LIVRO DIDÁTICO DE GEOGRAFIA DO ENSINO MÉDIO: análise e discussão da linguagem imagética

Abstract

RESUMO: O ensino de Geografia é primordial para a construção da identidade de cidadãos críticos e reflexivos, contribuindo para que atuem em seu cotidiano. Nesse sentido, este estudo propõe um diálogo entre o ensino de Geografia e a imagem do livro didático, compreendida como linguagem, conhecimento e iconografia didática. Delineou-se como objetivo geral: estudar como os livros didáticos de Geografia são planejados a partir da análise dos textos imagéticos e verbais, fundamentado na Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimédia, embasados nos princípios da Teoria da Carga Cognitiva de John Sweller. E como específicos: conhecer o processo de inserção da imagem no livro didático de Geografia; analisar o valor didático dessa linguagem neste recurso e discutir a importância de sua leitura para uma alfabetização do olhar relacionada a construção de uma Geografia visual. Assim, embasou-se em Bittencourt (2008), Choppin (2004) e Albuquerque (2014), para a discussão sobre o livro didático; Tonini (2003; 2013; 2014) e Albuquerque (2010) referente à imagem no livro didático; Joly (1996), Rossi (2011) e Ramos (2011) no tocante ao uso de imagens no ensino; Mayer (2001) para compreensão da aprendizagem por meio de palavras e imagens, bem como Stefanello (2009), Albuquerque (2011), Rocha (1998) e Filizola (2009), discutindo o ensino de Geografia e Geografia Escolar. Para as análises, selecionou-se duas coleções do PNLD, triênio 2015-2017, que estão em uso nas escolas jurisdicionadas à 13ª Gerência Regional de Educação (GRE) do Estado do Piauí. No estudo das imagens nos livros didáticos das coleções, classificou-se em decorativas e representacionais (sem valor didático) e organizacionais e explicativas (com valor didático). Com isso, identificou-se que, a maioria delas, apresenta valor didático. Para estas, aplicou-se os princípios da Carga Cognitiva: coerência, sinalização e contiguidade espacial. Assim, percebeu-se que a maior parte apresenta carga cognitiva baixa, ou seja, fornece subsídio suficiente para a promoção de uma aprendizagem significativa. Nos livros da coleção Fronteiras da Globalização, esse índice é elevado, enquanto que na coleção Geografia é baixo. Além disso, notou-se maior violação no princípio de sinalização pelas duas coleções, e que a coleção Geografia apresentou elevado índice de violação em todos os princípios. Identificou-se, ainda, que as linguagens, imagética e verbal (escrita), dos livros didáticos de Geografia das coleções analisadas, dialogam parcialmente e de forma implícita. Diante disso, salienta-se a necessidade de analisar o processo de elaboração dos livros didáticos, e que os princípios elencados sejam considerados no referido processo, afim de se ter mais elementos instrucionais com carga cognitiva baixa, alinhados à capacidade discente de aprendizagem multimídia de forma significativa, bem como, rigor no processo avaliativo do PNLD, para evitar possíveis erros e promover maior diálogo entre as duas linguagens, visto que, apesar da imagem falar por si só, ela também é polissêmica e, por isso, precisa ser ancorada pelo texto escrito. Além disso, ambos precisam ser coerentes com o conteúdo discutido e sem erros, pois erros, tanto na linguagem imagética quanto no texto escrito, levam a uma aprendizagem equivocada, e, ao tratar-se do ensino de Geografia produz-se equívocos no aprendizado do conhecimento geográfico. ABSTRACT: The teaching of Geography is essential for the construction of critical, reflective citizens’ identity, by contributing to their daily activities. In this sense, this study proposes a dialogue between the teaching of Geography and the image of the textbook, which is understood as language and knowledge by means of didactic iconography. Our main objective is to study how writers design Geography textbooks by analyzing imagery and verbal texts based on the Cognitive Theory of Multimedia Learning, based on the principles of John Sweller Theory of Cognitive Load. Our specific objectives are to determine the process of insertion of the image occurred for Geography textbook, to analyze the didactic value of this language on it and to discuss the importance of its reading by training students’ look for the construction of a visual Geography. Thus, we based our research on textbook by reading Bittencourt (2008), Choppin (2004) and Albuquerque (2014) assigments; Tonini (2003, 2013, 2014) and Albuquerque (2010), for the use of images on textbooks; Joly (1996), Rossi (2011) and Ramos (2011) for the use of images in teaching; Mayer (2001), for understanding learning through words and images, as well as Stefanello (2009), Albuquerque (2011), Rocha (1998) and Filizola (2009) for their discussion on Teaching Geography and basic-school Geography. Two collections of the PNLD, triennium 2015-2017, were selected and are in use in the schools that are jurisdiction of the 13th Regional Education Management (GRE) of the State of Piauí. In the study of images in the Didactic Books of the collections, they were classified as decorative and representational (without didactic value), and