Abstract:
RESUMO: Introdução: As inúmeras condições impostas pela COVID-19 impactaram o padrão epidemiológico das fraturas faciais. Em vista disso, o uso e a pesquisa epidemiológica para o planejamento estratégico da saúde são altamente recomendados pela Organização Mundial da Saúde. Objetivo: identificar as repercussões do distanciamento social durante a pandemia da COVID-19 sobre a epidemiologia das fraturas faciais ocorridas em uma capital do Brasil. Método: Esta pesquisa consiste em um estudo de coorte retrospectivo de dois anos. A amostra foi composta de 406 prontuários médicos (n=279 — coorte 2019; n=127 — coorte 2020). A variável primária da pesquisa foi o ano de diagnóstico da fratura. As variáveis desfechos foram tipo de fratura, etiologia e gravidade da lesão (FISS — Facial Trauma Severity Scale). Foi realizada uma análise descritiva dos dados, com posterior aplicação de testes bivariáveis entre as variáveis categóricas com nível de significância estabelecido em p<0,05. A análise de variância de um fator em postos foi usada para comparar as categorias das variáveis (mais de 2) em relação à variável numérica (pontuação FISS) em p<0,05 (IC 95%). Resultados: O sexo masculino foi mais afetado. A frequência de fraturas faciais foi menor durante as políticas de distanciamento social (n=127 em 2020) em relação a 2019 (n=279). A fratura mais frequente foi do osso zigomático (47,3%-2019; 43,3%-2020). O acidente de moto (39,4%-2019; 42,5%-2020) foi a etiologia mais frequente nos dois períodos. Em relação à gravidade das fraturas, a média da pontuação FISS foi superior em 2019 em comparação a 2020 (2,48 contra 2,44; p<0,05 — IC 95%). Em ambos os anos, as fraturas do osso zigomático apresentaram proporção estatisticamente significativa em relação aos acidentes de moto (p<0,05; IC 95%). Conclusão: A frequência e gravidade das fraturas faciais foram menores durante o período da pandemia da COVID-19, tendo como principal fator etiológico os acidentes de moto.
ABSTRACT: Background: The numerous conditions imposed by COVID-19 impacted the epidemiological pattern of fractures or facials. In view of this, the use and epidemiological research for strategic health planning are highly recommended by the World Health Organization. Objective: to identify the repercussions of social distancing during the COVID-19 pandemic on the epidemiology of facial prostheses that occurred in a Brazilian capital. Method: This research consists of a two-year retrospective cohort study. The sample consisted of 406 medical records (n=279 — 2019 cohort; n=127 — 2020 cohort). The primary research variable was the fracture diagnosis. The probabilities of determination were type of fracture, etiology and severity of the injury (Facial Trauma Severity Scale). A descriptive analysis of the data was performed, with subsequent application of bivariate tests between categorical variables with a significance level set at p<0.05. A one-way analysis of variance in ranks was used to compare the categories of variables (more than 2) against the numerical variable (FIISS score) at p<0.05 (95% CI). Results: Males were more effective. Facial fracture frequency was lower during social distancing policies (n=127 in 2020) compared to 2019 (n=279). The most frequent fracture was of the zygomatic bone (47.3%-2019; 43.3%-2020). Motorcycle accidents (39.4%-2019; 42.5%- more frequent in both periods). Regarding the severity of fractures, the FISS mean was higher by 2.019 compared to 2020 (2.48 versus 2.44; p<0.05 — 95% CI). In both years, zygomatic bone fractures had a significantly significant proportion in relation to motorcycle accidents (p0.05; 95% CI). Conclusion: The frequency and severity of facial fractures were lower during the COVID-19 pandemic period, with motorcycle accidents as the main etiological factor.