Abstract:
RESUMO: A pobreza e a consequente falta de desenvolvimento regional afligem a muitas pessoas
ao redor do mundo, e afligem, em especial, algumas regiões do planeta. Parece claro
que um dos grandes causadores da pobreza e de suas consequências é a impossibilidade
de acumulo de capital por meio dos mais pobres. Uma das causas desse fenômeno é a
exclusão financeira. Foi em uma das regiões mais pobres do mundo que surgiu uma
solução prática para o problema da pobreza causada pela falta de acesso ao mercado
financeiro: os bancos comunitários de desenvolvimento. Pela inovação provocada pelo
negócio proposto, era de se esperar uma série de situações de gestão até então
inusitadas. Um dos pontos de interesse no estudo da gestão deste tipo de
empreendimento está o dilema de decisão que envolve a gestão destas entidades: o que
deve ser privilegiado? As diretrizes organizacionais da entidade ou a sua
sustentabilidade econômico-financeira? Em 2007, a solução dos bancos comunitários de
desenvolvimento chegou ao Piauí por meio do Banco Comunitário de Desenvolvimento
dos Cocais. O presente trabalho teve a intenção de avaliar, no âmbito da gestão do
referido banco comunitário, o comportamento da gestão diante do dilema causado pelas
contradições entre as diretrizes organizacionais e a sustentabilidade econômicofinanceira.
Para atingir esse objetivo foi feita entrevista com a gestão do banco assim
como o levantamento de dados e documentos obtidos dos controles financeiros da
entidade. Os resultados da pesquisa demonstram que, a gestão do Banco Comunitário de
Desenvolvimento dos Cocais toma suas decisões orientada principalmente pelas suas
diretrizes organizacionais. Apesar disso, os dados demonstram que a entidade é viável
econômica e financeiramente, e completamente autossustentável. Os números ainda
demonstram que a rentabilidade da entidade pode ser atribuída às altas taxas de juros
praticadas, o que reforça o pensamento de que o mercado em que o banco atua é viável
especialmente para entidades bem administradas.
ABSTRACT: Poverty and the consequent lack of regional development afflict many people around the
world, and in particular some regions of the planet. It seems clear that one of the main
causes of poverty and its consequences is the impossibility of accumulating capital
through the poorest. One of the causes of this phenomenon is financial exclusion. It was
in one of the poorest regions in the world that a practical solution to the problem of
poverty caused by lack of access to the financial market emerged: community
development banks. Due to the innovation brought about by the proposed business, a
series of management situations that were hitherto unusual were to be expected. One of
the points of interest in the study of the management of this type of enterprise is the
decision dilemma that involves the management of these entities: what should be
privileged? The entity's organizational guidelines or its economic and financial
sustainability? In 2007, the solution for community development banks reached Piauí
through the Community Development Bank of Cocais. The present work had the intention
to evaluate, in the scope of the management of the referred community bank, the behavior
of the management before the dilemma caused by the contradictions between the
organizational guidelines and the economic-financial sustainability. To achieve this
objective, an interview was conducted with the bank's management as well as the survey
of data and documents obtained from the entity's financial controls. The results of the
research demonstrate that the management of the Community Bank for the Development
of Cocais makes its decisions guided mainly by its organizational guidelines. Despite this,
the data demonstrates that the entity is economically and financially viable, and
completely self-sustainable. The figures further demonstrate that the entity's profitability
can be attributed to the high interest rates practiced, which reinforces the thought that the
market in which the bank operates is viable especially for well-managed entities.