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RESUMO: A segurança do paciente tornou-se um dos principais assuntos pesquisados no mundo. Uma das estratégias de melhoria da prestação de cuidados é a incorporação da cultura de segurança do paciente nos serviços de saúde, dentre eles na atenção primária à saúde (APS). O objetivo deste estudo foi avaliar a cultura de segurança do paciente na atenção primária à saúde na perspectiva dos profissionais da equipe multiprofissional e das áreas de apoio. Trata-se de um estudo transversal, com amostra estratificada por regionais de saúde, totalizando 332 participantes. Os dados foram coletados em três regionais de saúde (norte/centro, leste/sudeste e sul) nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) da zona urbana de uma capital do Nordeste, no período de novembro de 2017 a fevereiro de 2018. Para análise dos dados realizou estatística descritiva e analítica. A pesquisa recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa na Universidade Federal do Piauí sob o parecer nº 2.216.556. A amostra caracterizou-se por profissionais com idade entre 22 e 71 anos, com média e desvio padrão de 43,1±9,9 anos, com predominância do sexo feminino (80,4%), com pós-graduação (31,6%). O cargo mais frequente foi “outro pessoal clínico’” (52,4%) constituída majoritariamente por agentes comunitários de saúde (ACS) (56,7%), seguida dos técnicos de enfermagem (27,1%) e dos enfermeiros (15,1%), o tempo de trabalho no serviço foi de 11 anos ou mais (47,8%). Quanto ao conhecimento dos participantes sobre segurança do paciente, nas três regionais 65,4% nunca fizeram curso na área, 53,9% responderam corretamente o conceito da temática. No consolidado das três regionais, as dimensões frágeis foram “pressão no trabalho e ritmo” e “apoio dos gestores na segurança do paciente” e as áreas fortalecida “trabalho em equipe”, “seguimento da assistência ao paciente”, “aprendizagem organizacional” e “percepção geral sobre segurança do paciente e qualidade”. Na avaliação global da qualidade, o serviço foi classificado pelos participantes como “bom”. Foram identificadas que quatro áreas da qualidade (centrado no paciente, efetivo, pontual e eficiente) apresentaram fragilidades, apenas a “imparcial” alcançou porcentagem positiva (52,9%). Na avaliação dos sistemas e processos clínicos, 46,9% dos participantes classificaram seus serviços como “bom”. Das doze dimensões avaliadas, três demonstraram valores classificados em aceitável, bom e excelente. No geral, o MOSPSC apresentou boa confiabilidade. A análise dos comentários dos participantes trabalhou com três eixos temáticos: educação permanente na atenção primária; condições de trabalho e qualidade do cuidado; e comunicação efetiva e processos de trabalho. Nos discursos é possível confirmar fragilidades no sistema baseadas na ausência de processos educativos, falta de segurança, falta de infraestrutura e insumos e falhas na comunicação. Conclui-se que para o desenvolvimento de uma cultura de segurança do paciente nas UBS é preciso trabalhar nas fragilidades encontradas considerando que mudanças deverão ser planejadas, implementadas e avaliadas para melhoria dos processos e promoção da segurança do paciente. Os pontos fortes e não problemáticos observados na pesquisa deverão aprimorar suas ações.
ABSTRACT: Patient safety has become one of the top subjects researched in the world. One of the strategies to improve care delivery is to incorporate the culture of patient safety into health services, including primary health care (PHC). The objective of this study was to evaluate the safety culture of the patient in the primary health care from the perspective of the professionals of the multiprofessional team and the support areas. This is a transversal study, with a sample stratified by regional health, totaling 332 participants. The data were collected in three health centers (north/center, east/southeast and south) in the Basic Health Units of the urban area of a capital of the Northeast, from November 2017 to February 2018. Descriptive and analytical statistics were performed to analyze the data. The research was approved by the Ethics Committee in Research at the Federal University of Piauí under opinion No. 2,216,556. The sample was characterized by professionals aged between 22 and 71 years, with a mean and standard deviation of 43,1±9,9 years, predominantly female (80.4%), with postgraduate studies (31,6%). The most frequent position was "other clinical staff" (52,4%), mostly community health workers (56,7%), followed by nursing technicians (27,1%) and nurses (15,1%), the working time in the service was 11 years or more (47.8%). Regarding the participants' knowledge about patient safety, in the three regional ones, 65.4% never had a course in the area, 53.9% correctly answered the concept of the subject. In the consolidated of the three regional, the fragile dimensions were "pressure at work and pace" and "support of managers in patient safety" and strengthened areas "teamwork", "patient care follow-up", "organizational learning" and "General perception about patient safety and quality". In the overall quality assessment, the service was rated by participants as "good". It was identified that four areas of quality (focused on the patient, effective, punctual and efficient) presented weaknesses, only the "unbiased" reached a positive percentage (52,9%). In the evaluation of clinical systems and processes, 46,9% of the participants classified their services as "good". Of the twelve dimensions evaluated, three demonstrated values classified as acceptable, good and excellent. In general, MOSPSC showed good reliability. The analysis of the participants' comments worked on three thematic axes: permanent education in primary care; working conditions and quality of care; and effective communication and work processes. In speeches it is possible to confirm weaknesses in the system based on the absence of educational processes, lack of security, lack of infrastructure and inputs and failures in communication. It is concluded that for the development of a culture of patient safety in the BHU, it is necessary to work on the fragilities found considering that changes should be planned, implemented and evaluated to improve processes and promote patient safety. The strengths and non-problems observed in the research should improve their actions. |
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