Abstract:
RESUMO: Na tentativa de enfrentar e romper com a violência doméstica muitas mulheres percorrem
vários caminhos, com avanços e retrocessos. Ao romper com o silêncio e publicizar a
violência elas procuram ajuda junto a familiares, amigos e ao poder público, o caminho
percorrido por elas constitui a rota crítica. De forma geral o trabalho objetivou analisar a
trajetória de mulheres no enfrentamento a violência doméstica em Teresina, para identificar as
respostas institucionais que o Estado tem apresentado e a avaliação que as mulheres fazem
delas a partir de suas experiências, buscando também conhecer as ações empreendidas pelas
mulheres para romper com a violência e identificar as instituições a que mais recorrem e os
serviços e encaminhamentos prestados por essas instituições. A pesquisa foi realizada na
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, zona Centro. A abordagem foi qualitativa
e utilizamos como técnica para coleta de dados a entrevista semiestruturada. Os resultados da
pesquisa mostram que as mulheres percorrem um longo trajeto para romper com a violência.
Em geral, a procura por ajuda começa junto a amigos e familiares, mas em alguns casos
recorrem primeiro aos serviços públicos. As experiências das mulheres na rota apontam os
limites e possibilidades bem como as dificuldades que enfrentam para romper com a
violência. As principais situações apontadas foram a falta de apoio da família, a dependência
econômica, a morosidade das instituições, o precário acolhimento por parte dos funcionários
das instituições no que se refere à escuta e mesmo os encaminhamentos; a falta de
infraestrutura e recursos que possibilitem o monitoramento e o acompanhamento das
mulheres. ABSTRACT: In attempting to face and disrupt with domestic violence many women go through various
paths with advances and setbacks. To break the silence and publicize the violence they look
for help from family, friends and the public authorities, the path for them constitutes the
critical route. In a general way the study aimed to analyze the trajectory of women in facing
domestic violence in Teresina, and to identify the institutional responses that the State has
presented and the evaluation which women make them from their experiences, also seeking to
understand the actions taken by the women to disrupt the violence and identify the institutions
to rely more and the services and referrals provided by these institutions. The research was
conducted in the Specialized Police for Assistance to Women, Center area. The approach was
qualitative and used as a technique for data collection a semi-structured interview. The
research results show that women pass through one long way to disrupt with the violence.
Generally, the demand for help begins with friends and family, but in some cases recourse
first to public services. The experiences of women in the route point the limits and
possibilities as well as difficulties they face to disrupt with the violence. The main situations
given were the lack of family support, economic dependence, the length of the institutions, the
poor reception from the employees of the institutions with regard to listening and even
referrals; the absence of infrastructure and resources that enable the monitoring and tracking
of women.