Abstract:
RESUMO: A utilização de probióticos, a base de leveduras, como a Saccharomyces cerevisiae, que
quando acrescentadas a alimentos contaminados apresentem potencial de adsorção de
micotoxinas, apresenta-se como alternativa para minimizar o impacto negativo destes
contaminantes na sanidade animal. A grande utilização de meios artificiais de cultivo de
micro-organismos fez crescer a preocupação com a manutenção de culturas viáveis, visto que
culturas microbiológicas são sensíveis às condições ambientais, podendo haver perda de sua
viabilidade. A implementação de métodos eficientes de preservação de espécies microbianas ,
como a microencapsulação, busca manter essa viabilidade e a estabilidade a longo prazo,
promovendo proteção contra condições adversas. Dessa forma, este trabalho teve como
objetivo testar a interferência dos processos de microencapsulação por spray drying e por
extrusão sobre a viabilidade da S. cerevisiae A8L2, isolada de viveiros de piscicultura,
armazenada sob diferentes temperaturas (4,0°C, ambiente [entre 18 e 30°C] e 35°C), referente
a capacidade probiótica e potencial adsorvente, in vitro, de Aflatoxina B1 (AFB
1
) e
Ocratoxina A (OTA). Após 60 dias, a levedura microencapsulada por ambos os métodos,
apresentou contagem de células viáveis acima do mínimo recomendado para o emprego como
agente probiótico em alimentos, de 10
6
UFC/g, nas três temperaturas de armazenamento,
propiciando subsídios para a realização dos testes probióticos e adsorventes. Na temperatura
de 35°C observou-se que as contagens de células sofreram maiores reduções e apresentaram
menores valores ao final de 60 dias, indicando ser uma condição de armazenamento mais
agressiva à levedura, sendo a menos indicada entre as três condições analisadas. As leveduras
microencapsuladas foram submetidas aos seguintes testes para avaliação da capacidade
probiótica: inibição de micro-organismos patogênicos, auto-agregação e capacidade de co-agregação, bem como ao testes de adsorção in vitro de AFB
1
e OTA. Constatou-se que a
Saccharomyces cerevisiae A8L2 microencapsulada através dos métodos spray drying e
extrusão, utilizando como agentes encapsulantes a maltodextrina e o alginato de sód io,
respctivamente, apresentou resultados satisfatórios para capacidade probiótica e adsorção in
vitro de AFB
1
e OTA, nas condições de armazenamento especificadas, mantendo as
propriedades após os processamentos tecnológicos, fornecendo subsídios para que as duas
técnicas possam ser utilizadas na conservação de micro-organismos, potencializando o uso da
levedura como agente probiótico e adsorvente de micotoxinas em posteriores testes in vivo,
mesmo quando armazenadas em diferentes condições de temperatura.
ABSTRACT: The use of yeast based probiotics, such as Saccharomyces cerevisiae, which, when added to
contaminated foods, has potential for adsorption of mycotoxins, is an alternative to minimize
the negative impact of these contaminants on animal health. The great use of artificial means
of cultivating microorganisms has grown the concern with the maintenance of viable cultures,
since microbiological cultures are sensitive to the environmental conditions, and their
viability may be lost. The implementation of efficient methods of preservation of microbial
species, such as microencapsulation, seeks to maintain this viability and long-term stability,
promoting protection against adverse conditions. The objective of this work was to test the
interference of microencapsulation by spray drying and extrusion on the viability of S.
cerevisiae A8L2, isolated from fish farms, stored under different temperatures (4.0°C,
ambient [18 and 30°C] and 35°C), concerning probiotic and adsorptive capacity in vitro of
Aflatoxin B1 (AFB
1
) and Ochratoxin A (OTA). After 60 days, the yeast microencapsulated b y
both methods had a viable cell count above the minimum recommended for use as a probiotic
agent in foods of 10
6
CFU/g at the three storage temperatures, providing subsidies for the
probiotic tests and adsorbents. At 35°C it was observed that the cell counts suffered greater
reductions and presented lower values at the end of 60 days, indicating to be a more
aggressive storage condition to yeast, being the least indicated among the three conditions
analyzed. The microencapsulated yeasts were submitted to the following probiotic tests:
inhibition of pathogenic microorganisms, self-aggregation and co-aggregation capacity, as
well as the in vitro adsorption tests of AFB1
and OTA. Saccharomyces cerevisiae A8L2
microencapsulated through the spray drying and extrusion methods using maltodextrin and
sodium alginate as the encapsulating agents was found to have satisfactory results for
probiotic capacity and in vitro adsorption of AFB
1
and OTA under storage conditions the
properties of the microorganisms, and the potential for the use of yeast as a probiotic agent
and mycotoxin adsorbent in later in vivo tests, even when stored in different temperature
conditions.