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RESUMO: A autovigilância configura-se como modo de subjetivação manifesto nas redes sociais virtuais. No Instagram posso ver isso no status conferido pelos usuários ao reconhecimento e à admiração do olhar do outro, que vão sendo progressivamente interiorizados, constituindo todo um campo de práticas consigo, de autorregramento e autocontrole que passam a reger a esfera íntima e privada, em que as esferas de cuidado e controle de si se fazem na exposição pública ao alcance do olhar do outro e à norma por ele representada, norma a qual chamo de “instagramável”. Frente a isso, questiono: Quais as relações entre a autovigilância no Instagram e a produção de subjetividades na contemporaneidade? Assim, objetivo: cartografar as relações entre autovigilância e a produção de subjetividades no Instagram. Para tal, pretendo: a) discutir a produção de subjetividades engendradas no contexto de vigilância; b) analisar como a autovigilância ocorre nas redes sociais; c) compreender o funcionamento do Instagram como dispositivo de visibilidade/vigilância; e d) mapear a autovigilância em perfis de nanoinfluenciadores no Instagram. Para tanto, uso como principais referenciais: Félix Guattari e Suely Rolnik (1996) e Luciana Miranda (2005; 2009) que discutem a produção de subjetividades; Michel Foucault (2009; 1987) e suas contribuições acerca a sociedade de disciplina; Gilles Deleuze (1992) e os escritos a sociedade de controle; Zygmunt Bauman (2014) com sua perspectiva pós-pan-óptica; Fernanda Bruno (2013), Pablo Rodrigues (2015), Paula Sibilia (2009; 2018) e Byung-Chul Han (2017) sobre a relação entre vigilância, subjetividades e contemporâneo; bem como de outros temas e interlocutores que possibilitam o enriquecimento da discussão. O caminho metodológico se faz na cartografia (KASTRUP, 2007) de sete perfis de nanoinfluenciadores no Instagram, com registro de narrativa em diários poéticos cartográficos, por meio do perfil @poetavigia, criado no Instagram para a pesquisa. As narrativas cartográficas se dão em uma polifonia entre o eu e a pesquisa, mas sabendo que na pesquisa existem corpos vivos, falantes, pensantes, agentes etc., assim como um território complexo, contextos e jogos de subjetivação diversos. A cartografia como pesquisa-intervenção produz conhecimento na medida em que se habita um território e se cria um plano comum, isto é, não se pesquisa sobre, mas com. Portanto, me percebo também como um ator neste percurso, como um oitavo perfil sendo estudado, em um território bastante mutável e movediço, exigindo idas e voltas. Nos resultados finais, dentre outras coisas, percebo que as subjetividades autovigilantes se configuram como instagramáveis e o instagramável é composto por linhas de produção capitalísticas homogêneas, mas também de resistência.
ABSTRACT: The self-surveillance is configured as a way of subjectification manifested in virtual social networks. On Instagram I can see this in the status given by users to the recognition and admiration of the other's gaze, which are progressively internalized, constituting a whole field of practices with you, of self-integration and self-control that come to govern the intimate and private sphere, in which the spheres of care and self-control are made in public exposure within the reach of the other's gaze and the norm represented by him, norm which I call “Instagramable”. Faced with this, I ask: What are the relationships between self-surveillance on Instagram and the production of subjectivities in contemporary times? Thus, objective: "to map relationships between self-surveillance and the production of subjectivities on Instagram,". To this end, I intend to: a) discuss the production of subjectivities forged in the context of surveillance; b) analyze how self-surveillance occurs on social networks; c) understand the functioning of Instagram as a visibility / surveillance device; d) map self-surveillance in profiles of nanoinfluencers on Instagram. Therefore, was used as main references: Félix Guattari and Suely Rolnik (1996) and Luciana Miranda (2005; 2009) who discuss the production of subjectivities; Michel Foucault (2009; 1987) and his contributions about the discipline society; Gilles Deleuze (1992) and the writings of the controlling society; Zygmunt Bauman (2014) with his post-pan-optical perspective; Fernanda Bruno (2013), Pablo Rodrigues (2015), Paula Sibilia (2009; 2018) and Byung-Chul Han (2017) on the relationship between surveillance, subjectivities and contemporary; as well as other topics and interlocutors that may enable the enrichment of the discussion. The methodological path is made in the cartography (KASTRUP, 2007) of seven profiles of nanoinfluencers on Instagram, through a narrative in cartographic poetic diaries in the @poetavigia profile , that was created on Instagram for research. Cartographic narratives take place in a polyphony between the self and the research, but knowing that in the research there are living bodies, speakers, thinkers, agents ..., as well as a complex territory, contexts and diverse subjectivation games. Cartography, as research-intervention, produces knowledge to the extent that a territory is inhabited and a common plan is created, that is, it is not researched about, but with. Therefore, I also perceive myself as an actor on this journey, as an eighth profile being studied, in a very changeable and unstable territory, requiring back and forth. In the final results, among other things, I notice that self-vigilant subjectivities are configured as instagramáveis and the instagramável is composed of homogeneous, but also resistant, capitalistic production lines. |
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