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RESUMO:A disciplina Geografia foi introduzida no currículo escolar como uma ferramenta teórica estratégica de reconhecimento do território nacional. Tinha por finalidade integrar o Estado-nação e proteger suas fronteiras. Por conta de tal cenário está disciplina priorizou por um longo período a descrição e caracterização dos lugares, sobretudo dos aspectos físicos, e suas respectivas populações. Diante disso, mesmo tendo desenvolvido um arcabouço teórico-metodológico rico, com o qual passou a observar o espaço geográfico por outros ângulos, a Geografia mantém até os dias atuais, no senso comum, o estigma de ser uma disciplina escolar enciclopédica, que possui pouca relação com o cotidiano, e que por isso exige dos alunos da Educação Básica, um esforço exacerbado da memória. O exercício da docência dessa disciplina no Brasil tem acompanhado essas particularidades, pois, no senso comum, ela é tida como uma disciplina de fácil aprendizado, justamente por apresentar essas características. Neste estudo buscamos investigar o quanto de senso comum existe na compreensão de futuros professores sobre o exercício da docência. Abordamos essa questão do ponto de vista da Teoria das Representações Sociais. Desse modo, estabelecemos como objetivo geral: analisar a representação social da docência em Geografia partilhada pelos discentes do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade Federal do Piauí- UFPI. Com tal análise almeja-se contribuir com as pesquisas sobre a perspectiva da docência dos licenciandos em Geografia e, assim, produzir subsídios para a elaboração de estratégias de formação docente, sobretudo no processo de formação inicial destes profissionais. Para atender ao objetivo principal da pesquisa definiu-se os objetivos específicos: Identificar o conteúdo e a estrutura da representação social da docência em Geografia no grupo de graduandos do curso de Licenciatura em Geografia da UFPI, comparar as representações dos discentes que estão no início e os que se encontram na condição de concludentes do curso de Geografia e verificar a motivação dos discentes ao fazer a escolha pela licenciatura. Para tanto, buscou-se apoio na Teoria das Representações Sociais, proposta por Moscovici (1969) porém dando ênfase a uma de suas teorias complementares, a Teoria do Núcleo Central formulada por Jean-Claude Abric. Para dar embasamento a discussão sobre a formação inicial do professor de Geografia utilizamos, como referencial teórico, os seguintes autores: Tardif (2002), Nóvoa (1997), Callai (2003) Pontuschka (2009, 2010), entre outros. Temos como hipótese de pesquisa a ideia de que o conteúdo e a estrutura da representação social da docência em Geografia partilhada pelos discentes no início da formação docente caracterizam-se por possuir pouco conteúdo científico, sendo elaborada a partir do senso comum. Os discentes concludentes não recebem uma formação inicial que os permitam ressignificar à docência. Para balizarmos nossas análises faremos uso da abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais (ABRIC,1998) associada a Técnica de Análise de Conteúdo (BARDIN,1986). Tendo como instrumentos de coleta de informações o Teste de Associação Livre de Palavras e um questionário. Como resultados, em relação à representação dos discentes do início do curso, nos dados emergiram com mais ênfase as categorias “aprender” e “conhecimento”. Quanto à representação dos discentes concludentes evidenciou-se as categorias “amor”, “dedicação”, “comprometimento” e “educar”. Constatou-se haver um complexo processo de formação dessas representações que compreendem aspectos objetivos, vinculadas às condições de trabalho docente, e aspectos subjetivos relacionadas à dimensão afetiva do processo de ensino aprendizagem. Dessa convergência entre o social e o individual os discentes formam as suas representações, orientando o modo próprio de pensar, sentir e agir em relação à profissão docente.
ABSTRACT:The discipline Geography was introduced in the school curriculum as a theoretical theoretical tool of recognition of the national territory. Its purpose was to integrate the nation-state and protect its borders. Because of this scenario, this discipline prioritized for a long period the description and characterization of places, especially physical aspects, and their respective populations. Thus, despite having developed a rich theoretical-methodological framework, with which he began to observe the geographic space from other angles, Geography has until today, in common sense, the stigma of being an encyclopedic school discipline, which has little relationship with daily life, and that therefore requires the students of Basic Education, an exacerbated effort of memory. The teaching of this discipline in Brazil has followed these characteristics, because, in common sense, it is considered as a discipline of easy learning, precisely because it presents these characteristics. In this study we seek to investigate how much common sense exists in the understanding of future teachers about the exercise of teaching. We approach this question from the point of view of Theory of Social Representations. Thus, we established as a general objective: to analyze the social representation of the teaching in Geography shared by the students of the course of Degree in Geography of the Federal University of Piauí - UFPI. With this analysis, it is hoped to contribute with the researches about the teaching perspective of the graduates in Geography and, thus, to produce subsidies for the elaboration of strategies of teacher training, mainly in the process of initial formation of these professionals. To meet the main objective of the research, the specific objectives were defined: Identify the content and structure of the social representation of teaching in Geography in the group of undergraduates of the Degree in Geography of the UFPI, compare the representations of the students that are in the beginning and those who are in the condition of conclusive of the course of Geography and verify the motivation of the students when making the choice by the degree. For this, support was sought in the Theory of Social Representations, proposed by Moscovici (1969), but emphasizing one of his complementary theories, the Central Nucleus Theory formulated by Jean-Claude Abric. To support the discussion about the initial formation of the Geography teacher, we use the following authors as a theoretical reference: Tardif (2002), Nóvoa (1997), Callai (2003) Pontuschka (2009, 2010), among others. We have as hypothesis of research the idea that the content and the structure of the social representation of the teaching in Geography shared by the students at the beginning of the teacher formation are characterized by having little scientific content, being elaborated from the common sense. Concluding students do not receive an initial training that allows them to re-signify to teaching. In order to validate our analyzes, we will use the structural approach of the Theory of Social Representations (ABRIC, 1998) associated to Content Analysis Technique (BARDIN, 1986). Having as instruments of data collection the Free Word Association Test and a questionnaire. As results, in relation to the representation of the students of the beginning of the course, the data emerged with more emphasis the categories "to learn" and "knowledge". As for the representation of the concluding students, the categories "love", "dedication", "commitment" and "education" were highlighted. It was verified that there is a complex process of formation of these representations that comprise objective aspects, linked to the working conditions of the teacher, and subjective aspects related to the affective dimension of the teaching-learning process. From this convergence between the social and the individual the students form their representations, guiding the proper way of thinking, feeling and acting in relation to the teaching profession. |
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