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RESUMO: A doença do movimento visualmente induzida (DMVI) é um termo genérico utilizado para se referir ao tipo de classificação da doença do movimento tradicional, a Cinetose. Em ambientes virtuais, tem sido intitulada como cybersickness com efeitos colaterais, como fadiga ocular, tontura e náuseas além de dificuldade de concentração. Dessa forma, o presente estudo visa demonstrar como a DMVI, ocasionada pela realidade virtual, interfere na atividade cortical durante a visualização de estímulos luminosos para a formação da decisão visual-sacádica por meio da eletroencefalografia tendo como referência a análise da potência absoluta da banda beta parietal e occipital. Para isso 32 participantes do sexo feminino, destras e com idade média de 23,3 ± 3,2 anos foram divididas em grupo controle (GC) e grupo experimental (GE), que desenvolveram a DMVI. As participantes realizaram 120 trilhas de estímulos luminosos, em seguida fizeram uso da realidade virtual e repetiram novamente as trilhas. Os resultados demostraram uma diferença estatisticamente significativa na potência absoluta da banda beta parietal e occipital bilateralmente no GC (p< 0,001) e no córtex occipital direito no GE (p< 0,05), sendo que a atividade dessa banda no GE se manteve superior durante toda a tarefa em relação ao GC. O estudo sugere que a realidade virtual ocasiona uma sobrecarga cognitiva e aumento na demanda de atenção visual para realização da tarefa em ambos os grupos, sendo que em indivíduos sensíveis a DMVI o próprio estímulo luminoso pode desencadear o conflito sensorial.
ABSTRACT: Visually induced motion sickness (VIMS) is a generic term used to refer to a specific type of traditional movement disease known as Kinetosis. In virtual environments, it has been titled as cybersickness with side effects, such as eye fatigue, dizziness and nausea plus difficulty concentrating. Thus, the present study aims to demonstrate how the VIMS, caused by the virtual reality, interferes in the cortical activity during the visualization of luminous stimuli for the formation of the visual-saccadic decision by means of the electroencephalography having as reference the analysis of the absolute power of the beta band parietal and occipital. For this, 32 female participants, right-handed and with a mean age of 23.3 ± 3.2 years, were divided into control group (CG) and experimental group (EG), who developed VIMS. The participants performed 120 light stimuli, then made use of virtual reality and repeated the tracks again. The results demonstrated a statistically significant difference in the absolute power of the parietal and occipital beta bands bilaterally in the CG (p <0.001) and in the right occipital cortex in the EG (p <0.05), and the activity of this band in the CG remained higher during the whole task in relation to the CG. The study suggests that virtual reality causes a cognitive overload and an increase in the demand for visual attention to perform the task in both groups, and in individuals who are sensitive to VIMS the light stimulus itself can trigger sensory conflict.