Abstract:
RESUMO
A associação entre plantas e fungos micorrízicos arbusculares (FMAs) pode ser utilizada para biorremediar áreas contaminadas pelo chumbo (Pb). Em geral, as espécies vegetais nativas são utilizadas nesse processo, devido principalmente a adaptação as condições adversas locais como clima, excesso de alumínio no solo, pH baixo, déficit hídrico, entre outras. Este estudo teve como objetivo avaliar a acumulação do chumbo e o potencial fitorremediador da assa-peixe em associação com fungos micorrízicos arbusculares. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em esquema fatorial 4 x 3 sendo doses crescentes de Pb (0,0; 70; 180 e 300 mg L-1) e duas estirpes de fungos micorrízicos arbusculares, Acaulospora morrowiae e Gigaspora margarita e um controle sem inoculação, com três repetições. O Pb afetou negativamente as variáveis morfológicas, reduziu em 27,3% o comprimento da parte aérea (CPA), 25,63% o diâmetro do coleto (DC), 30,60% o número de folha (NF), 56,60% a área foliar além de reduzir a quantidade de clorofila a. O Pb acumulou-se na parte aérea e nas raízes, sendo nestas as maiores concentrações. O fator de translocação (FT) ficou abaixo de 1, indicando pouca eficiência na translocação do metal pesado das raízes para a parte aérea. Os valores do fator de bioacumulação (FB), referentes as raízes ficaram acima de 1. A taxa de colonização dos fungos micorrízicos arbusculares foi baixa, sendo de 3,31% para Gigaspora margarita e 2,33% Acaulospora morrowiae. No entanto, aumentaram a absorção do Pb, refletindo em menores valores de clorofila a, massa seca da raiz e diâmetro, possivelmente por terem aumentado a absorção de Pb. Através dos resultados obtidos, a assa-peixe pode ser classificada como acumuladora de Pb no sistema radicular, podendo ser utilizada como fitoestabilizadora. Os fungos Acaulospora morrowiae e Gigaspora margarita aumentam a translocação de Pb podendo auxiliar na fitoextração.
ABSTRACT
The association between arbuscular mycorrhizal plants and fungi (AMF) can be used to bioremediate areas contaminated with lead (Pb). In general, native plant species are used in this process, mainly due to adaptation to local adverse conditions such as climate, excess soil aluminum, low pH, water deficit, among others. This study aimed to evaluate the accumulation of lead and phytoremediation potential of assa-peixe inoculated with arbuscular mycorrhizal fungi. The experimental design was a randomized complete block design in a 4 x 3 factorial scheme with increasing doses of Pb (0.0, 70, 180 and 300 mg L-1) and two strains of arbuscular mycorrhizal fungi, Acaulospora morrowiae and Gigaspora margarita, and one control without inoculation, with three replicates. The Pb affected negatively the morphological variables, reducing the shoot length (SL), 25.63% of the collar diameter (CD), 30.60% of the number of leaf (NF), 56,60 % the leaf area in addition to reducing the amount of chlorophyll a. The Pb accumulated in the shoot and the roots, being in these the greater concentrations. The translocation factor (TF) was below 1, indicating little efficiency in the translocation of heavy metal from roots to shoot. The values of the bioaccumulation factor (BF), referring to the roots were above 1. The colonization rate of the arbuscular mycorrhizal fungi was low, being 3.31% for Gigaspora margarita and 2.33% Acaulospora morrowiae. However, they increased Pb uptake, reflecting lower values of chlorophyll a, root dry mass and diameter, possibly because they increased Pb uptake. Through the results obtained, plants of assa-peixe can be classified as Pb accumulator in the root system, and can be used as a phytostabilizer. The fungi Acaulospora morrowiae and Gigaspora margarita increase the translocation of Pb and can aid in phytoextraction.