Abstract:
RESUMO;Em estudos mais recentes infecções por Leishmania sp. em gatos domésticos têm sido
reportadas em vários países da bacia mediterrânica e no Brasil, onde essa parasitose é
endêmica. Em áreas endêmicas de leishmaniose, os gatos, tal como os cães, são
susceptíveis à infecção por Leishmania sp., no entanto ainda pouco se conhece sobre o
papel dessa espécie dentro da cadeia epidemiológica e como a doença evolui em felinos.
O objetivo desse trabalho foi identificar o potencial de transmissão, resposta inflamatória
da pele e parasitismo de gatos com leishmaniose visceral domiciliados na cidade de
Teresina, Piauí, Brasil. Foram utilizados doze animais, seis para o grupo controle e seis
com leishmaniose. Os animais diagnosticados com a doença foram submetidos ao
xenodiagnóstico e depois realizada sedação para análise citológica e histopatológica,
retirando-se fragmentos de pele da face externa da orelha, região periocular, focinho,
dorso e nódulos subcutâneos nos animais que apresentaram essa alteração. No
xenodiagnóstico, apenas os animais um e dois não foram capazes de infectar o vetor, os
ouros animais infectaram 49,31%, 31,25%, 51,35% e 73,8% respectivamente. No
imprint, 100% (6/6) das lâminas da orelha foram observadas formas amastigotas de
Leishmania sp. sendo o fragmento de pele que apresentou maior número de parasitas.
No exame histopatológico 61% dos animais apresentaram dermatite histiocitária de
moderada a discreta e não houve correlação significativa entre a intensidade de
infiltrados inflamatórios e a carga parasitária e nem entre o número de insetos infectados
e a intensidade de infiltrados inflamatórios. Tendo em conta os dados obtidos, verificase que é necessário alertar os médicos veterinários de que a leishmaniose felina é um
diagnóstico diferencial em áreas endêmicas, principalmente em gatos apresentando
sinais dermatológicos e que é essencial a aplicação de medidas profiláticas para
salvaguardar a saúde animal e a saúde pública.
ABSTRACT:In more recent studies infections by Leishmania sp. in domestic cats have been reported
in several countries in the Mediterranean basin and in Brazil, where this parasite is
endemic. In endemic areas of leishmaniasis, cats, such as dogs, are susceptible to
infection by Leishmania sp., Yet little is known about the role of this species within the
epidemiological chain and how the disease progresses in felines. The objective of this
work was to identify the transmission potential, inflammatory response of the skin and
parasitism of cats with visceral leishmaniasis domiciled in the city of Teresina, Piauí,
Brazil. Twelve animals were used, six for the control group and six with leishmaniasis.
The animals diagnosed with the disease underwent xenodiagnosis and then sedation for
cytological and histopathological analysis. Skin fragments were removed from the
external face of the ear, periocular region, snout, dorsum and subcutaneous nodules in
the animals that presented this alteration. In the xenodiagnosis, only one and two animals
were not able to infect the vector, the other animals infected 49.31%, 31.25%, 51.35%
and 73.8%, respectively. In the imprint, 100% (6/6) of the ear blades were observed
amastigote forms of Leishmania sp. being the fragment of skin that presented greater
number of parasites. In the histopathological examination, 61% of the animals presented
moderate to discrete histiocytic dermatitis and there was no significant correlation
between the intensity of inflammatory infiltrates and the parasite load nor between the
number of infected insects and the intensity of inflammatory infiltrates. Taking into
account the data obtained, it is necessary to warn veterinarians that feline leishmaniasis
is a differential diagnosis in endemic areas, especially in cats with dermatological signs,
and that it is essential to apply prophylactic measures to safeguard animal health and
public health.