concluíram o esquema vacinal. Conclusão: identificou-se baixas taxas de cobertura e adesão
vacinais para as vacinas recomendadas pelo PNI para as pessoas com DM, deixando-as
vulneráveis a vários processos infecciosos imunopreveníveis, morbimortalidade, com
agravamento da qualidade de vida. Necessita-se que capacitações sejam reforçadas entre os
profissionais de saúde e que esses passem a recomendar as vacinas que esse público tem direito
e não deixando perder oportunidades de vacinação.
ABSTRACT: Introduction: Diabetes Mellitus (DM) significantly interferes with the effectiveness of the
innate and adaptive immune system of people who live with this morbidity, especially when
decompensated, making them more susceptible to certain infectious diseases, or enhancing the
severity of their clinical manifestations. It is important to update the vaccination card for
vaccine-preventable infections as a fundamental strategy for protecting health and promoting
quality of life. Objective: To analyze the vaccination situation among people with DM in
Primary Health Care. Method: Analytical cross-sectional study that was carried out in 25
Family Health Strategies in the city of Picos, PI. The population consisted of 2564 people with
(DM) and the sample consisted of 274 people. The calculation of a sample for a finite population
was used, stratified by proportion to define the number of participants. The dependent variable
was vaccination status and the independent variables were sociodemographic and clinical. For
data collection, applying the collection form during Nursing Consultations to the person with
DM, for eligible participants and also through home visits, analyzing the vaccination card.
Results: the majority did not have any dose of hepatitis B (69.1%); for the influenza vaccine,
75% had a single dose; the majority had no vaccination schedule against: diphtheria and tetanus
(64.6%); yellow fever (74.3%); triple viral (82.3%), pneumococcal (87.9%) and chickenpox
(87.9%). The majority had a complete scheme for COVID-19 ((86.6%). As for the place where
the vaccine was received, the UBS were the most cited (62%). Regarding the analysis of the
association between the sociodemographic and clinical profile in relation to to the complete
vaccination schedule of users with DM assisted in the ESF, it was noted that there was a
statistically significant association between the influenza vaccine and age (p<0.001;
OR=0.395), Catholic religion (p=0.010; OR=6.275), income (p=0.00; OR=0.321) and
alcoholism (p=0.003; OR=0.394); dT and time living with DM (p=0.028); triple viral
(p=0.002), type of DM ( p<0.001), type of drug treatment (p=0.005) and physical exercise
(p=0.039); yellow fever and type of DM (p=0.010), COVID-19 and age (p=0.007), type of DM
( p=0.043) and time living with DM (p=003). About the vaccine adherence of people with DM
for hepatitis b, dT and COVID-19 vaccines (complete vaccination schedule), there was a low
vaccine completeness for hepatitis B and dT vaccines. COVID-19 showed better adherence, as
86.6% completed the vaccination schedule. Conclusion: low vaccination coverage and
adherence rates were identified for the vaccines recommended by the PNI for people with DM,
leaving them vulnerable to various immunopreventable infectious processes, morbidity and
mortality, with a worsening of the quality of life. It is necessary that training be strengthened
among health professionals and that they start recommending the vaccines that this public is
entitled to and not missing vaccination opportunities.