AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SEXUAL EM MULHERES COM A SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS COM DIFERENTES ÍNDICES DE MASSA CORPORAL

Abstract

RESUMO: Introdução: A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é a mais comum endocrinopatia ginecológica e pouco é conhecido sobre a função sexual nessas mulheres. Objetivo: Comparar as diferenças na função sexual entre mulheres com e sem Síndrome dos Ovários policísticos, com diferentes Índices de Massa Corporal (IMC). Metodologia: Estudo transversal controlado desenvolvido em mulheres de 18 a 40 anos que preencheram critérios de Rotherdam para o diagnóstico de SOP, foram comparadas com mulheres saudáveis. A amostragem foi não probabilística e composta por 200 participantes, recrutadas a partir de demanda espontânea no ambulatório de Reprodução Humana e Endocrinologia ginecológica de um hospital de ensino da cidade de Teresina-PI. Foram distribuídas em quatro grupos: IA(SOP com excesso de peso-IMC≥25); 1B (SOP e peso normal – IMC<25); IIA (mulheres saudáveis e excesso de peso -IMC≥25) e IIB (mulheres saudáveis com IMC<25). Formulário estruturado, prontuário de atendimento e questionário IFSF (Funcionamento Sexual Feminino) foram utilizados como instrumentos de coleta de dados. Os dados foram analisados estatisticamente usando os testes de Kolmogorov-Smirnov; Mann-whitney e o de Kruskall-Wallis (p<0,05). Resultados: A população estudada tinha idade média de 31,5 anos de mulheres com SOP, e 31,09 para mulheres sem SOP, em maioria casadas, autodeclaradas pardas e com nível de escolaridade até o Ensino Médio. Os hábitos de vida (atividade física, tabagismo e etilismo) quando comparados os dois grupos I e II, não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05). Baseado no total de escore do IFSF, a disfunção sexual esteve presente em 34% das mulheres com SOP quando comparadas ao controle, 32%. Em relação ao IMC, não foi verificado diferença estatisticamente significante entre as médias dos escores total do Índice da Função Sexual das mulheres com SOP e excesso de peso quando comparadas ao Grupo controle (p=0,479), mas no Grupo SOP, as mulheres com peso normal tiveram menos “satisfação” sexual (p=0,008) e “dores” na relação sexual (p=0,007) do que as mulheres com excesso de peso. As pacientes com SOP tiveram escores significantemente maior no domínio “satisfação” quando comparada com mulheres do grupo controle (p<0,05). Conclusão: A função sexual de mulheres com a Síndrome dos ovários policísticos obesas ou com sobrepeso não apresenta muitas diferenças em relação ao controle, exceto nos domínios “satisfação e dor”. ABSTRACT: Introduction: Polycystic ovary syndrome (PCOS) is the most common gynecological endocrinopathy and little is known about sexual function in these women. Objective: To compare the differences in sexual function among women with and without Polycystic Ovarian Syndrome, with different Body Mass Indexes (BMI). Methods: A cross-sectional, controlled study of 18- to 40-year-old women who met Rotherdam criteria for diagnosing PCOS was compared to healthy women. Sampling was non-probabilistic and composed of 200 participants, recruited from spontaneous demand at the Human Reproduction and Gynecological Endocrinology outpatient clinic of a teaching hospital in the city of Teresina-PI. They were divided into four groups: AI (overweight PCOS-IMC≥25); 1B (PCOS and normal weight - BMI <25); IIA (healthy and overweight women -IMC≥25) and IIB (healthy women with BMI <25). Structured form, attendance chart and IFSF questionnaire (Female Sexual Functioning) were used as instruments of data collection. Data were analyzed statistically using the Kolmogorov-Smirnov tests; Mann-Whitney and Kruskall-Wallis (p <0.05). Results: The studied population had a mean age of 31.5 years of women with PCOS, and 31.09 for women without PCOS, mostly married, self-reported, and with education level up to high school. Life habits (physical activity, smoking and alcoholism) when comparing the two groups I and II, there was no statistically significant difference (p> 0.05). Based on the total IFSF score, sexual dysfunction was present in 34% of women with PCOS when compared to control, 32%. In relation to BMI, no statistically significant difference was found between the means of the Total Sexual Function Index scores of women with PCOS and overweight when compared to the control group (p = 0.479), but in the SOP group, women with weight had less sexual "satisfaction" (p = 0.008) and "pain" in sexual intercourse (p = 0.007) than women who were overweight. Patients with PCOS had significantly higher scores in the "satisfaction" domain when compared to women in the control group (p <0.05). Conclusions: The sexual function of women with obese or overweight polycystic ovarian syndrome does not show many differences in relation to control, except in the "satisfaction and pain" domains.