PERFIL DE SELÊNIO E SUA RELAÇÃO COM OS MARCADORES DE DEFESA ANTIOXIDANTE EM PACIENTES COM DOENÇA RENAL CRÔNICA

Abstract

RESUMO Introdução: A doença renal crônica é uma doença multifatorial, que se manifesta pela perda progressiva e irreversível da função renal, cuja evolução implica em maior risco de comorbidades associadas e depleção nutricional. Objetivo: Avaliar o perfil de selênio e sua relação com os marcadores de defesa antioxidante em pacientes com doença renal crônica em terapia hemodialítica. Materiais e Métodos: Estudo transversal envolvendo 82 participantes de ambos os sexos, idade superior a 18 anos, atendidos em Centros de Terapia Dialítica em Teresina (PI). Os participantes foram alocados em grupos distintos: grupo constituído por indivíduos com até 5 anos de hemodiálise, e o grupo composto por indivíduos com mais de 5 anos de hemodiálise. Esses grupos foram estratificados por faixa etária, levando em consideração as alterações fisiológicas decorrentes da idade. Foram investigados dados socioeconômicos, parâmetros antropométricos (peso, estatura, circunferências e dobra) para diagnóstico nutricional e determinaram-se as concentrações plasmáticas e eritrocitárias de selênio e das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx). Os dados foram analisados no programa software SPSS, com a aplicação de testes para avaliar a correlação entre as variáveis, sendo considerado estatisticamente significativo p <0,05. Resultados: As concentrações plasmáticas e eritrocitárias de selênio estavam baixas na amostra. A ingestão dietética de selênio estava acima da EAR. As concentrações da enzima SOD estavam elevadas, e as concentrações de GPX estavam normais. Estratificando-se por grupo etário e por tempo de duração de hemodiálise, os resultados mostraram que os participantes adultos com tempo de duração de hemodiálise acima de 5 anos apresentaram concentrações das enzimas GPX (p=0,015) e SOD (p=0,004) estatisticamente inferiores (p<0,05) em relação aos participantes com menos tempo de duração da hemodiálise.Não houve correlação entre selênio plasmático e dietético com as enzimas antioxidantes (p>0,05). Houve correlação significativa e positiva entre a concentração de selênio eritrocitário com a enzima SOD em adultos e idosos, e entre a concentração de selênio eritrocitário com a enzima GPx em adultos (p<0,05). Conclusão: Os pacientes renais em terapia hemodialítica apresentaram comprometimento no estado nutricional relativo ao selênio, expresso pelas baixas concentrações eritrocitárias e plasmáticas desse mineral, e foi encontrada relação entre o estado nutricional relativo ao selênio e a atividade de SOD em adultos e idosos e a atividade da GPX em adultos, sugerindose a associação do mesmo na melhora da defesa antioxidante, para assim reduzir o estresse causado pela doença e pelo tratamento. ABSTRACT Introduction: Chronic kidney disease is a multifactorial disease manifested by the progressive and irreversible loss of renal function, whose evolution implies in a higher risk of associated comorbidities and nutritional deficits. Objective: To evaluate the selenium profile and its relationship with antioxidant defense markers in patients with chronic renal disease in hemodialysis therapy. Materials and methods: A cross-sectional study involving 82 participants of both sexes, aged over 18 years, attending Dialysis Therapy in specialized centers in Teresina (PI). Participants were allocated to two distinct groups: group 1, consisting of individuals with up to 5 years in hemodialysis, and group 2, composed of individuals with more than 5 years of hemodialysis. These groups were stratified by age group, taking into account physiological changes due to age. Socioeconomic data were analyzed, the anthropometric parameters (weight, height, circumference and folds for nutritional diagnosis) were measured, and plasma and erythrocyte concentrations of selenium and antioxidant enzymes (SOD, GSH-Px) were determined. The data were analyzed in the SPSS software program, with the application of tests to evaluate the correlation between the variables, being considered statistically significant p <0.05. Results: Serum and erythrocyte selenium low according to the reference standards. The dietary intake of selenium was above EAR. Concentrations of SOD enzymes were elevated relative to normal, and GSH-Px concentrations were consistent with normality. Stratified by age group (adult and elderly) and by duration of hemodialysis, the results showed that adult participants with hemodialysis duration > 5 years had statistically lower (p <0.05) concentrations of GSH-Px (p = 0.015) and SOD (p = 0.004) than those with less time duration of hemodialysis. There was a significant and positive correlation (p < 0.001) between erythrocyte selenium concentrations and SOD and GSH-Px enzymes. There was no correlation between plasma and dietary selenium with antioxidant enzymes (p> 0.05). There was a significant and positive correlation (p <0.001) between erythrocyte selenium concentrations and SOD and GSH-Px enzymes. There was no correlation between plasma and dietary selenium with antioxidant enzymes (p> 0.05). There was a significant and positive correlation between erythrocyte selenium concentration with SOD enzyme in adults and elderly, and there was a significant and positive correlation between erythrocyte selenium concentration and GSH-Px enzyme in adults (p <0.05). Conclusion: The renal patients in hemodialysis therapy present a compromise in the nutritional status related to selenium expressed by the low erythrocyte and plasma concentrations of this mineral, and there was a correlation between erythrocyte selenium with SOD and GSH-Px in adults, evidencing the need to improve antioxidant defense in order to reduce the stress caused by the pathology and treatment.