CONSUMO DE MÍDIAS SEXUALMENTE EXPLÍCITAS E AS PRÁTICAS DE RISCO AO HIV/AIDS

Abstract

RESUMO: Introdução: Entender a dinâmica, a tendência da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e o comportamento da população dentro dos novos espaços de socialização nos ambientes virtuais, se caracteriza um importante cenário para estudo. Um componente novo tem preocupado estudiosos e autoridades de saúde, no que diz respeito à expansão do HIV/Aids, que são as mídias sexualmente explícitas (MSE). Objetivo: a influência do consumo de mídias sexualmente explícitas nas práticas sexuais de risco ao HIV/Aids na população brasileira. Método: Trata-se de um estudo multi-método, que permitiu obter informações primárias e da literatura científica sobre a situação de saúde sexual, especialmente as relacionadas ao HIV/Aids. Foram realizados os seguintes estudos: uma Revisão de escopo, um estudo metodológico de validação do instrumento de pesquisa, dois estudos transversais, sendo um sobre o uso do preservativo por pessoas que consomem MSE, e outro sobre os fatores associados ao consumo de MSE e as práticas de risco ao HIV/ Aids. Resultados: A revisão de escopo identificou a influência das mídias quanto ao comportamento sexual de risco e a múltiplas parcerias sexuais. A análise prévia revelou associação estatisticamente significante do uso de preservativos com o tipo de cenas que prefere (p = 0,03), tipo de pornografia que assiste influenciando nas suas relações sexuais (p = 0,017) e número de cenas vistas por semana (p = 0,05). O estudo metodológico de validação verificou que o IVC do instrumento adaptado foi satisfatório para os domínios de saúde sexual (93,4%) e práticas sexuais (94,2%), enquanto os itens referentes ao consumo de MSE obtiveram IVC de 100,0% para ambos os critérios. As análises dos dados do estudo transversal apontaram que 558 (65,3%) informaram ter o hábito de ver pornografia. Identificaram-se chances aumentadas para o envolvimento em prática sexual de risco em: ser do sexo masculino (ORa=1,36 vezes); hábito de ver pornografia (ORa=1,47); menos de 12 anos no primeiro contato com a pornografia (ORa=2,74). Conclusão: Os resultados mostraram que o consumo de MSE está associado as práticas sexuais de risco ao HIV entre os brasileiros. Entende-se que é oportuno a utilização de estratégias pelas produtoras que demonstrem nas cenas o uso de medidas preventivas ao HIV/Aids, bem como a inclusão nas políticas de saúde de ações que promovam a interface das novas formas de prevenção e o compartilhamento das MSE no ambiente virtual. ABSTRACT: Introduction: Understanding the dynamics, the trend of infection by the Human Immunodeficiency Virus (HIV) and the behavior of the population within the new spaces of socialization in virtual environments, is an important scenario for study. A new component has concerned scholars and health authorities with regard to the spread of HIV/AIDS, which are sexually explicit media (SEM). Objective: the influence of sexually explicit media consumption on HIV/AIDS risky sexual practices in the Brazilian population. Method: This is a multi-method study, which allowed us to obtain primary information and scientific literature on the sexual health situation, especially those related to HIV/AIDS. The following studies were carried out: a Scope review, a methodological study to validate the research instrument, two cross-sectional studies, one on condom use by people who consume SEM, and another on factors associated with MSE consumption and the risk practices to HIV/AIDS. Results: The scoping review identified the influence of the media on risky sexual behavior and multiple sexual partnerships. The previous analysis revealed a statistically significant association between condom use and the type of scenes they prefer (p = 0.03), type of pornography they watch influencing their sexual relationships (p = 0.017) and number of scenes seen per week (p = 0.017). = 0.05). The methodological validation study found that the CVI of the adapted instrument was satisfactory for the domains of sexual health (93.4%) and sexual practices (94.2%), while the items referring to the consumption of MSE obtained a CVI of 100.0 % for both criteria. Data analysis of the cross-sectional study showed that 558 (65.3%) reported having the habit of viewing pornography. Increased odds for engaging in risky sexual practices were identified in: being male (ORa=1.36 times); habit of watching pornography (ORa=1.47); less than 12 years old in the first contact with pornography (ORa=2.74). Conclusion: The results showed that SEM consumption is associated with HIV risky sexual practices among Brazilians. It is understood that it is opportune to use strategies by producers that demonstrate the use of preventive measures against HIV/AIDS in the scenes, as well as the inclusion in health policies of actions that promote the interface of new forms of prevention and the sharing of SEM in the virtual environment.