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RESUMO: Introdução: A violência contra mulheres universitárias é um fenômeno complexo que se manifesta através da violência física, psicológica e sexual, causando impacto direto na sua saúde, o que requer o desenvolvimento de estudos para a melhor
compreensão desse fenômeno. Objetivo: Analisar a prevalência e fatores associados à violência contra mulheres universitárias. Metodologia: Estudo transversal e analítico realizado com 458 estudantes do sexo feminino, na Universidade Federal do Piauí, campus Professora Cinobelina Elvas, em BomJesus-PI. Os dados foram coletados por meio de questionário adaptado da pesquisa Estudo Multi-Países sobre Saúde da Mulher e Violência Doméstica da Organização Mundial da Saúde. Investigou-se o relato de violência durante o curso (VDC) e violência por parceiro íntimo (VPI). A amostra foi descrita por meio de frequências absolutas e relativas. Associação entre as variáveis qualitativas foi realizada por meio do teste Qui-quadrado de Pearson (X2). Estimou-se a razão de prevalência (RP) e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio de regressão de Poisson, com nível de significância de 5%. Resultados: Predominaram alunas do curso de Ciências Biológicas (29,3%), menores de 25 anos (83,1%), negras (84,3%), não moravam com pai/mãe (73,4%), não possuíam trabalho remunerado (88,4%), não tinham companheiro (52,8%) e ganhavam menos de um salário mínimo (67,3%). A prevalência de VDC foi de 44,5%, sendo que 43,7% relataram ter sido vítimas de violência psicológica, 9,6% de violência física e 3,3% de violência sexual. A VDC foi associada a ser aluna do curso de Medicina Veterinária (RP: 2,2; IC95% 1,6-2,9) e possuir cor de pele branca (RP: 1,3; IC95% 1,0-1,7). A prevalência de VPI entre as
estudantes universitárias foi de 26,4%, sendo que 24,5% foram vítimas de violência
psicológica, 7,9% de violência física e 2,8% de violência sexual. VPI sexual foi
associada à idade ≥25 anos (RP: 6,9; IC95%: 1,3-36,8) enquanto a VPI física foi
associada à cor de pele branca (RP: 2,8; IC95%: 1,1-7,2). Além disso, como produto
desta pesquisa elaborou-se um e-book “Violência contra mulheres universitárias”.
Conclusão: Foram identificadas elevadas prevalências de violência contra mulheres
universitárias, tanto de violência durante o curso, isto é, violência realizada desde o
ingresso na universidade como de violência por parceiro íntimo atual. A partir da
magnitude do fenômeno e respectivos fatores associados é possível subsidiar a
elaboração de estratégias de atenção às vítimas e prevenção de novos casos de
violência contra mulheres universitárias.
ABSTRACT: Introduction: Violence against university women has a direct impact on their health, which requests the development of studies to better comprehend this henomenon.
Objective: to analyze the prevalence and factors associated with violence against university women. Methodology: A cross-sectional analytical study realized with 458
female students, at the Federal University of Piauí, Professor Cinobelina Elvas
campus, in Bom Jesus-PI. Data were collected using a questionnaire adapted from a
Multi-Country Study realized by the World Health Organization on Women's Health
and Domestic Violence. It was investigated the report of violence during the course
(VDC) and intimate partner violence (IPV). The sample was described through
absolute and relative frequencies. The association between qualitative variables was
realized using Pearson's chi-square test (X2). We estimated the prevalence ratio (PR)
and respective 95% confidence intervals (95%CI) using Poisson regression, with a
significance level of 5%. Results: Predominance of female students of the Biological
Sciences course (29.3%), under 25 years old (83.1%), black (84.3%), did not live
with a father / mother (73.4%), did not have paid work (88.4%), had no partner
(52.8%) and earned less than one minimum wage (67.3%). The prevalence of VDC
was 44.5%, with 43.7% that reported having suffered psychological violence, 9.6%
physical violence and 3.3% sexual violence. VDC was associated with being a
student in the Veterinary Medicine course (PR: 2.2; 95%CI: 1.6-2.9) and having white
skin color (PR: 1.3; 95%CI: 1.0-1.7). The prevalence of IPV among university female
students was 26.4%, with 24.5% that were victims of psychological violence, 7.9% of
physical violence and 2.8% of sexual violence. Sexual IPV was associated with age
≥25 years (PR: 6.9; 95%CI: 1.3-36.8), while physical IPV was associated with white
skin color (PR: 2.8; 95%CI: 1.1-7.2). In addition, as a product of this research, an e book “Violence against university women” was produced. Conclusion: High prevalences of violence against university women were identified, as much as in violence during the course such as in violence by an intimate partner. From the magnitude of the henomenon and its associated factors, it is possible to subsidize the development of strategies for caring for victims and preventing new cases of violence against university women. |
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