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RESUMO:A presente dissertação tem como objetivo compreender como os grupos ceramistas Tupi no
período pré-colonial se “estabeleceram e viveram” em regiões interioranas do Piauí. Para isso
fiz uso do conjunto de coisas arqueológicas evidenciadas e resgatadas em sítios arqueológicos
na Mesorregião Sudeste do Estado do Piauí. Concatenando dados arqueológicos, etnohistóricos,
antropológicos e da história indígena de modo a auxiliar na identificação dos grupos humanos
pré-coloniais especificamente na Chapada do Araripe no território piauiense, assim como
esquematizar novas discussões. Percebendo estas “coisas” como mediadoras das relações
humanas e agências diversas, humanas e não humanas, pretendeu-se dialogar com as relações
e interações humanas a partir do conjunto de “coisas”, uma vez que, os artefatos são produções
humanas, logo esses deixam de ser objetos por objetos para aqui serem tratados como as coisas
essenciais para o estabelecimento e relações humanas, adotando o conceito das coisas proposto
por Ingold (2012) e Miller (2013). Como metodologia para esse diálogo foram selecionadas
“coisas” de três sítios arqueológicos do conjunto de 8 sítios, nos quais apresentam fragmentos
de cerâmica policroma, perceptíveis para uma análise tecnológica e morfológica, baseada nos
preceitos teóricos da Antropologia da Tecnologia proposta por Lemonier (1986, 1992). A partir
da análise tecnológica e morfologia de alguns desses conjuntos de coisas foram feitas as
reconstituições hipotéticas dos vasilhames cerâmicos verificando as tecnologias empregadas na
confecção dos mesmos, assim como as técnicas de tratamento de superfície, percebendo
similaridades e diferenças. O resultado possibilitou a construção de uma narrativa sobre as
experiências humanas (cotidianas e ritualísticas), reafirmando os Tupi no Piauí, entendendo
como as coisas interagiram enquanto expressões da materialidade de um estilo introduzido e
compartilhado em uma história de longa duração por comunidades tradicionais, percebendo
estes entrelaçados no processo de ensino aprendizagem, contribuindo para o estabelecimento
dos indivíduos naquele território.
ABSTRACT:The present dissertation aims to understand how ceramist groups in the pre-colonial period
"settled and lived" in interior regions of Piauí. For this, we made use of the set of archaeological
things evidenced and rescued in Archaeological Sites in the southwest of the State of Piauí.
Concatenating archaeological, ethnohistorical and anthropological data in order to help identify
pre-colonial human groups specifically in the Araripe plateau in Piauí territory, as well as to
outline new discussions. Realizing these "things" as mediators of human relations and diverse
agencies, human and nonhuman, it was intended to dialogue human relations and interactions
from the set of "things", since artifacts are human productions, soon they leave to be objects by
objects here to be treated as the essential things for the establishment and human experiences,
adopting the concept of things proposed by INGOLD (2012), MILLER (2013). As a
methodology for this dialogue, "things" were selected from three archaeological sites of the set
of 16 sites, in which they present fragments of polychrome pottery, perceptible for a
technological and morphological analysis, based on the theoretical precepts of the
Anthropology of Technology proposed by LEMONIER (1986, 1992) from the technological
analysis and morphology of some of these sets of things were made the hypothetical
reconstitution of the ceramic containers verifying the technologies used in the making of them,
as well as surface treatment techniques, perceiving similarities and differences. The result
allowed the construction of a narrative about human experiences, perceiving how things
interacted as expressions of the materiality of a style introduced and shared in a long history by
traditional communities, perceiving these intertwined in the process of teaching learning,
contributing to the establishment of individuals in that territory. |
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