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RESUMO: O presente trabalho tem o objetivo de discutir a relação entre autonomia e poder do/a
professor/a de filosofia no processo de formação escolar à luz da argumentação foucaultiana,
através da discussão do poder, do poder-saber, e como essa relação ocorre no espaço escolar.
A manifestação do poder, nessa relação, da educação e da formação em diferentes épocas, pois
é uma problemática histórica, que pode ser percebida desde que o homem passou a ter a noção
de dominação de uns sobre os outros. Assim, pretendemos, por meio de uma análise filosófica,
mas também histórica e política, apresentar breves aportes acerca de como esse conceito tem
evoluído na sociedade em diferentes épocas e como as relações de poder têm influenciado
também os processos de educação, formação e transformação da sociedade. Para tanto,
utilizamos uma abordagem baseada nos estudos dessa temática realizados pelo filósofo francês
Michel Foucault. De forma mais específica, voltamo-nos para suas concepções de arqueologia
do saber e de genealogia do poder, pontos de partida que permitem que Foucault (2013)
desenvolva uma investigação do comportamento humano, que abre portas para o processo de
formação do sujeito. Dessa forma, examinaremos o ensino da filosofia na escola, as dificuldades
encontradas pelo/a docente de filosofia para exercer a docência, bem como de que forma o/a
professor/a pode equacionar essa relação de autoridade que tem sobre o/a aluno/a, para que o
processo de ensino-aprendizagem seja de fato transformador, ou seja, sem imposição de regras
na condução e produção do conhecimento crítico-reflexivo, para a formação do/a educando/a.
Assim, ocupamo-nos com as diversas manifestações do poder apontadas por Foucault, desde a
utilização do poder como instrumento de punição e coerção social, passando pelas formas de
poder-preconceito, a fim de alcançarmos o poder disciplinar nas escolas, hospitais e quartéis,
cujo objetivo é selecionar, examinar, eliminar e excluir. Assim, observa-se que o poder está
intimamente ligado à questão da educação e da formação, resultando, na contemporaneidade,
num poder vigilante, que se mantém alerta, analisa, observa, controla, vigia, dociliza, educa e
forma, mas que também pune, exclui, elimina e segrega. Nosso referencial teórico parte das
seguintes obras de Foucault: Vigiar e Punir (1975), História da Loucura (1972), A Ordem do
Discurso (1970) e Em Defesa da Sociedade (1975-1976).
ABSTRACT: This paper aims to discuss the relationship between autonomy and power of the philosophy
teacher in the process of school education in the light of Foucault's argumentation, through the
discussion of power, power-knowledge, and how this relationship occurs in school space. The
manifestation of power, in this relationship, of education and training at different times, as it is
a historical issue, which can be perceived since man began to have the notion of domination of
some over others. Thus, we intend, through a philosophical, but also historical and political
analysis, to present brief contributions about how this concept has evolved in society at different
times and how power relations have also influenced the processes of education, training and
transformation of the society. Therefore, we use an approach based on studies of this theme
carried out by the French philosopher Michel Foucault. More specifically, we turn to his
conceptions of the archeology of knowledge and the genealogy of power, starting points that
allow Foucault (2013) to develop an investigation of human behavior, which opens doors for
the process of subject formation. Thus, we will examine the teaching of philosophy at school,
the difficulties encountered by the philosophy teacher to practice teaching, as well as how the
teacher can equate this relationship of authority that he/she has over the student/ a, so that the
teaching-learning process is actually transforming, that is, without imposing rules in the
conduction and production of critical-reflective knowledge, for the education of the student.
Thus, we deal with the various manifestations of power pointed out by Foucault, from the use
of power as an instrument of punishment and social coercion, through the forms of power-prejudice, in order to achieve disciplinary power in schools, hospitals and barracks, whose
purpose is to select, examine, eliminate and delete. Thus, it is observed that power is closely
linked to the issue of education and training, resulting, in contemporaneity, in a vigilant power,
which remains alert, analyses, observes, controls, watches over, dociles, educates and trains,
but also punishes, excludes, eliminates and segregates. Our theoretical framework is based on
the following works by Foucault: watch and punish (1975), history of madness (1972), The
Order of Discourse (1970) and In Defense of Society (1975-1976). |
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