dc.description.abstract |
RESUMO:
INTRODUÇÃO: A análise dos padrões alimentares é uma valiosa ferramenta para ampliar o
conhecimento a respeito do papel da dieta sobre determinados fatores de risco à saúde. A
avaliação do consumo alimentar de adolescentes vem ganhando crescente atenção, devido à
associação dos hábitos alimentares inadequados com o desenvolvimento das doenças crônicas
na vida adulta, como a resistência à insulina, desencadeadora da síndrome metabólica e
doenças cardiovasculares. OBJETIVO: Correlacionar os padrões alimentares com a
resistência à insulina em adolescentes. MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal,
realizado em 2015, com 153 adolescentes estudantes das escolas particulares localizadas na
zona urbana de Picos-PI. Foi realizado avaliação antropométrica, bioquímica e dietética feita
por entrevistadores treinados. As variáveis sociodemográficas utilizadas foram sexo e a
idade. As variáveis antropométricas foram: peso, estatura, índice de massa corporal,
circunferência da cintura, relação cintura- estatura e índice de conicidade. As variáveis
bioquímicas empregadas foram: Glicemia, Insulina e Resistência à insulina, sendo esta
determinada pelo modelo de avaliação da homeostase. A avaliação dietética foi obtida por
meio do recordatório de 24 horas aplicado uma única vez. Empregou-se a análise de
componentes principais para determinação dos padrões alimentares e regressão logística
multivariada para correlacioná-los com a resistência à insulina. RESULTADOS: A
resistência à insulina foi observada em 25,5% dos adolescentes avaliados, sendo que as
meninas apresentaram maior prevalência (69,2%). Identificou-se cinco padrões alimentares
classificados em Componentes 1: “Frutas e laticínios”, 2:“Farinhas, féculas, massas e carnes
brancas”, 3:“Açúcares, produtos de confeitaria e bebidas”, 4:“Cereais, leguminosas, carnes
vermelhas e produtos industrializados” e 5:“Hortaliças e panificados”. Juntos os cinco
componentes explicaram 61,18% da variância total. Verificou-se correlação dos padrões com
parâmetros dietéticos e o sexo (p<0,05), exceto o Componente 3. Este padrão “Açúcares e
produtos de confeitaria” correlacionou-se apenas com energia, carboidratos e lipídeos. O
Componente 4: “Cereais, leguminosas, carnes e produtos industrializados” reflete hábitos
alimentares de um cenário de transição nutricional, pois inclui alimentos tradicionais
piauienses e alimentos ultraprocessados. Entretanto, não foi observada correlação entre os
padrões alimentares e a RI em adolescentes deste estudo. CONCLUSÃO: Apesar de não ter
sido verificado correlação entre os padrões alimentares e a resistência à insulina em
adolescentes deste estudo, sabe-se que a diversidade alimentar presente em cada população
possui características próprias e impactam na formação de cada padrão alimentar, o que
evidencia a necessidade estudos prospectivos em larga escala. No entanto, é fundamental que
as escolas forneçam aos adolescentes um ambiente físico favorável à alimentação saudável e à
prática de atividade física para possibilitar o enfrentamento mais eficaz de doenças crônicas.
ABSTRACT:
INTRODUCTION: The analysis of dietary patterns is a valuable tool to increase knowledge
about the role of diet on certain health risk factors. The assessment of dietary intake of
adolescents is gaining increasing attention because of the association of inadequate dietary
habits with the development of chronic diseases in adulthood, such as insulin resistance,
triggering the metabolic syndrome and cardiovascular disease. OBJECTIVE: To correlate
dietary patterns with insulin resistance in adolescents. METHOD: This is a cross-sectional
study, conducted in 2015, with 153 adolescent students of private schools located in the urban
area of Picos-PI. Anthropometric, biochemical and dietary assessments were performed by
trained interviewers. The sociodemographic variables used were gender and age. The
anthropometric variables were: weight, height, body mass index, waist circumference, waistheight
ratio and conicity index. The biochemical variables employed were: Blood Glucose,
Insulin and Insulin Resistance, which was determined by the homeostasis evaluation model.
The dietary assessment was achieved by the 24-hour recall applied only once. It was used the
analysis of main components to determine the dietary patterns and multivariate logistic
regression to correlate them with insulin resistance. RESULTS: Insulin resistance was
observed in 25.5% of the adolescents evaluated, and girls shown a higher prevalence (69.2%).
Five food patterns were identified in Components 1: “Fruits and dairy products”, 2: “Flours,
starches, pasta and white meat”, 3: “Sugars, confectionery products and beverages”, 4:
“Cereals, legumes, red meat and processed products” and 5:“Vegetables and baked goods”.
All the five components together explained 61.18% of the total variance. Patterns were
correlated with dietary parameters and gender (p <0.05), except for Component 3. This
pattern “Sugar and confectionery” correlated only with energy, carbohydrates and lipids.
Component 4: “Cereals, legumes, meats and processed products” reflects eating habits of a
nutritional transition scenario, as it includes traditional Piauí foods and ultra-processed foods.
However, no correlation was observed between dietary patterns and IR in adolescents. of this
study. CONCLUSION: Although there was no correlation between dietary patterns and
insulin resistance in adolescents in this study, it is known that the dietary diversity present in
each population has its own characteristics and impact on the formation of each dietary
pattern, which highlights the need for large-scale prospective studies. However, it is essential
that schools provide adolescents with a physical environment conducive to healthy eating and
physical activity to enable them to cope more effectively with chronic diseases. |
pt_BR |