Abstract:
RESUMO: A terapia com células-tronco mesenquimais (CTM) e células progenitoras renais (CPR)
tem demonstrado interesse crescente devido a sua possível capacidade regenerativa e
imunossupressora em diversas nefropatias, incluindo na lesã o de isquemia-reperfusão renal
(IRR). Contudo, para a aplicação clínica dessas células deve haver uma extensa segurança
com estudos direcionados a manutenção das condições de cultivo durante sua expansão e com
observância em ensaios clínicos experimentais. O objetivo deste estudo foi avaliar o estresse
oxidativo e os danos ao DNA das células-tronco mesenquimais e progenitoras renais in vitro e
in situ, com análise da proliferação, apoptose e angiogênese em suínos submetidos à lesão de
isquemia-reperfusão renal. Foram utilizadas CTM da medula óssea e CPR do córtex renal de
suínos utilizando passagens precoce, terapêutica e tardia para análise do cultivo durante a
expansão. Para avaliação in situ, 15 suínos foram submetidos à IRR por indução cirúrgica e
receberam a terapia celular, nos quais foram divididos em três grupos: Controle (GC),
tratamento com CTM (GE1) e com CPR (GE2). Foram coletados fragmentos de tecido renal
mediante biópsias seriadas, dia 4 e 8, para análise da proliferação celular, apoptose e a
angiogênese por imunoistoquímica, avaliação do dano ao DNA pelo ensaio de cometa, e o
estresse oxidativo pela mensuração dos níveis de peroxidação lipídica (TBARS), nitrito e
atividade dos sistemas antioxidantes (glutationa reduzida-GSH e catalase). A estatística dos
dados obtidos foi realizada por meio da Análise de Variância (ANOVA) seguida do teste de
Tuckey e Neuman-Keuls. Na caracterização imunofenotípica de CTM observou-se marcação
CD14-, CD24-, CD133-, CD105+, CD90+, CD106+ e CD140b+ e para CPR obteve-se
marcação CD14-, CD24-, CD133+, CD105+, CD90+, CD106+ e CD140b+. A curva de
viabilidade celular se estendeu até o dia 15 para CPR e dia 21 para CTM. As duas linhagens
apresentaram a passagem inicial com alto nível de apoptose e baixo de necrose, com inversão
na passagem terapêutica, e altos níveis na tardia. A passagem precoce de CTM e CPR indicou
menor índice de danos do que a fase terapêutica e tardia. As passagens de CPR expressaram
baixos níveis de peroxidação lipídica e nitrito quando comparada a CTM, e atividade de
enzimas antioxidantes preservadas durante o cultivo para as duas linhagens. No ensaio in situ,
foi verificado que os fragmentos de tecido do GC, GE1 e GE2 apresentaram marcação
semelhante para proliferação celular nos túbulos renais, diferindo apenas em relação às
células glomerulares no dia 4 e intersticiais (p<0,05) no GE1. Já, quanto à marcação para
células apoptóticas o GC obteve maiores níveis que o GE1 e o GE2, exceto no dia 8 do GE1.
A expressão da angiogênese não demonstrou diferença estatística significativa entre os
grupos, no interstício e túbulos renais. No entanto, nos glomérulos e nos vasos peritubulares, a
expressão do marcador prevaleceu no GE2. Na análise do estresse oxidativo, o G1 se
destacou, com altos níveis de TBARS e nitrito, com baixa atividade das enzimas
antioxidantes (p<0,05). Ainda, quanto aos danos ao DNA, nos animais do GE1 apresentaram
maior frequência e índice comparados aos do GC negativo e GE2, com uma redução durante
os dias no GE2. Com base nos achados desta pesquisa, as células-tronco mesequimais e
progenitoras renais apresentaram-se satisfatórias na passagem precoce in vitro e com
melhores resultados na regeneração renal in situ quando comparados aos suínos não tratados.
Ademais, referentemente ao estresse oxidativo e ao dano ao DNA, os ensaios com células
progenitoras renais, demonstraram maior eficácia.
ABSTRACT: Therapy with mesenchymal stem cells (MSC) and renal progenitor cells (RPC) has shown
increasing interest because of their potential regenerative and immunosuppressive capacity in
various nephropathies, including renal ischemia-reperfusion injury (IRI). However, for the
clinical application of these cells there must be extensive safety with studies aimed at
maintaining the conditions of culture during its expansion and with observance in
experimental clinical trials. The objective of this study was to evaluate oxidative stress and
DNA damage in situ and in vitro, cell proliferation and apoptosis, and angiogenesis, in the
treatment of kidney injury in pigs. MSC of the bone marrow and CPR of the renal cortex of
pigs were used using early, therapeutic and late passages to analyze the culture during the
expansion. For in situ evaluation, 15 pigs were submitted to IRI by surgical induction and
received cell therapy, in which they were divided into three groups: Control (GC), treatment
with MSC (GE1) and RPC (GE2). Renal tissue fragments were collected by serial biopsies for
analysis of cell proliferation, apoptosis and angiogenesis by immunohistochemistry,
evaluation of DNA damage by the comet assay, and oxidative stress by measuring levels of
lipid peroxidation (TBARS), nitrite and activity of antioxidant enzymes (reduced glutatione-GSH and catalase). The statistical analysis of the data was performed using the Analysis of
Variance (ANOVA) followed by the Tuckey and Neuman-Keuls test. In the
immunophenotypic characterization of MSC, the CD14-, CD24-, CD133-, CD905 +, CD90
+, CD106 + and CD140b + markers were observed, and CD14-, CD24-, CD133 +, CD155 +,
CD90 +, CD106 + and CD140b + were obtained for RPC. The cell viability curve was
extended up to day 15 for RPC and day 21 for MSC. Both lines presented the initial passage
with high level of apoptosis and low necrosis, with inversion in the therapeutic passage, and
high levels in the late one. The early passage of MSC and RPC indicated a lower rate of
damage than the therapeutic and late phase. The RPC passages expressed low levels of lipid
peroxidation and nitrite when compared to MSC, and activity of antioxidant enzymes
preserved during cultivation for both strains. In the in situ assay, CG, GE1 and GE2 animals
showed similar marking for cell proliferation in the renal tubules, differing only in day 4 and
interstitial glomerular cells (p <0.05) in GE1. Already, regarding the measurement of
apoptotic cells the GC obtained higher levels than GE1 and GE2, except on day 8 of GE1.
The expression of angiogenesis did not show a significant statistical difference between the
groups in the interstitium and renal tubules; however, in the glomeruli and in the peritubular
vessels, the expression of the marker prevailed in GE2. In the analysis of oxidative stress, G1
stood out, with high levels of TBARS and nitrite with low activity of antioxidant enzymes (p
<0.05). Also, for DNA damage, in GE1 animals presented higher frequency and index
compared to GC negative and GE2, with a reduction during the days in GE2. Based on the
findings of this research, the mesequimal and renal progenitor stem cells were satisfactory at
the early passage in vitro and with better results in renal regeneration in situ when compared
to the untreated pigs. In addition, to oxidative stress and DNA damage, r enal progenitor cell
assays have been shown to be more effective.