Abstract:
RESUMO:O câncer é caracterizado por um conjunto de doenças que tem relação com o crescimento
desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos. Diversos novos fármacos têm sido
descobertos para tratamento de diferentes tipos de câncer, oriundos de plantas, algas,
microorganismos e outros. Os polissacarídeos extraídos de plantas possuem diversas
aplicações descritas na literatura como atividade antibacteriana, antifúngica, antioxidante e
atividade antitumoral in vitro e in vivo. No entanto, o efeito antitumoral dos polissacarídeos
ainda não está totalmente elucidado. Assim este trabalho teve como objetivo avaliar o potencial
antitumoral da goma do cajueiro, através de modelos in vitro e in vivo. A goma do cajueiro não
demonstrou atividade citotóxica e antimigratória in vitro em células tumorais murinas e
humanas na concentração de 100 µg/mL. Já nos ensaios in vivo, a goma do cajueiro foi capaz
de inibir o crescimento tumoral em melanoma metastático murino (B16F-10) em 35% e 40%,
nas doses de 50 e 100 mg/kg, respectivamente. Além disso, o polissacarídeo não diminui o peso
dos animais, já que o mesmo é composto basicamente por cadeias de açucares. Em relação aos
componentes hematológicos, a goma do cajueiro não causou leucopenia, nem alterações
hematológicas significativas, demonstrando assim que este polímero possivelmente não causa
depleção ao sistema imunológico do animal. Os cortes histológicos dos órgãos demonstraram
que a goma do cajueiro não provoca lesões tóxicas no fígado, rim, pulmão e baço. Além disso,
os cortes do tumor indicaram processo de morte celular indicativo de apoptose. A análise do
tecido tumoral por FTIR, indicou processo de morte semelhante nos tratamentos com
ciclofosfamida e goma do cajueiro, pelo estiramento de bandas representativas de lipídeos, e
grupamentos presentes no DNA. Em relação à análise de componentes antioxidantes
enzimáticos e não-enzimáticos (GSH, MDA e MPO), observou-se que a goma do cajueiro não
indicou a produção de agentes antioxidantes, demonstrando possivelmente que este polímero
não provoca estresse oxidativo tecidual. Conclui-se, portanto, que este polissacarídeo poderia
auxiliar no tratamento de neoplasias, através da possível redução de efeitos colaterais gerados
pelos quimioterápicos, além de ajudar na redução tumoral.
ABSTRACT:Cancer is characterized by a group of diseases related to the disordered growth of the
cells, which invade tissues and organs. Several new drugs, derived from plants, algae,
microorganisms and other sources, have been investigated due to their potential to treat different
types of cancer. Polysaccharides extracted from plants have innumerable applications described
in the literature, such as antibacterial, antifungal, antioxidant and antitumor activities, in vitro
and in vivo. However, the antitumor effects of these polysaccharides are not fully elucidated
yet. This study aimed to evaluate the antitumor potential of the cashew gum, through in vitro
and in vivo models. The cashew gum did not demonstrate cytotoxic and antimigratory activity
in vitro in murine and human tumor cells at the concentration of 100 μg / ml. In vivo assays
showed that cashew gum was able to inhibit in 35% and 40% the tumor growth in murine
metastatic melanoma (B16F-10), at doses of 50 and 100 mg / kg, respectively. In addition, the
polysaccharide does not decrease the weight of the animals, since it is composed basically of
sugar chains. Regarding hematological components, cashew gum did not cause leucopenia, and
not significant hematological alterations, demonstrating that this polymer does not cause
depletion of the immune system of the animal. Histological sections of the organs have shown
that cashew gum did not caused toxic lesions in the liver, kidney, lung and spleen. Tumor slices
indicated a cell death process indicative of apoptosis in treatment with cashew gum. The
analysis of the tumor tissue by FTIR indicated a similar death process in treatments with
cyclophosphamide and cashew gum, by the stretching of lipids representative bands, and groups
present in the DNA. With regard to the analysis of enzymatic and non-enzymatic antioxidant
components (GSH, MDA and MPO), Cashew gum did not indicate the production of these
antioxidant agents, possibly demonstrating that this polymer does not cause tissue oxidative
stress. Therefore, it is concluded that this polysaccharide could help in the treatment of
neoplasias, by possibly reducing the side effects generated by the chemotherapeutic, besides
helping in the tumor reduction.