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RESUMO: Introdução: A fragilidade representa síndrome com múltiplas causas, caracterizada pela diminuição da força, resistência e redução da função fisiológica. Relevante problemática de saúde pública em particular entre os idosos, uma vez que está diretamente associada a maior risco de queda, hospitalização, incapacidade funcional, institucionalização e óbito. Diante do exposto é necessário salientar que os problemas de saúde e óbitos desse grupo etário, além de estarem frequentemente relacionados às doenças crônico-degenerativas e as síndromes, os agravos por causas externas merecem destaque, principalmente as quedas e os acidentes de trânsito. Objetivo: Avaliar a fragilidade em idosos atendidos por acidente de trânsito em um hospital de referência em urgência. Método: Estudo observacional, analítico e transversal realizado em hospital de urgência, referência no atendimento ao trauma, situado em Teresina (PI). A população do estudo constituiu-se por 234 idosos que sofreram acidente de trânsito e foram atendidos nesse hospital no período da coleta de dados (setembro de 2018 a setembro de 2019). A amostragem foi não probabilística, em sequência. Adotou-se como instrumentos na coleta de dados o Mini Exame do Estado Mental, formulário para a caracterização dos participantes e a Escala de Fragilidade Edmonton. Foi realizada a análise descritiva e inferencial, aplicaram-se Teste Qui-quadrado, Teste Exato de Fisher e Regressão Logística. Em todas as análises, adotou-se o nível de significância de p<0,05. Este estudo obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com o parecer 2.817.389. Resultados: Verificou-se que entre os idosos atendidos por acidente de trânsito, a prevalência da fragilidade correspondeu 35,9%, enquanto 35,5% eram aparentemente vulneráveis e 28,6% não apresentavam fragilidade. Os fatores associados à fragilidade foram: sexo (p=0,038), cor da pele (p=0,039), estado civil (p=0,002), escolaridade (p=0,039), fonte de renda pensão (p=0,022), renda individual (p=0,018), renda familiar (p=0,006), composição familiar (p=0,032), não possui doença de base (p=0,019), hospitalização no último ano (p=<0,001), uso de medicamento no último mês (p=0,018), número de medicamentos (p=0,002), automedicação (p=0,025), outras dores (p=0,014), número de doenças (p=0,006), diabetes (p=0,005), catarata (p=0,007), depressão (p=0,016), uso de antidiabético (p=0,022) e antimicrobiano (p=0,038). Na regressão, as variáveis hospitalização no último ano (p=<0,001; OR: 4,536; IC: 2,173-9,468), renda individual até um salário mínimo (p=0,007; OR: 2,633, IC: 1,298-5,341) e automedicação (p=0,027; OR: 2,011; IC: 1,083-3,737) apresentaram mais chances para a condição de fragilidade. E, ser casado/união estável (p=0,002; OR: 0,182; IC: 0,063-0,524) e não possuir catarata (p=0,022; OR: 0,339; IC: 0,134-0,855) consistiram em fatores de proteção para a fragilidade. Conclusão: Evidenciou-se presença e vulnerabilidade em percentual significativo de fragilidade em idosos acidentados no trânsito. Desse modo, torna-se imprescindível o rastreamento precoce dessa síndrome para posterior planejamento de ações de saúde que visem prevenir ou minimizar incapacidades na saúde dos idosos. Ademais, a pesquisa propiciou o conhecimento acerca dos fatores de risco associados à fragilidade, o que permite identificar as condições passíveis de intervenção e, por conseguinte evitar desfechos clínicos adversos nesta população.
ABSTRATC: Introduction: Frailty represents a syndrome with multiple causes, characterized by decreased strength, resistance and reduction of physiological function. Relevant public health problem, particularly among the elderly, since it is directly associated with a higher risk of fall, hospitalization, functional disability, institutionalization and death. In view of the above, it is necessary to emphasize that health problems and deaths of this age group, besides being frequently related to chronic-degenerative diseases and syndromes, injuries due to external causes deserve to be highlighted, especially falls and traffic accidents. Objective: To evaluate frailty in elderly people treated for traffic accidents in a reference hospital in urgency. Method: Observational, analytical and cross-sectional study carried out in an emergency hospital, a reference in trauma care, located in Teresina (PI). The study population consisted of 234 elderly people who suffered traffic accidents and were treated at this hospital during data collection (September 2018 to September 2019). The sampling was non-probabilistic in sequence. The Mini Mental State Examination, a form for the characterization of the participants and the Edmonton Frailty Scale were adopted as instruments in the data collection. Descriptive and inferential analysis was performed, Chi-square Test, Fisher's Exact Test and Logistic Regression were applied. In all analyses, the significance level of p<0.05 was adopted. This study was approved by the Research Ethics Committee of the Federal University of Piauí, with opinion 2,817,389. Results: It was found that among the elderly treated for traffic accidents, the prevalence of frailty corresponded to 35.9%, while 35.5% were apparently vulnerable and 28.6% did not present frailty. Factors associated with frailty were: gender (p=0.038), skin color (p=0.039), marital status (p=0.002), schooling (p=0.039), pension income source (p=0.022), individual income (p=0.018), family income (p=0.006), family composition (p=0.032), has no underlying disease (p=0.019), hospitalization in the last year (p=<0.001), use of medication in the last month (p=0.018), number of medications (p=0.002), self-medication (p=0.025), other pain (p=0.014), number of diseases (p=0.006), diabetes (p=0.005), cataract (p=0.007), depression (p=0.016), use of antidiabetic (p=0.022) and antimicrobial (p=0.038). In regression, the variables hospitalization in the last year (p=<0.001; OR: 4,536; CI: 2.173-9.468), individual income up to one minimum wage (p=0.007; OR: 2.633, CI: 1.298-5.341) and self-medication (p=0.027; OR: 2,011; CI: 1.083-3.737) were more likely to be frail. And, being married/stable union (p=0.002; OR: 0.182; CI: 0.063-0.524) and no cataract (p=0.022; OR: 0.339; CI: 0.134-0.855) consisted of protective factors for frailty. Conclusion: Presence and vulnerability were evidenced in a significant percentage of frailty in elderly people injured in traffic. Thus, it is essential to early screening of this syndrome for further planning of health actions aimed at preventing or minimizing disabilities in the health of the elderly. Furthermore, the research provided knowledge about the risk factors associated with frailty, which allows identifying the conditions that can be intervened and, consequently, avoiding adverse clinical outcomes in this population. |
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