Abstract:
RESUMO:O presente trabalho tem por objetivo compreender o significado da casa própria para um grupo de oito mulheres, com idades entre 25 e 63 anos, pertencentes a famílias de baixa renda e que conseguiram realizar o sonho da casa própria ao ir morar no Residencial Cocais II, na cidade de Timon, no Maranhão através do Programa Minha Casa Minha Vida faixa 1, programa do Governo Federal, que objetiva facilitar o acesso à casa própria para famílias com renda de até R$1.600,00 (Hum mil e seiscentos reais); Utilizando uma proposta metodológica de cunho etnográfico, centrado nas trajetórias de vidas narradas no momento de um encontro etnográfico ( KOFES,2001), foi privilegiado a compreensão do significado da casa própria em três momentos específicos, durante o evento de entrega das chaves, no processo de mudança e a efetiva morada na casa própria. Ao narrarem suas trajetórias, as interlocutoras rememoram suas lembranças, suas relações familiares, os valores morais, as emoções sentidas e suas compreensões sobre o programa MCMV. A contribuição do referido trabalho é a busca por ampliar a compreensão acerca do morar em uma casa própria, não enquanto espaço físico e sim enquanto espaço simbólico, baseado em repertório sociocultural e onde o acesso a esta moradia está diretamente ligado a um projeto de melhoria de vida. Nas narrativas das interlocutoras é evidenciado também que as políticas habitacionais voltadas para estas famílias, ao tentar inserir estas mulheres também as exclui ao evidenciar as suas especificidades de famílias pobres. Não passam despercebidas por elas algumas falhas no programa, como as construtivas, a demora e a burocracia no processo de seleção das famílias, a localização do residencial em um bairro periférico da cidade e onde não há um fácil acesso de mobilidade urbana. Como um programa direcionado para famílias de baixa renda inseridas em um novo projeto de Política Nacional de Habitação que visa oportunizar que todos os cidadãos brasileiros tenham direito a uma moradia de qualidade. Estes pontos nos fazem pensar como o MCMV ver as necessidades destas famílias? Segundo Joana ela avalia que é “muito difícil, demorado, divagaríssimo, a seleção e tudo, tanto processo do sorteio, quanto o processo da entrega até hoje, muito demorado, mas... (pausa) gratificante no final”.ABSTRACT:The presented work has the main objective to comprehend the meaning of “own house” for the group of eight women, aged between 25 and 63 years old, who belongs to low-income families and who managed to realize the dream of their own house, when going to live in the Residential “Cocais II”, in the municipality of Timon, in Maranhão, Brazil, through “Minha casa minha vida” (My house my life) range one, a Federal Government program, which aims to ease the access to homes for families which income is up to R$1.600 (one thousand and six hundred reais, about U$3921); Using an ethnographic methodological proposal, centered on the trajectories of lives narrated at the time of an ethnographic meetings (KOFES, 2001), it was a privilege the understanding of the meaning of own house in three specific moments: during the event of the delivering the house keys, in the process of moving and the effective own home address. Narrating the trajectories, the interlocutors remember their memories, their familiar relationships, their moral values, their emotions felt and their comprehension about the MCMV program (My House My life program). The contribution of this work is the seek to expand the understanding about living in a house of its own, not as physical space but as symbolic space, based on sociocultural repertoire and where access to dwelling is directly linked to a project for improvement of life. In the narrative of the interlocutors it is also evidenced that the housing policies oriented to these families, when trying to insert these women, also exclude them when evincing their specificities of low-income families. Some shortcomings in the program are not overlooked by them, such as the constructions ones, the delay and bureaucracy in the selecting families process, the residential location in suburbs where there is no easy access to urban mobility. As a program directed to low-income families inserted in a new project of National Housing Policy that aims to make possible to all Brazilian citizens to have a right to quality housing. These issues make us think “how does the MCMV program see the needs of these families?”. According to Joana, she evaluates the program as a “difficult, time consuming, very slow, the selection and everything, both processes of the lottery and the delivering until today, but … (pause) incredibly rewarding in the end.”