Abstract:
RESUMO Esta pesquisa elege como temática o aprender juntos para jovens surdos e ouvintes no curso de Licenciatura em Letras-LIBRAS no Campus Ministro Petrônio Portela, da Universidade Federal do Piauí. Os copesquisadores foram alunos deste curso. O objetivo geral é analisar o que pensam e o que podem esses estudantes, ao aprenderem juntos no curso de Letras-LIBRAS. Os objetivos específicos são: debater os conceitos elaborados pelos discentes sobre aprender juntos no curso de Letras-LIBRAS; identificar suas dificuldades no aprender juntos na UFPI; verificar outras formas de pensar mobilizadas nas experiências desse aprender; discutir o que pode o corpo jovem com o aprender juntos frente ao campo de forças dos problemas do aprender no curso em questão. A pesquisa encontra abrigo em teóricos como Gauthier (1999); Deleuze e Guattari (1996); Kastrup (2015); Adad (2014); Serres (2001). Dialogando com outros que dentro de uma mesma perspectiva refletem sobre a surdez, como Larrosa e Skliar (2011); Perlin (1998) e Strobel (2009). Do ponto de vista metodológico, a pesquisa utilizou a abordagem de pesquisa Sociopoética, cuja produção de conhecimento ocorre coletivamente com instituição do grupo-pesquisador, com vistas à produção artística de confetos sobre o tema-gerador negociado previamente, o aprender juntos. O grupo-pesquisador foi constituído pela pesquisadora e cinco discentes (surdos e ouvintes) que produziram imagens plásticas e relatos orais, culminando em um processo colaborativo de experiências onde expressaram seus confetos. Para a produção dos dados contamos com o auxílio da intérprete de LIBRAS para repassar as instruções sobre as oficinas. Entre os confetos produzidos destacam-se: Dificuldades-bolinhas, Obstáculo-não-saber-como-aprender e Sentimento-cachorrinho, que tratam sobre as dificuldades antes e depois de entrarem na universidade. Quanto às potencialidades para esse modo de aprender, foram produzidos: Pessoa-cantinho, Lugar-aprender-amor-sertão, Aprender-amor-união, Aprender com “Tudim” na UFPI e Estrela-aprender Juntos na UFPI. A análise dos dados apontou que a universidade se configura como um espaço de encontro, onde corpos se misturam, e, nessa convivência coletiva, Surdos e ouvintes podem aprender juntos e, assim, conhecer e conviver com as suas diferenças.
ABSTRACT This research focus on the topic of “learning together” to deaf and non-deaf youths from the undergraduation in Letras-LIBRAS, Campus Ministro Petrônio Portela, in the Federal University of Piauí. The coresearchers are all students from the refereed course. The general objective is to analyze what they “think” and “can” when they learn together in the classroom. The specific objectives are: to debate the concepts elaborated by the students about learning together at the LIBRAS’ course; to identify the hardness faced by these youth students in the action of learning together at UFPI; to identify others forms of thinking that are mobilized by these experiences of learning together; to analyze what youth bodies can do by learning together at UFPI, considering the field and the problems forces that appear when they are united in the course. The research is based on theoretical references as Gauthier (1999); Deleuze e Guattari (1996); Kastrup (2015); Adad (2014);Serres (2001). These authors also establish a dialogue with others that within the same perspective reflect on deafness as Larrosa e Skliar (2011); Perlin (1998) e Strobel (2009). Sampling was made using the Sociopoetic approach. In the sociopetic approach, knowledge is produced collectively with the institution of the researching-group (main researcher + co-researchers) aiming to produce an artistic “confettis” (concepts + affects) also produced by co-researchers. The researching-group is constituted by the she-main researcher and five students, among deaf and hearing, that produced plastic images and oral narratives, what ended up in a collaborative experiencing process of their “confettis”. In order to produce the data, I counted with the help of a LIBRAS’ interpreter to give the instructions about how our meeting would be guided. Among the “confettis” produced, we highlight: hardness-bubbles, obstacle-not-knowing-how-to-learn and feeling-puppy, which refer to their difficulties before and after getting in the university. As for their potentialities to this way of learning, they produced the following sequence: person-corner, place-learn-love-backwoods, learning-love-union, learning with “tudim” (“all” in Portuguese diminutive form) at UFPI and star-learn together at UFPI. Data analyses have shown that the university is a space for meetings, where the bodies are found mixed, and, within this convivence, deaf and non-deaf can learn together and, thus, to comprehend and respect their differences.