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RESUMO
O presente trabalho se propõe pensar, teórica e metodologicamente, elementos para uma
Antropologia das Imagens Virtuais, imagens produzidas, inscritas, informadas a partir de
dispositivos digitais, enquanto constructos que escapam aos limites da representação e por sua vez vacila frente à um supostos realismo etnográfico das imagens. A partir da produção imagética no ambiente cibercultural, mais precisamente na rede social virtual Instagram, refletimos sobre uma semiótica não-linguageira, não-interpretativa, não-relativa de tal imageria virtual. Em síntese, como fuga da ordem da imagem-representação, tensionamos construir uma superfície das imagens virtuais como “mapas de intensidades” – Imago e Socius. Nesta proposta, engendramos possibilidades para uma etnografia que leve em conta outras semióticas - heterogêneas, disjuntivas, potenciais - ressaltando a operatio ou ainda os modos de “inscrição” de tais imagens; menos como imagens - em sentido lato - e mais como objetos ou coisas, como dizia Duchamp sobre o objeto estético. Imageria nômade que perfura, escapa, escorrega frente aos dispositivos de enunciação-representação e por sua vez constituem-se como cadeias sígnicas que atravessam e são atravessadas por toda sorte de agenciamentos e fluxos - éticos, estéticos e ontológicos. Toda uma política da imagem, toda uma política do etnografar. Assim aventamos constituir elementos teóricos-metodológicas para, diante da alteridade potencial dessa imageité, pensarmos uma antropologia visual das imagens virtuais em seus potenciais agenciamentos semióticos e maquínicos – não imagens
justas, justo imagens.
ABSTRACT
The present work proposes to think, theoretically and methodologically, elements for an
Anthropology of Virtual Images, images that are produced, inscribed, informed from digital
devices, as constructos that escape from the limits of representation and falter before an
alleged ethnographic realism of images. From the image production on the cybercultural
environment, more precisely on the virtual social network Instagram, we reflect about a non linguistic, non-interpretative, non-relative semiotics of such virtual imagery. In summary, as an escape from the image-representation order, we intend to construct a surface of virtual images as “maps of intensities” – Imago and Socius. On this purpose, we engender possibilities for an ethnography that takes into account other semiotics – heterogeneous, disjunctive, potential – highlighting the operatio or yet the “inscription” modes of such images; less as images – in the broad sense – and more as objects or things, as Duchamp said about the aesthetic object. Nomadic imagery that punches, escapes, slips before the enunciation-representation devices and, in turn, are signifying chains that cross and are crossed by all sorts of assemblages and flows- ethical, aesthetic and ontological. An entire politics of image, an entire politics of ethnography. Therefore, we propose to constitute theoretical and methodological elements to, before the potential otherness of this imageité, think about a visual anthropology of virtual images on its potential semiotic and machinic assemblages – not right images, just images. |
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