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RESUMO: O vírus da Artrite Encefalite Caprina (CAEV) pertence à família Retroviridae, subfamília Lentivirinae, gênero Lentivírus. Ele causa uma infecção denominada de Artrite Encefalite Caprina (AEC) que é capaz de se disseminar em um rebanho por um longo período. Com o presente estudo objetivou-se acompanhar a soroconversão da AEC, utilizando teste sorológico (Western Blotting), e a dinâmica de detecção da doença, com o uso da técnica molecular Reação em Cadeia de Polimerase nested (PCR nested). Dois lotes distintos de animais foram utilizados em momentos diferentes, sendo o primeiro formado com cabritos da raça Saanen, composto por 47 animais, e o segundo formado por 24 cabritos das raças Saanen e Anglo-nubiana. Em ambos os lotes realizaram-se testes de Western Blotting (WB) e PCR nested no momento imediatamente após o nascimento. No primeiro lote, os animais provieram de progenitores sorologicamente negativos para AEC, e permaneceram isolados individualmente até o resultado dos testes (PCR nested e WB). Dos 47 cabritos nascidos, 43, negativos em ambos os testes, foram acompanhados em mais dois momentos distintos: aos 60 dias de idade (M60) e aos 270 dias de vida (M270), compreendendo assim a fase de aleitamento e pós-aleitamento. No segundo lote, 24 cabritos das raças Saanen e Anglo-nubiana foram testados (WB e PCR nested) no momento do nascimento, aos 15 dias de idade e uma vez por mês, durante um período de 24 meses. Neste lote os animais descenderam de progenitores sorologicamente positivos para AEC. Somente cabritos positivos na primeira prova de PCR nested foram inseridos no estudo. Em ambos os lotes, todos os partos foram rigorosamentee assistidos, realizando-se a separação imediata dos animais recém-nascidos das mães, no intuito de não permitir contato entre ambos. Nos 47 animais estudados no primeiro lote, o teste de WB não detectou positividade ao longo de todo o experimento e, pelo teste de PCR nested, 4 animais foram diagnosticados como positivos, todos no M0, e foram eliminados do rebanho. Nos outros momentos, M60 e M270, nenhum animal foi indicado como positivo pela técnica de PCR nested. Durante o estudo com os 24 animais do segundo lote, para cada um dos testes foram realizados 624 exames, totalizando 1.248 exames. No teste de PCR nested, dos 624 exames, 360 foram positivos. Já no WB apenas 9 exames foram positivos. A técnica de PCR nested superou a capacidade diagnóstica do WB durante todo o experimento, com 57,7% de positividade nas amostras testadas, contra apenas 1,4% de resultados positivos no WB. Das amostras positivas no WB, quatro foram detectadas aos 15 dias, duas aos 270 dias e apenas uma aos 240, 600 e 690 dias. Em conclusão, pode-se afirmar que a metodologia adotada nos animais do primeiro lote foi efetiva no controle da doença, na fase de aleitamento e pós-aleitamento, acreditando-se até mesmo numa possível eliminação do vírus da AEC no novo rebanho. Concluiu-se, também, que possivelmente ocorreu a transmissão intrauterina de CAEV para a prole, a partir de progenitores sorologicamente positivos e negativos. A combinação do sistema de manejo, que propicie diminuição de risco de transmissão horizontal, com o uso da associação de técnicas de diagnóstico mais apuradas, como o WB e a PCR, é relevante para elaboração de um plano estratégico de controle da enfermidade. Espera-se que com esses resultados, seja possível compreender e traçar medidas de monitoramento, controle e erradicação da AEC em rebanhos caprinos, com a realização de inquéritos de forma periódica e contínua. ABSTRACT: The Caprine Arthritis Encephalitis virus (CAEV) belongs to the family Retroviridae, subfamily Lentivirinae, genus Lentivirus. It causes an infection called Caprine Arthritis Encephalitis (AEC) that is capable of spreading in a herd for a long time. The present study aimed to follow the seroconversion of the AEC, using serological testing (Western Blotting), and the dynamics of detection of the disease, with the use of the molecular technique Polymerase Chain Reaction nested (PCR nested). Two different batches of animals were used at different times, the first one consisted of Saanen goats, composed of 47 animals, and the second was made up of 24 goats from the Saanen and Anglo-Nubian races. Western Blotting (WB) and nested PCR were performed in both batches immediately after birth. In the first batch, the animals came from serologically negative progenitors for AEC, and remained individually isolated until the test results (nested PCR and WB). Of the 47 goats born, 43, negative in both tests, were followed in two different moments: at 60 days of age (M60) and at 270 days of life (M270), thus comprising the phase of suckling and post-suckling. In the second batch, 24 goats of the Saanen and Anglo-Nubian races were tested (WB and nested PCR) at birth at 15 days of age and once a month for a period of 24 months. In this lot the animals descended from serologically positive parents to AEC. Only goats positive in the first nested PCR test were inserted into the study. In both batches, all deliveries were strictly attended, and the newborns were immediately separated from their mothers in order to avoid contact between the two. In the 47 animals studied in the first batch, the WB test did not detect positivity throughout the experiment and, by the nested PCR test, 4 animals were diagnosed as positive, all in M0, and were eliminated from the herd. At the other times, M60 and M270, no animals were indicated as positive by the nested PCR technique. During the study with the 24 animals of the second batch, 624 tests were performed for each of the tests, totaling 1,248 tests. In the nested PCR test, of the 624 exams, 360 were positive. In WB, only 9 tests were positive. The nested PCR technique surpassed the diagnostic capacity of the WB throughout the experiment, with 57.7% positivity in the samples tested, against only 1.4% positive WB results. Of the WB positive samples, four were detected at 15 days, two at 270 days and only one at 240, 600 and 690 days. In conclusion, it can be affirmed that the methodology adopted in the animals of the first batch was effective in controlling the disease, in the phase of breastfeeding and post-suckling, believing even a possible elimination of the AEC virus in the new herd. It was also concluded that intrauterine transmission of CAEV to offspring may have occurred from serologically positive and negative progenitors. The combination of the management system, which allows for a reduction in the risk of horizontal transmission, using the combination of more accurate diagnostic techniques, such as WB and PCR, is relevant for the elaboration of a strategic disease control plan. It is hoped that with these results, it will be possible to understand and devise measures for monitoring, control and eradication of AEC in goats, by conducting periodic and continuous surveys. |
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