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EXPEDIÇÃO DE SPIX E MARTIUS NO PIAUÍ: FLORA E ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 200 ANOS DEPOIS

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dc.contributor.author SÁ, Antonia Alikaene de
dc.date.accessioned 2022-10-24T13:21:38Z
dc.date.available 2022-10-24T13:21:38Z
dc.date.issued 2022-10-24
dc.identifier.uri http://hdl.handle.net/123456789/2983
dc.description Orientador: Prof. Dr. Francisco Soares Santos Filho Examinadora interna: Profa. Dra. Ivanilza Moreira de Andrade Examinadora externa: Profa. Dra. Marcia Castelo Branco Santana pt_BR
dc.description.abstract RESUMO: O Brasil, desde o seu descobrimento, tem sido admirado e visitado pelos europeus, tanto pela fertilidade e diversidade biológica, quanto pelas riquezas minerais e a cultura do seu povo. Naturalistas europeus, tais como o zoólogo Johann Baptist von Spix e o botânico Carl Friedrich Philipp von Martius, atraídos pela variedade de paisagens e formas de vida vieram ao país. Estes pesquisadores percorreram o Brasil de sudeste a noroeste durante uma expedição científica de três anos (1817 a 1820) e em 2019 completaram-se 200 anos que passaram pelo interior do Piauí. Deixaram um grande legado de descobertas, o que nos motivou a pesquisar e a atingir os seguintes objetivos: (I) Inventariar a Flora atual da região percorrida por Spix e Martius no Piauí comparando dados com as espécies da mesma região descritas na Flora Brasiliensis; (II) Comparar os aspectos socioeconômicos com base no relato da expedição de spix e Martius com os do momento atual; (III) Discutir a desterritorialização e territorialização indígena ocorrida na região Piauiense, na área da Expedição; e, (IV) Produzir material para transposição didática sobre a história da Expedição no Piauí. Foi realizada excursão durante o mês de maio de 2019 seguindo a rota descrita por Spix e Martius realizada no Piauí, bem como comparada a divisão político-geográfica atual. Lista de táxons foi produzida após a coleta, herborização e identificação de espécimes vegetais e comparados com as registradas no livro da Flora brasiliensis de Martius. No levantamento recente foram registradas 163 espécies distribuídass em 113 gêneros e 37 famílias, com Fabaceae (38spp.), Malvaceae (16 spp.), Poaceae (15 spp.), Bignoniaceae e Euphorbiaceae (9 spp. cada) sendo as famílias mais representativas e como os gêneros mais representativos foram Sida (6 spp.), Cyperus (5 spp), Waltheria, Chamaecrista, Mimosa e Ipomoea (4 spp. cada). No levantamento das espécies do Piauí contidas na Flora Brasiliensis foram encontradas 164 espécies, distribuídas em 125 gêneros e 38 famílias, das quais Fabaceae (43 spp.), Poaceae (29 spp.), Malvaceae (9 spp.), Asteraceae (8 spp.) e Arecaceae (7 spp.) apresentaram o maior número de espécies. A vegetação atual inventariada apresenta espécies endêmicas da Caatinga e do Cerrado. Quando comparados, o levantamento atual e o publicado na Flora Brasiliensis relativos ao Piauí, 12 (7,31%) espécies, 34 (27,2%) gêneros e 20 (50,00%) famílias foram comuns, apresentou, portanto, pouca semelhança exceto em nível de Família. O hábito de vida mais representativo das espécies foi formado por ervas. Quanto ao perfil socioeconômico, as principais transformações ocorridas foram a mudança da Capital do estado que era Oeira e atualmente é Teresina, para aproveitamento da navegabilidade do rio Parnaíba e a construção da Fábrica de Laticínios em Campinas. Em 1819, a região era pouco habitada (71.370 hab.) com baixa densidade demográfica – 0,28 hab/km2. Só existia a cidade de Oeiras e algumas vilas. Passados 200 anos, a população atingiu 3.118.360 de habitantes, com densidade demográfica de 12,4 hab/km2, considerada ainda baixa. Atualmente, o Piauí está dividido em 224 municípios, 16 deles perfazem a região de estudo. Toda população tem acesso à educação e os municípios com maior IDEB na área de estudo são Oeiras e Acauã. A região está agrupada em territórios de desenvolvimento e suas principais potencialidades econômicas são apicultura, bovinocultura, cajucultura e energia eólica. Os indicadores socioeconômicos demonstram que a região continua subdesenvolvida havendo necessidade de ampliação de políticas públicas para a região semiárida e intervenções do setor privado, identificando potencialidades dos municípios, sob uma perspectiva de desenvolvimento regional. Quanto aos indígenas, Gueguê e Acaroá, relatados por Martius no Piauí, observou-se que estes passaram pelo processo de desterritorialização e territorialização, a comunidade se organizou existencialmente em uma região (Regeneração e Amarante), marcada pela desterritorialização e dizimação de grupos indígenas. Atualmente, a comunidade é reconhecida como Mimbó e reside em Amarante. Por fim, visando a disseminação do conhecimento, foi produzido um material didático ilustrado em cordel para divulgar a epopeia dos naturalistas no sertão piauiense com um relato da viagem a ser disseminado nas escolas da educação básica, principalmente