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RESUMO:A busca de processos mais limpos e ambientalmente seguros é uma das grandes preocupações da atualidade. Neste sentido, a obtenção de recursos florestais por meio do extrativismo vegetal é um cenário a ser explorado e potencializado. Neste contexto, temos o coco babaçu, que é abundante na Mata dos Cocais, entre os estados do Maranhão e Piauí, onde as populações o têm como componente integrante da economia local, em que suas partes do coco apresentam diversas possibilidades de uso como alimento humano e animal, bem como na indústria farmacêutica e ainda, como fonte de biocombustíveis, a partir do óleo e da biomassa. Objetivou-se estudar o modelo da cadeia produtiva de exploração do coco babaçu em seus aspectos econômicos e ambientais. Especificamente, pretende-se: a) mapear a cadeia produtiva do coco babaçu na Mata dos Cocais nos municípios de Batalha, Campo Largo, Esperantina e São João do Arraial; b) estimar o potencial de geração de biomassa do coco babaçu para geração de energia; c) identificar os pontos críticos da cadeia produtiva do babaçu, d) analisar a sustentabilidade da cadeia produtiva do babaçu por meio da pegada ecológica. O estudo encontra-se dividido em cinco artigos. No primeiro, a metodologia consistiu da utilização de imagens de satélite LandSat 5 e 8 TM e construção de carta de uso e ocupação do solo para quatro munícipios do território, entre os anos de 1990 e 2015. Também, foram utilizados dados estatísticos do IBGE sobre a produção do babaçu. Os resultados apontam para o aumento da área do solo exposto entre 1990 e 2015, de 2% para 8% do território estudado, enquanto a mata ciliar foi reduzida a 50% e a produção de amêndoa de 72% na análise da série entre os anos de 1975 e 2015. No segundo estudo, foi realizada revisão bibliográfica e documental, análise de dados secundários de fontes oficiais e entrevista direta com atores dos diversos níveis da cadeia produtiva do babaçu para analisar sua estrutura. Os dados foram analisados usando-se estatística descritiva, modelo de mapeamento de Arranjo Produtivo Local e análise do conteúdo. Os resultados indicam a cadeia é incipiente para formar um APL, necessitando de ações para melhorar e estimular o nível de confiança entre os atores. No terceiro artigo, os dados obtidos foram analisados a partir de revisão bibliográfica, entrevistas e formulários para entender a relação extrativismo e sustentabilidade. O conhecimento limitado acerca do mercado, capacidade organizacional incipiente e baixa escolaridade dos catadores foram as principais dificuldades encontradas. Necessitando de adoção de ações conjuntas é possível que ocorra a ampliação dos ganhos na extração do coco babaçu, utilizando-se de métodos éticos e sustentáveis. No quarto artigo, foram utilizados dados secundários a partir de amplo levantamento bibliográfico para analisar relação entre a comunidade e o extrativismo do babaçu. Os resultados mostram que a cadeia produtiva tem baixo nível de organização, que interfere na viabilidade da biomassa do babaçu como matéria-prima para biocombustíveis. Também se verificou que as quebradeiras enfrentam dificuldades relacionadas ao acesso à coleta coco, comercialização da produção, e a natureza árdua da atividade. O quinto artigo tratou da sustentabilidade da extração de óleo da amêndoa do coco babaçu, por meio da ferramenta pegada ecológica. Foram consultados agentes, que trabalham com a quebra do coco e empresas de beneficiamento, visando levantar dados relativos ao consumo de energia, água, geração de resíduos, papel e alimentação e utilização de transporte na produção do óleo artesanal e industrial na região. Também, foram utilizados dados secundários de instituições oficiais e de bibliotecas e de sítios da internet. Em seguida, foram estimadas as pegadas ecológicas do óleo artesanal, cujo valor foi de -590,296 gha/pessoa e do óleo industrializado de, -720,348 gha/pessoa, indicando boa sustentabilidade dos processos de extração do óleo da amêndoa de babaçu. A ferramenta pegada ecológica mostrou que pode ser de grande ajuda no processo e avaliação e planejamento da sustentabilidade do processo produtivo de extração do óleo da amêndoa do coco babaçu.
ABSTRACT:The search for cleaner and environmentally safer processes is one of the major concerns nowadays. In this sense, the obtaining of forest resources through vegetal extractivism is a scenario to be explored and potentialized. In this context, we have babassu coconut, which is abundant in the Cocais Forest, between the states of Maranhão and Piauí, where the populations have it as a component of the local economy, where the coconut parts present several possibilities of use as human and animal food, as well as in the pharmaceutical industry and also as a source of biofuels, from the oil and biomass. The objective of this research was to study the production chain model of babassu coconut exploitation in its economic and environmental aspects. Specifically, it is intended: a) to map the production chain in the Cocais Forest of the cities of Batalha, Campo Largo, Esperantina and São João do Arraial; b) to estimate the biomass generation potential of babassu coconut for energy generation; c) to identify the critical points in the babassu production chain; d) to analyze the sustainability of the babassu production chain through the ecological footprint. This study is divided into five articles. In the first one, the methodology consisted of the use of LandSat 5 and 8 TM satellites images and the construction of a use and occupation of land letter for four cities in the territory, between 1990 and 2015. Also, IBGE statistical data on babassu production were used. The results point to the increase of the soil area exposed between 1990 and 2015, from 2% to 8% of the studied territory, while the riparian forest was reduced to 50% and the production of almond of 72% in the analysis of the series between 1975 and 2015. In the second study, bibliographic and documentary reviews, analysis of secondary data from official sources and interviews with actors from different levels of the babassu production chain, to analyze its structure, were carried out. The data were analyzed using descriptive statistics, Local Productive Arrangement mapping model and content analysis. The results indicate that the chain is incipient to form an LPA, with the need to implement actions to improve and stimulate the level of trust among the actors. In the third article, the data obtained were analyzed from bibliographic review, interviews and forms to understand the relationship between extractivism and sustainability. The limited knowledge about the market, incipient organizational ability and low schooling of the collectors were the main difficulties encountered. Thus, only from the adoption of joint action can it be possible to increase the gains in the extraction of babassu coconut, using ethical and sustainable methods. In the fourth article, secondary data from a large literature review were used to analyze the relationship between the community and the extraction of babassu. The results show that the production chain has a low level of organization, which interferes with the feasibility of babassu biomass as a raw material for biofuels. It has also been found that the “babassu breakers” face difficulties related to access to coconut collection, commercialization of production, and the arduous nature of the activity. The fifth article dealt with the sustainability of the oil extraction of babassu coconut almond, through the ecological footprint. Agents working with coconut breakers and beneficiation companies were consulted in order to collect data on the consumption of energy, water, waste, paper and food generation, and transportation use in the production of artisanal and industrial oil in the region. Secondary data from official institutions, libraries and websites were also used. Then, it was estimated the ecological footprint of the artisanal oil, with a value of -590.296 gha / person and of the industrialized oil of -720.348 gha / person, indicating good sustainability of the processes of extracting the oil of babassu almond. The ecological footprint resource showed that it can be of great assistance in the process, evaluation and sustainability planning of the productive process of babassu coconut oil extraction. |
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