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RESUMO: Sepse em obstetrícia é uma disfunção de órgãos com risco de vida, causada por uma resposta do hospedeiro a uma infecção desregulada durante a gravidez, parto, pós-parto ou pós-aborto, e nestas condições, alterações fisiológicas, imunológicas e mecânicas podem obscurecer sinais e sintomas de infecção dificultando o diagnóstico precoce. Objetivo: Avaliar a mortalidade materna por sepse em maternidade de referência do Estado do Piauí. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo de caráter documental com análise quantitativa dos dados, cuja população estudada foi de 46 gestantes, parturientes ou puérperas, até 42 dias pós-parto, que vieram a óbito por sepse ou choque séptico de janeiro de 2012 a dezembro de 2017. Foi elaborado um instrumento de coleta de dados baseada nas variáveis da declaração de óbito e ficha síntese de investigação. Resultados e Discussão: Os resultados obtidos apontam que durante o período estudado, 2012 à 2017, 46 (39,3%) pacientes morreram por sepse ou choque séptico. De acordo com o número de gestações, 21 (45,6%) das pacientes eram primigestas, 14 (30,4%) eram secundigestas e 11 (23,9%) engravidaram 3 ou mais vezes. A média da idade é igual a 25 anos, com desvio-padrão, aproximado, de 8 anos para mais e para menos. Com relação à procedência, 45,6% das pacientes eram de municípios do interior do Piauí, 45,9% eram solteiras e 70% eram consideradas pardas. Quanto ao risco, 52,2% dos casos válidos eram de pacientes de alto risco. Destas, as comorbidades associadas foram Hipertensão ou Pré-Eclâmpsia (28,3%), Infecção do Trato Urinário (ITU) (28,3%) e Anemia Grave (28,3%). Quanto à admissão, 39,1% foram admitidas na gravidez em curso, para tratamento clínico, 28,3% são de admissões no puerpério imediato ou tardio e 19,6% em situações de abortamento. Quanto ao local do parto, 69,4% das pacientes pariram na instituição estudada e o tipo de parto com maior frequência foi a cesariana, com 22 casos. Quanto aos tipos de sepse, 80,4% das pacientes evoluíram para choque séptico. O tipo de infecção mais frequente foi de origem obstétrica, com 60,9% das pacientes, e os principais focos infecciosos foram uterino e respiratório, respectivamente, com 65,2% e 30,4%. Nas culturas realizadas os agentes gram positivos mais isolados foram Staphilococcus aureus (57%), seguido de Staphilococcus hominis (29%); e para bactérias gram-negativas destacou-se Acinetobacter baumannii (56%) e Pseudomonas aeruginosa (44%). Para as complicações associadas ao quadros de sepse aponta-se que mais de 70% das pacientes evoluíram em algum momento com taquicardia, taquipnéia, hipotensão, insuficiência respiratória, febre, leucocitose, acidose, lactato aumentado e necessidade de ventilação mecânica e drogas vasoativas. Conclusão: Conclui-se que houve um decréscimo no óbito por sepse por internação porém se comparado ao número de óbitos gerais, o percentual é considerado alto. Com base nos achados sócio demográficos, obstétricos e infecciosos das pacientes foi elaborado protocolo clínico de condutas obstétricas para sepse materna. Espera-se que este possa intervir precocemente na doença para fins de redução da mortalidade materna.
ABSTRACT: Sepsis in obstetrics is an organ dysfunction life-threatening, caused by a host response to a deregulated infection during pregnancy, childbirth, postpartum or post-abortion; and in these conditions, physiological, immunological and mechanical changes may obscure signs and symptoms of infection early diagnosis difficult. Objective: Assess maternal mortality from sepsis in the State of Piauí Reference motherhood. Methodology: A descriptive, retrospective study of documentary character with quantitative data analysis, whose population studied was 46 pregnant women, new mothers or mothers until 42 days postpartum, that died from sepsis or septic shock from January 2012 to December 2017 a data collection tool based on the variables of the death certificate, synthesis investigation form has been drawn up. Results and Discussion: The results indicate that during the period studied, 2012 to 2017, 46 (39.3%) patients died of sepsis or septic shock. According to the number of pregnancies, 21 (45.6%) patients were primiparous, 14 (30.4%) were secundigestas and 11 (23.9%) became pregnant three or more times. The average age is 25 years with a standard deviation, approximate of 8 years to plus or minus. With respect to the origin, 45.6% of patients are cities in the Piauí, 45.9% are single and 70% are considered dusty. As for the risk, 52.2% of valid cases are high-risk patients. Of these, the comorbidities were hypertension or preeclampsia (28.3%), urinary tract infection (UTI) (28.3%) and Severe anemia (28.3%). As for admission, 39.1% were admitted to the ongoing pregnancy, for medical treatment, 28.3% are admissions in the immediate or late postpartum period and 19.6% in abortion situations. As for the location of birth, 69.4% of patients in the study gave birth to the institution and the type of delivery was more often a cesarean section, with 22 cases. As for the types of sepsis, 80.4% of patients progressed to septic shock. The most frequent type of infection was obstetric origin, with 60.9% of patients, and major infectious foci and uterine respiratory, respectively, 65.2% and 30.4%. All cultures performed more agents gram positive isolates were Staphylococcus aureus (57%), followed by Staphylococcus hominis (29%); and gram-negative bacteria is highlighted A. baumannii (56%) and Pseudomonas aeruginosa (44%). For complications associated with sepsis it is noted that more than 70% of patients had at some point with tachycardia, tachypnea, hypotension, respiratory distress, fever, leukocytosis, acidosis, increased lactate and need for mechanical ventilation and vasoactive drugs. Conclusion: We conclude that there was a decrease in death from hospitalization for sepsis but compared to the number of overall deaths, the percentage is considered high. Based on the findings sociodemographic, obstetric patients of infectious and clinical protocol was developed for obstetrics maternal sepsis. It is hoped that it can intervene early in the disease to reduce maternal mortality purposes. |
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