nos municípios contemplados pela pesquisa. ABSTRACT: Brazil, since its discovery, has been admired and visited by Europeans, both for its fertility and biological diversity, as well as for the mineral wealth and culture of its people. European naturalists, such as zoologist Johann Baptist von Spix and botanist Carl Friedrich Philipp von Martius, attracted by the variety of landscapes and ways of life came to the country. These researchers traveled Brazil from southeast to northwest during a three-year scientific expedition (1817 to 1820) and in 2019 200 years passed through the interior of Piauí. They left a great legacy of discoveries, which motivated us to research and achieve the following objectives: (I) Inventory the current Flora of the region covered by Spix and Martius in Piauí by comparing data with the species of the same region described in Flora Brasiliensis; (II) Compare the socioeconomic aspects based on the report of the Spix and Martius expedition with those of the current moment; (III) Discuss the deterritorialization and indigenous territorialization that occurred in the Piauiense region, in the Expedition area; and, (IV) Produce material for didactic transposition on the history of the Expedition in Piauí. An excursion was carried out during the month of may 2019 following the route described by Spix and Martius carried out in Piauí, as well as compared to the current political-geographic division. List of taxa was produced after the collection, herborization and identification of plant specimens and compared with those recorded in the book of Flora Brasiliensis by Martius. In the recent survey, 163 species distributed in 113 genera and 37 families were registered, with Fabaceae (38spp.), Malvaceae (16 spp.), Poaceae (15 spp.), Bignoniaceae and Euphorbiaceae (9 spp. Each) being the most representative families and as the most representative genera were Sida (6 spp.), Cyperus (5 spp.), Waltheria, Chamaecrista, Mimosa and Ipomoea (4 spp. each). In the survey of Piauí species contained in Flora Brasiliensis, 164 species were found, distributed in 125 genera and 38 families, of which Fabaceae (43 spp.), Poaceae (29 spp.), Malvaceae (9 spp.), Asteraceae (8 spp. .) and Arecaceae (7 spp.) presented the largest number of species. The current vegetation inventoried presents species endemic to the Caatinga and the Cerrado. When compared, the current survey and the one published in Flora Brasiliensis related to Piauí, 12 (7.31%) species, 34 (27.2%) genera and 20 (50.00%) families were common, therefore showing little similarity except at Family level. The most representative habit of life of the species was formed by herbs. As for the socioeconomic profile, the main changes that occurred were the change of the capital of the state that was Oeira and is currently Teresina, to take advantage of the navigability of the Parnaíba River and the construction of the Dairy Factory in Campinas. In 1819, the region was sparsely populated (71,370 inhabitants) with low population density - 0.28 inhabitants / km2. There was only the city of Oeiras and a few villages. After 200 years, the population reached 3,118,360 inhabitants, with a demographic density of 12.4 inhabitants / km2, which is still low. Currently, Piauí is divided into 224 municipalities, 16 of which make up the study region. The entire population has access to education and the municipalities with the highest IDEB in the study area are Oeiras and Acauã. The region is grouped into development territories and its main economic potentials are beekeeping, cattle, cajuculture and wind energy. The socioeconomic indicators show that the region remains underdeveloped, with the need to expand public policies for the semi-arid region and interventions by the private sector, identifying the potential of the municipalities, from a regional development perspective. As for the indigenous people, Gueguê and Acaroá, reported by Martius in Piauí, it was observed that they went through the process of deterritorialization and territorialization, the community was organized existentially in a region (Regeneração and Amarante), marked by the deterritorialization and decimation of indigenous groups. Currently, the community is recognized as Mimbó and resides in Amarante. Finally, aiming at the dissemination of knowledge, a didactic material was produced illustrated in cordel to divulge the epic of the naturalists in the Piauí backlands with an account of the trip to be disseminated in the schools of basic education, mainly in the municipalities contemplated by the research. pt_BR
dc.subject Caatinga pt_BR
dc.subject Cerrado pt_BR
dc.subject Indígenas pt_BR
dc.subject Naturalistas pt_BR
dc.subject Socioeconomia pt_BR
dc.subject Indigenous pt_BR
dc.subject Naturalists pt_BR
dc.subject Socioeconomics pt_BR
dc.title EXPEDIÇÃO DE SPIX E MARTIUS NO PIAUÍ: FLORA E ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 200 ANOS DEPOIS pt_BR
dc.type Preprint pt_BR


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