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RESUMO: A conexão entre glossopoese e ficção científica foi sempre longa e frutífera. Notadamente, a língua fictícia
construída chamada Heptapod B desempenha um papel inovador e significativo no premiado conto
História de sua vida (1998) de Ted Chiang e em sua adaptação fílmica A Chegada (2016) dirigido por
Denis Villeneuve e escrito por Eric Heisserer, os quais constituem o corpus de minha pesquisa. Por
conseguinte, nesta dissertação, pretendo produzir uma análise especulativa de três temas precípuos: (1)
Discuto acerca do poder que a linguagem é capaz de exercer sobre o pensamento, conforme descrito pela
hipótese Sapir-Whorf, comentando brevemente o que se sabe neste respeito atualmente, ao passo em que
também realço suas profundas associações com o Heptapod B, e seu papel essencial na mecânica do
enredo. Para tanto recorro basilarmente às reflexões de Benjamin Lee Whorf (1944), Guy Deutscher
(2010), Stockwell (2006) e Ria Cheyne (2008). (2) Em seguida, abordo difere a percepção de tempo dos
heptapods em relação à dos humanos, isto é, sequencial. Neste contexto, o princípio do menor tempo de
Fermat é usado como forte metáfora para representar a percepção de tempo dos alienígenas. Nesta seção,
investigo as associações deste princípio com a percepção de tempo dos extraterrestres partindo dos escritos
de Isenberg (2016), Nussenzveig (1998) e Curtis e Robson (2016) sobre MacTaggart, bem como as
elucidações do próprio autor. (3) Tudo isto leva a um intricado paradoxo. Se for possível ver o futuro, isso
não significa que o futuro já existe? Se for assim, como isto pode ser conciliado com a existência do livre
arbítrio? Esta dialética representa o cerne da discussão do terceiro capítulo. Destarte, coleto e reviso as
contribuições de Aristóteles conforme referidas por Todd (1976), Schopenhauer (1839) e Friedrich
Nietzsche (1895), além de outros relacionados ao enredo tanto do texto literário como do longa-metragem.
Como resultado, demonstro uma crítica filosófica e teórica das duas obras, bem como produzo uma extensa
exegese dos textos.
ABSTRACT: The connexion between glossopoesis and science fiction has long been strong and fruitful. Notably, the
constructed fictional language called Heptapod B plays an innovative and meaningful role in Ted Chiang’s
award-winning short story “Story of Your Life” (1998) and its filmic adaption Arrival (2016), directed by
Denis Villeneuve and written by Eric Heisserer, which constitute the corpus of my research. Accordingly,
in this thesis, I intend to produce a speculative analysis of the three main topics that emerge from the issues
in both the short story and the film. (1) I discuss the power language exerts on thoughts, as prescribed by
the Sapir-Whorf hypothesis, briefly accounting for what is currently known in the field while also
highlighting its profound associations with Heptapod B and its quintessential role in the mechanics of the
plot. To this, the contributions advanced by Benjamin Lee Whorf (1944), Guy Deutscher (2010), Stockwell
(2006) and Ria Cheyne (2008) will be of paramount importance. (2) Then, I investigate how the heptapods
perceive time differently, that is, not in a sequential manner. In this context, Fermat’s principle of least time
is used as a strong metaphor to represent the aliens’ time experience. Starting from the writings of Isenberg
(2016), Nussenzveig (1998), Curtis and Robson on MacTaggart (2016), as well as the authors’ own
elicitations, I analyse the associations thereof with the aliens’ time perception. (3) All that leads to an
intricate paradox. If it is possible to look into the future, does it mean the future already exists? If so, how
can that be consistent with the existence of free will? This dialectic is the central discussion of the third
issue. To this end, I review the contributions of Aristotle, as referred by Todd (1976), Schopenhauer (1839)
and Friedrich Nietzsche (1895), among others, in relation to the plot developments both in the literary text
and in the film. As a result, I demonstrate the theoretical and philosophical criticism of the two storylines
and produce an extensive exegesis of the texts. |
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