Abstract:
RESUMO
Como aconteceu o processo de emancipação política de Água Branca e como repercutiu entre os moradores? Para responder a essa pergunta consideramos que a criação de municípios aconteceu dentro de uma realidade social específica a qual tivemos acesso considerando o conceito de representação de Roger Chartier, para assim entender como as unidades municipais eram vistas na década de 1950, as apropriações daí decorrentes e as práticas oriundas, nas quais a criação de municípios foram inseridas. Para a análise da construção desse espaço definido como cidade, usamos a proposição de Sandra Jatahy Pesavento: a cidade além de materialidade é também uma sociabilidade e uma sensibilidade. Água Branca que tentamos apresentar ao leitor perpassa as questões espaciais e materiais e, como já mencionado, penetra no universo do sensível, das formas de querer ser e estar no social. Como fontes utilizamos as atas da Assembleia Legislativa do ano de 1954, o Código de Posturas e as atas da Câmara Municipal de Água Branca de 1954 a 1957. Empregando a metodologia da História Oral, através da qual utilizamos a técnica da entrevista, construímos nossas fontes orais, atentos aos ensinamentos de Verena Alberti e Paul Thompson. As narrativas daí decorrentes foram analisadas com base em Maurice Halbwachs que afirma que recordamos a partir do ponto de vista da coletividade. Contudo, não deixamos de considerar que é o individuo que lembra e, neste ponto, as reflexões de Michael Pollak nos chamam a atenção por realçar a ação do indivíduo, cujo ato de lembrar é também uma “reconstrução de
si”. O estudo de Ecléa Bosi sobre memórias de velhos também nos foi bastante significativo, ampliando nossa visão sobre esses sujeitos históricos que “já trabalharam por seus contemporâneos e por nós”. Dentro do recorte de 1954 a 1957, justificado pelo ano da emancipação (1954) e pela duração do primeiro mandato municipal (1955-1957),
organizamos o trabalho em três capítulos: o primeiro compreende como aconteceu o trâmite legal e social que possibilitou a criação do município de Água Branca; o segundo discute como se deu organização do município nos primeiros anos após a emancipação política e o terceiro entende como a criação do município repercutiu na vida dos moradores.
ABSTRACT
How did the political emancipation process take place in the city of Água Branca (White
Water) and how did it affect the residents? In order to answer this question, we consider that the creation of municipalities took place within a specific social reality that we had access to through the concept of representation of Roger Chartier, in order to understand how the municipal units were seen in the 1950s, the appropriations resulting therefrom and the practices of the times, in which the creation of municipalities were inserted. For the analysis of the construction of this space defined as a city, we use the proposition of Sandra Jatahy Pesavento: the city beyond materiality is also a sociability and a sensitivity. The Água Branca(White Water) that we try to show to the reader permeates the spatial and material questions and, as already mentioned, penetrates the universe of the sensitive, the ways of wanting to be and to be in the social. As sources we use the minutes of the Legislative Assembly of 1954, the Code of Postures and the minutes of the Água Branca(White Water) City Council from 1954 to 1957. Using the Oral History methodology, through which we use the interview technique taught by the teachings of Verena Alberti and Paul Thompson. In this way we form our oral sources. The resulting narratives were analyzed on the basis of Maurice Halbwachs, who states that we recall from the point of view of collectivity. However, we do not fail to consider that it is the individual who remembers and at this point the reflections of Michael Pollak call attention to the action of the individual, whose act of remembering is also a "reconstruction of self." Ecléa Bosi's study of memories of the elderly was also significant in broadening our view of these historical subjects who "have worked for their contemporaries and for us." From 1954 to 1957, justified by the year of emancipation (1954) and the duration of the first municipal term (1955-1957). The work is organized into three chapters: the first one understands how the legal and social process took place that made the creation of the municipality of Água Branca(White Water) possible; the second discusses how the municipality was organized in the first years after the political emancipation and the
third understands how the creation of the municipality had an impact on the life of the
residents.