organizational and explanatory (with didactic value). Therefore, we identified that most of them present didactic value by considering the principles of Cognitive Load – coherence, signaling and spatial contiguity –, that is, the images in general provided enough subsidy for the promotion of meaningful learning. On the Frontiers of Globalization book collection, this index is high, whilst on the Geography book collection it is low. In addition, there was a great violation of the principle of signaling by these two collections and we highlight that Geography book collection presented high violation index in all researched principles. Likewise, we also identified that the imagery and verbal (written) languages of Geography textbooks partially and implicit dialog among themselves. Furthermore, it is necessary to analyse the elaboration of the textbooks and to verify if the writers have taken into consideration the mentioned principles, in order to have more instructional elements with low cognitive load. This must be aligned with the learning capacity of the Multimédia learning and rigor in the evaluation process of the PNLD to avoid possible errors and to promote greater dialogue between those two languages, once image is polysemic and therefore needs to be anchored by the written text, even if we think that an image speaks for itself. Besides that, textbooks have to be consistent with the content discussed and without mistakes, because errors in both visual and written texts lead to misleading learning, and in the case of Geography teaching, is produced misunderstandings in the learning of geographic knowledge. RESUMEN: La enseñanza de Geografía es primordial para la construcción de la identidad de ciudadanos críticos y reflexivos contribuyendo para que actúen en su cotidiano. En ese sentido, este estudio propone un diálogo entre la Enseñanza de Geografía y la imagen del Libro Didáctico comprendida como lenguaje y conocimiento, y iconografía didáctica. Se delineó como objetivo general estudiar como los Libros Didácticos de Geografía son planeados a partir de la analice de los textos imágenes y verbal fundamentado en la Teoría Cognitiva del Aprendizaje Multimedia, basada en los principios de la Teoría de la Carga Cognitiva de John Sweller. Y como específicos: conocer como se dio el proceso de inserción de la imagen en el Libro Didáctico de Geografía; analizar el valor didáctico de ese lenguaje en este recurso y discutir la importancia de su lectura para una alfabetización del mirar en relación a la construcción de una Geografía visual. Además, se buscó una base en Bittencourt (2008), Choppin (2004) y Albuquerque (2014) para la discusión bajo el Libro Didáctico; Tonini (2003; 2013; 2014) y Albuquerque (2010) referente a la imagen en el Libro Didáctico; Joly (1996), Rossi (2011) y Ramos (2011) en el tocante al uso de imágenes en la enseñanza; Mayer (2001) para comprensión de la aprendizaje por medio de palabras e imágenes, bien como Stefanello (2009), Albuquerque (2011), Rocha (1998) y Filizola (2009) discutiendo Enseñanza de Geografía y Geografía académico. Se seleccionó dos colecciones do PNLD, trienio 2015-2017, que están en uso en las escuelas con jurisdicción de la 13ª Gerência Regional de Educação (GRE) del Estado de Piauí. En el estudio de las imágenes los Libros Didácticos de las colecciones, se clasificó en decorativas y representaciones (sin valor didáctico) y organizacionales y explicativas (con valor didáctico). Con eso, se identificó que, la mayoría de ellas presenta valor didáctico. Para estas, se aplicó los principios de la Carga Cognitiva: coherencia, señalización y contigüidad espacial. Aún, se percibió que la mayor parte presenta carga cognitiva baja, o sea, fornece subsidio suficiente para la promoción de un aprendizaje significativo. En los libros de la colección Fronteiras da Globalização ese índice es elevado en cuanto que en la colección Geografía es bajo. Además, se notó mayor violación en lo principio de señalización por las dos colecciones y que la colección Geografía presentó elevado índice de violación en todos los principios. Se identificó, aunque los lenguajes de imágenes y verbal (escrita), de los Libros Didácticos de Geografía de las colecciones analizadas, dialogan parcialmente y de forma implícita. Delante de eso, se destacó la necesidad de analizarse lo proceso de elaboración de los Libros Didácticos y que los principios citados sean considerados en lo referido proceso, con finalidad de tenerse más elementos instruccionales con carga cognitiva baja, aliñados a la capacidad discente de aprendizaje Multimédia de forma significativa, bien como, rigor en lo proceso evaluativo del PNLD para evitar posibles errores y promover mayor diálogo entre las dos lenguajes, visto que, a pesar de la imagen hablar por sí solo, ella también es polisémica y, por eso, precisa ser ancorada pelo texto escrito. Todavía, ambos precisan ser coherentes con el contenido discutido y sin errores, pues errores tanto en el lenguaje de imagen cuanto en el texto escrito lleva el aprendizaje equivocada, y, al tratarse de la enseñanza de Geografía, se produce equívocos en el aprendizaje del conocimiento geográfico.