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RESUMO: A cromoblastomicose é uma infecção subcutânea, granulomatosa e crônica causada pela inoculação traumática de fungos da família Herpotrichiellaceae. A terapia para essa micose é limitada. Nesse sentido, o reposicionamento de fármacos presentes no mercado pode ser uma alternativa. As estatinas são uma classe de moléculas que atuam na redução dos níveis séricos de colesterol por meio da inibição da enzima 3-hidroxi-3-metilglutaril-CoA redutase, a qual está envolvida na biossíntese de esteróis, tais como colesterol e o ergosterol. Este último é considerado um dos principais componentes da membrana celular fúngica. Tendo em vista o mecanismo de ação das estatinas, espera-se que esses fármacos possuam atividade antifúngica. Desse modo, o presente estudo objetivou avaliar a atividade antifúngica in vitro da sinvastatina e da pravastatina isoladas e em combinação com quatro antifúngicos (itraconazol, posaconazol, terbinafina e anfotericina B) frente a agentes da cromoblastomicose. O ensaio de susceptibilidade fúngica foi realizado de acordo com o documento M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute. O perfil de interação entre as estatinas e os antifúngicos foi avaliado pelo método de tabuleiro de xadrez. A interação existente entre os fármacos foi obtida pelo cálculo do Índice Fracionário de Concentração Inibitória (IFCI). Para análise das alterações morfológicas de Fonsecaea pedrosoi ATCC 46428, causadas pela combinação que apresentou menores valores de IFCI, foram obtidas imagens por microscopia de força atômica. A sinvastatina e a pravastatina não inibiram os fungos (n=19) nas faixas de concentrações testadas (CIM > 256 μg/mL). No entanto, as combinações de itraconazol/sinvastatina e de posaconazol/sinvastatina foram sinérgicas contra os isolados investigados (IFCI = 0,24 – 0,5). Quanto à pravastatina, o melhor resultado foi alcançado ao combiná-la com o posaconazol, em que houve sinergismo para oito dos 19 isolados. As demais combinações foram sinérgicas para apenas algumas amostras fúngicas. Não houve antagonismo dentre as associações avaliadas para ambas as estatinas. Ao analisar as imagens microscópicas da associação de itraconazol/sinvastatina, foi possível observar a ruptura da membrana da célula fúngica e o extravasamento do conteúdo intracelular, quando comparada aos controles. Com base nos resultados, pode-se constatar que a pravastatina em conjunto com os antifúngicos apresentou resultados variáveis contra os isolados testados. Porém, a sinvastatina em combinação com os triazólicos apresentou um perfil sinérgico, sendo estas associações promissoras no tratamento da cromoblastomicose
ABSTRACT: Chromoblastomycosis is a subcutaneous, granulomatous and chronic infection caused by a traumatic implantation of fungi of the family Herpotrichiellaceae. There is no therapy of choice for this mycosis. Thus, the relocation of the commercially available drugs may be an alternative. Statins are a class of molecules that reduces the serum cholesterol levels by inhibiting the enzyme 3-hydroxy-3-methylglutaryl-CoA reductase, which is involved in the biosynthesis of sterols, such as cholesterol an ergosterol. The latter is considered one of the main components of fungal cell membrane. Considering the mechanism of action of statins, it is expected that these drugs have antifungal activity. Thus, this work aimed to evaluate the in vitro susceptibility of chromoblastomycosis agents to simvastatin and pravastatin alone and in combination with four antifungals (itraconazole, posaconazole, terbinafine e amphotericin B). The susceptibility assesment was carried out according to Clinical and Laboratory Standards Institute-protocol M38-A2. The interaction between simvastatin and the antifungal agents was evaluated through chessboard technique. This interaction was determined by calculating the Fractional Inhibitory Concentration Index (FICI). For the analysis of morphological changes against Fonseacaea pedrosoi ATCC 46428, caused by the combination that presented lower FICI values, images were obtained by atomic force microscopy Simvastatin and pravastatin could not inhibit anyone of the strains (n=19), even when the higher concentration was tested (MIC > 256 μg/mL). However, the combinations itraconazole-simvastatin and posaconazole-simvastatin demonstrate synergism against all of the investigated isolates (FICI = 0.24 – 0.5). Regarding pravastatin, the best result was achieved by combining it wwith posaconazole, in which there was synergism for eight of the nineteen isolates. The other combinations were synergics for only some of the fungal isolates. Antagonism was not observed. By analyzing the microscopic images of the itraconazole/simvastatin association, it was possible to observe the rupture of the fungal cell membrane and extravasation of the intracellular fluido, when compared to the controls. In accordance with the results, it can be observed that pravastatin combined with antifungals showed variable results against the isolates tested. Therefore, simvastin in combination with triazole antifungals presented a synergistic profile, being these associations promising in the treatment of chromoblastomycosis. |
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