CONTINGÊNCIA E LIBERDADE NA REPRESENTAÇÃO RELIGIOSA DA OBRA FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO DE HEGEL

Abstract

RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar as representações religiosas, a dialética da religião, na Fenomenologia do espírito, a partir da compreensão do movimento dialético da contingência e a liberdade, na Ciência da Lógica, segundo a Dialética das modalidades. Entende-se também que este devir histórico do espírito religioso efetiva uma determinação religiosa, porém, que tem como sentido teleológico a efetividade da religião segundo a constituição de uma eticidade dada na representação do Absoluto. Na Ciência da lógica, Hegel mostra o caminho dialético da contingência e a liberdade como dialética da modalidade, pelo qual o Absoluto se expõe segundo a modalidade formal, modalidade efetiva e a modalidade absoluta, isto é, o espírito que se expressa como contingência, possibilidade, efetividade e necessidade. No entanto, esta dissertação defende que mesmo não sendo de forma clara, a contingência e a liberdade, participam no processo de formação da consciência religiosa na obra Fenomenologia do espírito, no desdobramento do movimento do espírito representativo por meio da “Religião natural”, da “Religião da arte” e da “Religião revelada”. Neste sentido, para comprovação desta interpretação, será desdobrado uma aproximação destes momentos da dialética da representação religiosa, na Fenomenologia do espírito, com a dialética modal, conforme a Ciência da lógica. Portanto, esta relação, da dialética modal com a dialética da religião, ostenta apontar uma semelhança que demonstra o devir dialético da contingência e a liberdade manifestadas na dialética da representação religiosa, segundo a principal obra de Hegel em Iena, no ano de 1807. Por fim, exibir-se-á que esta presença da dialética modal, o devir da contingência e a liberdade na dialética da religião, tem por resultado teleológico um devir ético revelado pela representação religiosa. De modo que a determinação imediata da representação religiosa por meio de figuras divinas históricas, enquanto fruto do espírito dado como elemento contingente, transcorre o mesmo caminho que a dialética modal experimenta, porém, entende-se que a representatividade efetivada na realização dos momentos da consciência religiosa (Religião natural, Religião da arte, Religião revelada), tem como fundamento um operador modal ético: a eticidade. ABSTRACT: The goal of this work is to present the religious representations, the dialectics of religion, in his Phenomenology of the Mind, from the comprehension of the dialectical movement of contingency and freedom in his Science of Logic, from his dialectics of modalities. We understand also that the historical becoming of the religious spirit accomplishes a religious determination, however, which has as a teleological sense the effectiveness of religion according to the constitution of a given morality in the representation of the Absolute. In the Science of Logic, Hegel shows the dialectical path of contingency and freedom with the dialectics of modalities, through which the Absolute exposes itself in accordance to the formal modality, the effective modality and the absolute modality, that is, the spirit that expresses itself as contingency, effectiveness and necessity. However, this thesis supports that, even though is not so clear, contingency and freedom take part in the process of constitution of the religious consciousness in Hegel’s Phenomenology of the Mind, through the unfolding of the movement of the representative spirit via the “natural religion”, “religion of the arts” and “revealed religion”. In this sense, to substantiate this interpretation, we shall endeavor a convergence between these moments of the dialectics of the religious representations, in Phenomenology of the Mind, and the modal dialectics, as it is found in the Science of the Logic. Thus, this relation between the modal dialectics and the dialectics of religion displays a resemblance that demonstrates the dialectical becoming of contingency and freedom expressed in the dialectics of religious representation, according to Hegel’s main work in Jena, in the year of 1807. Finally, we will present that such presence of the modal dialectics, the becoming of contingency and freedom in the dialectics of religion, has the teleological result of a ethical becoming revealed by the religious representation. In a way so that the immediate determination of the religious representation by means of historical religious figures, as produced by the given spirit like contingent element, passes through the path which modal dialectics experiences, though we understand that the representativeness fulfilled in the moments of religious consciousness (natural religion, religion of the arts, revealed religion) has a modal ethical element as a foundation: morality (Sittlichkeit).